segunda-feira, novembro 30, 2009

BILHETE


Eu não me programei para nada
a não ser para ti.
Para estar junto a ti.
Para estar frente a ti
e te olhar com um misto
de curiosidade e fascinação.
Tu és, agora, este poema a se fazer
a obra-prima sonhada pelo poeta
a maravilhosa coreografia de um acaso
o sensualismo cheiro de sal e azul
que vem do mar.

Não me importa que emudeça o telefone,
que o carteiro não encontre o endereço,
que todas as estrelas apaguem,
como num teatro, as luzes,
desde que o amor continue a esculpir
teu corpo nos meus braços,
e eu possa ver tantas constelações
reunidas em teu olhar semicerrado
e teus lábios entreabertos
guardem as palavras que nunca serão ditas
a não ser à minha boca…

Que tua delicadeza encontre no meu peito
refúgio desse deserto de areia e solidão
que há fora do amor,
pois ainda que o destino me ofertasse
outros abismos de paixão
metrópoles onde fundar a minha glória
o lugar de encontrar as ilusões perdidas,
eu não me programei para mais nada
a não ser para ti
e nada importa que não seja tu.



João de Jesus Paes Loureiro
Poeta, Professor e Pesquisador da Universidade Federal do Pará.

Lindo poema!
Empresto de Paes Loureiro e dedico todo a VOCÊ...


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