Sinto-me só e desesperada
como se a minha existência se resumisse a um negro e gigantesco nó,
que se aperta cada vez mais em torno das horas e das noites.
Sinto-me vaga e cansada
como se já te tivesse perdido,
como se já não me conhecesse(s) ou tivesse ficado sem memória(s).
Sinto-me exausta e sonâmbula
como quem se entrega ao tempo sem saber se vai chegar,
como quem está a mais em todos os lugares.
Sinto-me ténue e monótona
como uma velha (in)cômoda,
que resiste, desconfiada e severa, à lenta passagem dos anos.
Sinto-me rebelde e inalcançável
como se me olhassem de soslaio e eu me risse,
num riso infinito, de mim,
de ti
e deste mundo
de inevitáveis desencontros.
Autoria: Helena de Sousa Freitas (Poeta portuguesa)
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