domingo, novembro 02, 2008

SAUDADE DO ABRAÇO...





E é neste pós-hora...

Onde o tempo se derrama e une ao espaço

Que revejo o necessário, mas perdido abraço.

E sinto que ele me olha... abraço feito vida...

Como se me pedisse para adiar a partida.




E o meu sentir, transparente,

Mostra-lhe o que sinto...

Coração testemunha que não minto...

Até o que procurei esconder de mim no fundo da alma...

Que abri... desvendei... revelei...

Como local de passagem secreta que ao meu anjo dei...




As poesias...

emoções em frágeis e codificados fragmentos...

Risos e lamentos...

Mas sempre incompletas no livro de cada vida...

Mesmo quando pensamos que um fim

é um ponto final...

Surge outro e ainda outro portal.




Interminável ponte.

E o suspiro, ao contemplar o horizonte...

Estreito, pequeno, ínfimo, para um eterno amor...

É todo o outro (lado) que me faz falta...

Saudade do abraço...

Certeza da dor.




Destino de pássaro,

tem asas no querer e murmúrios por dizer.

E nos meus cabelos, que teimam em voar...

e os meus olhos tapar...

Leio horóscopos, desenho mapas, deito cartas...

Plenas do vazio que a tua ausência me ofereceu.

Deixando-me só com meio eu.



Com os dedos, traço a linha dos meus lábios...

Calados... salgados... do teu nome tatuados.




Devagar...

Como se escrevesse a palavra que ficou por dizer.

Dissolvida num instante de indecisão...

Limite entre o sim e o não.




E ao fechar os olhos, desato nós, desfaço laços,

solto os braços...

Para o prometido abraço... enlaço.

Como se a tua memória feita imagem

Pudesse viver para além de ti...

Agora... aqui...




E sorrio...

Todo o encontro é perfeito

Quando guardamos tudo o que sentimos nesta dimensão...

Dentro do cálice sagrado, contido no peito.






Autoria Desconhecida

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