É chegada a hora de romper.
Esquecer a cor, o sabor, o calor, o amor.
É hora de esvaziar a alma.
O tempo chegou.
Despir-me dos pensamentos é necessário.
Sepultar a quimera é normal, para todo poeta.
Afinal, a rima se completa com a dor e o amor em cada poema, quase sempre.
O que posso fazer?
Toda a procura foi vã, perdeu-se no vazio das palavras.
Hoje, nenhuma espera mais me satisfaz.
É hora de esvaziar o coração.
Deixar limpo, livre o espaço, me recompor.
As palavras ainda estão vagando soltas pelo ar,
Preenchendo pensamentos insistentes , que
preciso abolir.
Toda inspiração é inexplicável,
assim também é meu coração ( mutável).
Afinal o amor é uma arte.
A poesia obra prima do sentir.
De repente, já não é mais enigmática.
O roçar de línguas já não arrepia a pele.
As frases quentes agora soam frias e sem vida.
Falta desejo e alegria em meu olhar.
Aqui dentro tudo parece morrendo,
A paisagem está sem brilho e sem cor.
Apenas o amor com sua força extrema persiste, insiste
em sobreviver
Entre os escombros desse impossível querer.
A hora chegou, preciso soltar as amarras.
Desprender-me desse apego.
Desacostumar das palavras, do cheiro, da inspiração.
Preciso enxugar as lágrimas e seguir.
Eu tentei.
Juro que tentei viver assim, mas não
deu.
Preciso calar, me recolher .
Preciso te esquecer.
Adeus.
Socorro Carvalho
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