Tenho acompanhado – e aprovado – a gritaria do ex-craque e
atual deputado federal Romário (PSB-RJ) contra os gastos públicos na Copa do
Mundo e Olimpíadas.
Mas agora tenho outro motivo para elogiar a atuação do
parlamentar: foi dele o projeto de lei que prevê a facilitação no processo de
importação de material para pesquisa científica.
Hoje, a burocracia é um grande empecilho para a pesquisa
científica e tecnológica no Brasil. Grande parte do material é comprada no
exterior, e um pesquisador pode ter de esperar até seis meses para que sua
encomenda chegue.
Um levantamento feito pela UFRJ em 2010 com 165 cientistas
concluiu que 76% dos pesquisadores ouvidos já haviam perdido material de
pesquisa por causa de retenção na alfândega e 99% já tiveram que desistir ou
alterar uma pesquisa por causa da demora.
O projeto de Romário é simples: os pesquisadores
interessados fariam um cadastro no Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e poderiam importar material de pesquisa sem
passar pela burocracia alfandegária e sem pagar taxas.
Meu pai trabalha com pesquisa científica e está empolgado
com o projeto de Romário. Diz que pode significar um avanço enorme para a
ciência brasileira e, por consequência, para o país.
O problema é que a proposta ainda precisa ser aprovada pela
Câmara dos Deputados.
Tomara que a Câmara apresse logo a votação e não anule o gol
do baixinho.
Fonte: Folha de São Paulo