terça-feira, abril 25, 2006

PLENITUDE


Ato de amor é levitar sem chão, sem teto, sem medidas... Eternidade.
O fazer amor é uma sensação indefinível de procura e encontro... Estranheza.
Não bastam apenas dois corpos
Misturados em desejos soltos e loucos
Envolvidos na fome insana da loucura.

Inspirados no pecado da gula de um descuido,
Surgido entre corpos jogados em um lugar qualquer,
Sem zelo, sem compostura, sem respeito.
Fazer amor é leveza, intimidade recíproca,
Sem atender o exclusivo voraz do apetite que consome.
Fazer amor é entender mistérios sem razão justificada,

É flutuar na serenidade plena da vida e deixar-se.
Envolver-se.
Fazer amor é delinear os caminhos da alma,
É aguçar o sentido do tato, que se degusta nos segredos
Da doce procura de uma alma a tatear outra alma,
Desvendando encantos e magias do profundo mais escondido.
Fazer amor é tocar a alma sem urgência,
Com suavidade e delicadeza, sentir a textura rara e preciosa que ela contém,
Como uma procura constante
Até que o corpo desperte
Para iniciar o ato de amor.

Aí então, mãos deslizam na suavidade de curvas
A rabiscar formatos que se desenham entre as nuvens da imaginação.
A boca que acorda emudecida pela procura de sabores e gostos,
Calada, embebeda-se com a seiva bruta que jorra... perdida
Entre os labirintos cavernosos do profundo íntimo,
A domar os dons das virtudes escondidas.
E na conjugação perfeita do amor, acontece o ápice da consumação,
Porque fazer amor é ressurreição... Vida!

Fazer amor
É o entrelaçar de braços sem o sufocar da ânsia,
É o beijo suave que cala a sede de fontes latejantes,
Que busca em passos angelicais chegar ao extremo gozo.
Quando gemidos, choros e gritos alertam que se chegou ao paraíso.

Quando os sons possuem o toque harmônico das fronteiras astrais,
De sinônimos e antônimos a rimar a maestria da vida.
Que se inicia no encontro de meros amantes,
Confinados em seus encontros de silêncio e segredo,
Na composição única da canção do amor e da paz.
Juntos corpos desnudos e adormecidos
Dormem esquecidos no ajuste do êxtase
Do fazer amor... Às claras ou escondido... Sedução.
O mesmo amor,
Que ora é suave a enternecer-se em gestos sutis de carinho... Ternura.
Ora voraz a consumir-se entre os segredos loucos do desejo... Sagração.
Para então, concretizar-se absoluto.
No ato de amor entre os amantes... Plenitude.

Socorro Carvalho

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