Às vezes, nenhuma palavra consegue traduzir
A expressão, nítida, escondida num olhar...
Às vezes, não há nada a dizer, só o silencio diz tudo.
Às vezes num simples olhar
Calamos nossos gritos de aflições
Contidos no desespero do coração...
Às vezes, ( nada conseguimos entender)
Só Deus pode dar as repostas precisas
Para cada momento
Para tão inocente e inseguro olhar...
Não sei quem você é
Mas teu rosto tão pequeno sereno, triste, preocupado...
Cheio de interrogações
Fita um infinito que não sabe onde vai dar...
Observo teu semblante, teu corpo tão pequeno, tão indefeso.
Sinto meu peito apertar.
Meu coração fica perplexo.
Não sei teu nome
Se te chamas Pedro, José, João (não sei)
Mas olho tuas mãos tão pequenas
Agarradas firmemente (a borda da canoa)
Como se segurasse firme
Para que ninguém lhe roubasse
A última fagulha de esperança...
As vezes,
Basta apenas um olhar.
Mas enquanto
O pequeno menino olha tudo (alarmado)
A natureza segue seu curso...
Sem explicar suas razões.
Socorro Carvalho
Foto: feita pela minha linda e iluminada comadre Armandina.
Desabrigados pela enchente na cidade de Faro...
Essa foto me chamou atenção e me deu até inspiração...Ufa!