sábado, abril 22, 2006

ESTILHAÇOS



A taça da paixão continha o vinho proibido,
Que umedecia minhas ilusões.
No frio de minha alma
Ele era o fogo das minhas loucuras.
Hoje o cálido silêncio é inércia,
Tudo se contrasta com a dor.
O peito ferido sangra...solidão.
Na procura vazia,
Passos sem chão, pensamentos sem direção,
Frases sem nexo.
A vida se perdeu.
Morreu.
No ar, palavras vagas atormentam minha angústia.
Que entre lamúrios é sofrer.
A taça da paixão se quebrou...
O vinho da paixão se derramou.
Meus lábios ressecados
Sem carnalidades, desfigurados são abandono.
O coração feito a taça
Feriu-se, despedaçou-se,
Sangrou.
O amor perdeu-se.
Na lacuna gélida da ausência,
O inebriar de lembranças...
É tormento.
Entre sentimentos nobres esquecidos,
Inegável saudade se faz presente.
Corroendo.
Sepultando.
Calando palavras indescritíveis...
Mergulhadas na frívola tristeza
Do amor em desamparo.
A taça da paixão está quebrada,
Agora,
Apenas cacos jogados ao chão,
Contrastam-se
Com lágrimas que regam meu olhar.
Tudo está sem vida.
A loucura deu lugar a razão,
A magia desmoronou,
O encanto se desfez.
No peito esfacelado,
Esquecido.
Estilhaços perdidos
Do meu coração.


Socorro Carvalho

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