terça-feira, janeiro 11, 2011

A POESIA DO ENCONTRO


O psicanalista e educador Rubem Alves, 74, andava um tanto abatido, tomado por reflexões sobre envelhecimento e morte. Tinha passado vários meses com dificuldade de locomoção por causa de um problema na coluna e ainda buscava forças para se recuperar de um rompimento com sua companheira. Essa crise existencial se transformou, por acaso, numa experiência poética.

Numa tarde de 9 de julho, São Paulo estava vazia por causa do feriado e Rubem conheceu a atriz e poeta Elisa Lucinda, uma negra de olhos verdes, cabelos ruivos, cuja paixão é ensinar pessoas comuns a declamar. O motivo do encontro era a gravação de um depoimento com dicas para professores sobre como levar a poesia para dentro da escola.

A conversa de seis horas, apurada com taças de vinho tinto (e no final reforçada com doses de uísque), acabou em caminhos inesperados. Os versos declamados mesclavam-se com as histórias de vida desde a infância e sintetizavam alegrias, medos, decepções, mistérios, conquistas, esperanças e pequenos e grandes prazeres.

Sem se darem conta, fizeram uma síntese de décadas de emoções vividas, numa espécie de autobiografia poética.

Logo no início da conversa entre os dois desconhecidos, eles disseram que nenhuma poesia os emocionava tanto como "Cântico Negro", de José Régio.

"Se vim ao mundo, foi
Só para deflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada"

Depois de declamarem essa poesia, eles, que se conheceram havia alguns minutos, não precisavam mais de apresentação: pareciam íntimos. O roteiro da gravação obedeceu às ordens apenas das emoções que iam surgindo e se associando aos versos de Fernando Pessoa, Drummond, Manuel Bandeira, Manoel de Barros, Pablo Neruda, Adélia Prado, Cecília Meireles e Mário Quintana.

Certamente, muita gente deve achar que tanta emoção não cabe nem deveria caber dentro de uma escola -talvez até ache que estudar poesia é coisa do passado. Aulas de artes são vistas, na maioria das vezes, como uma diversão, nem remotamente tão valiosas como matemática, física ou gramática.

Mas justamente nesse tipo de emoção poética reside uma conexão com o futuro.

Quando falo em futuro, estou me referindo a algo bem prático: a empregabilidade de um indivíduo depende do seu contato com as mais diferentes formas de criatividade, a começar pelas artes.

Neurocientistas das melhores universidades do mundo, como Harvard, revelam como a arte ajuda a desenvolver a capacidade de aprender. Há impacto direto na memória e na capacidade de associação, entre outros efeitos que facilitam a aprendizagem. Descobriu-se uma ligação direta entre música e matemática.

O psicólogo Howard Gardner, professor de Harvard, ganhou prestígio mundial ao disseminar a noção de que existem inteligências múltiplas. Dançar, cantar, desenhar ou jogar futebol são sinais de diferentes tipos de inteligência. Na visão do psicólogo, a escola prioriza o raciocínio lógico-matemático -e isso não forma profissionais habilitados a lidar com as novas demandas.

Gardner aposta que a prosperidade profissional depende do desenvolvimento da criatividade, afinal as máquinas assumem sem parar as tarefas repetitivas. Na semana passada, foi apresentado um projeto de robô que utiliza neurônios (as células cerebrais). Tão importante quanto o espírito criativo é a capacidade de síntese. Num ambiente com tanta informação em tempo real, é vital saber selecionar com rapidez -ele define essa habilidade como "mente sintetizadora".

A metáfora é um magistral exercício de síntese.

É mais fácil desenvolver a criatividade e a habilidade de síntese desvendando as emoções de uma poesia do que decorando fórmulas gramaticais ou correndo atrás da nova invenção tecnológica. Ter muita informação não significa, como sabemos, ter muito conhecimento. Pode significar apenas muita confusão.

Por isso, naquele encontro, Elisa e Rubem, dois estranhos, conseguiram se conhecer tão rapidamente em tão pouco tempo -e falar com tanta profundidade de décadas de vivência.

Aquele encontro é apenas a síntese do que significa promover a emoção com a educação.

PS-Os descaminhos da conversa de Rubem e Elisa acabaram virando livro ("A Poesia do Encontro"), lançado na Bienal de Livros de São Paulo, em agosto. Um trecho da conversa de Rubem Alves e Elisa Lucinda pode ser visto, ainda  no link http://www.dailymotion.com/julianorj/video/x6fwvo_elisa-lucinda-e-rubem-alves-a-poesi_school

Elisa Lucinda e Rubem Alves - A Poesia do Encontro


Nesse trecho Rubem interpreta o que considera a mais bela declaração de amor, escrita por Fernando Pessoa: "Quando te vi, amei-te muito antes. Tornei a achar-te quando te reencontrei".


Coluna de Gilberto Dimenstein originalmente publicada na Folha de S.Paulo, editoria Cotidiano/ Dia 18/08/2008

SIGNIFICADO SOCIAL DA LEITURA

Através da leitura temos a chance de alargar nossos horizontes profissionais, culturais e pessoais, pois a leitura deve desempenhar múltiplas funções sociais.

Podemos dar como exemplo dessas múltiplas funções sociais, a leitura para a fruição, prazer ou deleite, aquisição de conhecimento e informação; leitura para pesquisa/trabalho; leitura para fins religiosos, auto-ajuda e o que acho hoje mais importante é que a leitura é uma condição básica para formar sujeitos capacitados de se inserir na sociedade e exercitar sua cidadania, participando crítica e ativamente da construção da história de seu povo, formulando seus próprios critérios para se questionar como sujeito no seu ato de pensar, sentir e atuar, ultrapassando a fronteira da cultura local a partir da abertura a outras proporções culturais.

Pois, o sujeito que lê, sabe, planeja, direciona e faz a sua evolução/revolução, sua ação, sua construção, sua história de homem livre ( ah, a liberdade, bem maior do ser humano) , emancipado, independente de explorações e opressões.

Quem lê sabe que uma biblioteca pública desempenha papel fundamental no acesso ao livro e na disseminação da leitura nas classes menos favorecidas e por isso vai reivindicar mais bibliotecas públicas nos bairros,clubes, embarcações, nos ônibus e outros locais.

Quem lê não acredita que o brasileiro não é leitor – o leitor existe antes mesmo de sua entrada na escola porque sempre esteve exposto à literatura oral - , que somos um povo analfabeto, que não temos bibliotecas ( isso é verdade, porém, devemos explicar porque não as temos na quantidade necessária, etc.) e outros espaços para o livro e para a leitura ; quem lê sabe, que, quando se fala em crise da leitura, não se trata de um problema com a leitura, mas, sobretudo, de um problema econômico da leitura ( é papel dos governos, ampliar o número de bibliotecas públicas, cuidar de seus acervos, aumentando, etc.).

Quem lê, incomoda. E como diz Roger Chartier ( in a ordem dos livros) ,”... a leitura é, por definição, rebelde e vadia...”

Na condição de leitor, nessa significação social da leitura, passo a ter subsídios para pensar e analisar quem devo eleger para os cargos de governo e representação popular, fiscalizar as ações dos governos, a atuação dos parlamentares, cobrando eficiência no serviço público, exigindo, manifestando, denunciando, reivindicando, indicando caminhos, alternativas, enfim, participando, porque a leitura me deu consciência social, política

Ler requer certa determinação, vontade, tirar tempo e claro, dá trabalho.

Mas, dá imenso e enorme prazer e aqui, já encerrando, quero inserir a expressão de Clarice Lispector utilizada por Maria Clara Machado em seu livro “Ilhas no tempo”, de “... uma construção cultural deliciosa, uma aprendizagem do prazer...”

E como na vida social, também as coisas se desenvolvem pelo exemplo e curiosidade, penso que podemos encaminhar a leitura por aí, pois entendo que é preferível associar leitura com prazer do que permanecer na área da dominação e do poder, embora a leitura dê poder, quem lê se torna poderoso pelo conhecimento que adquire.

Volto a repetir, quem lê, incomoda.

Continuemos, então, na construção deliciosa que é o aprendizado do prazer ( o texto pode dar prazer, entende Umberto Eco in lector in fabula) , o prazer de ler. Certamente que todos lemos, também, por necessidade e outros motivos.

Tomara que o livro se torne objeto do desejo – a leitura é um gesto afetivo e aciona nossos desejos -.E o que está faltando para que se efetive a sedução do livro para sempre entre nós ?


Salomão Larêdo é escritor e jornalista Artigo publicado no jornal O Liberal / PA

SEMINÁRIO SÃO PIO X - CONHEÇA NOSSA HISTÓRIA



A partir, de hoje,( 11 de novembro ) minha lista de blogs e sites ganha mais um endereço especial com diversas informações interessantes.
Estou falando do site do Seminário São Pio X que agora poderá ser acessado no layot lateral deste espaço.
"Patrimônio de nosso município, pouca coisa se sabia sobre ele. Porém depois de uma breve pesquisa tentei de forma bem simples montar algo que trouxesse o resgate desta história". (Pe. Alaelson)
Uma ótima opção de leitura e uma forma de ampliar alguns conhecimentos sobre esse patrimônio de nossa história mocoronga.
Sucesso!!
E ótima leitura!!

Obrigado  pe. Alaelson
pela visita e as palavras de carinho.


Um grande abraço


Socorro Carvalho


APROVEITE SUA ENÉRGIA INTERIOR

Somos interiormente pura energia... e toda energia pode ser utilizada para o bem ou para o mal.

O uso de nossa energia interior depende de nós mesmos, de equilíbrio emocional, de nosso auto-domínio.

Se estamos irados, nosso interior pode transformar-se numa potente usina de emissão e processamento dessa energia negativa.

Se nos vergarmos ao poder da ira, tendemos a um tipo de vivência improdutiva, extremamente nociva - a nós mesmos e aos que nos rodeiam.

Por que canalizar nossa energia interior para os descaminhos da improdutividade - que fatalmente levam ao abismo da existência?

Por que não aproveitá-la de maneira construtiva e saborear a prática do bem?

Vamos processar essa energia em prol do amor e da paz!

Vamos transformá-la em solidariedade e fazer um positivo uso dela, pois, como já dizia o líder pacifista Mahatma Gandhi,
nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo”.



Desconheço autoria

EM MEU CORPO

Em meu corpo
Ainda está o seu cheiro.
Tatuado.
Colado em minha pele.
O  fragrância do seu perfume
Misturado ao aroma de suor
Expelido  de seus poros...
Em meu corpo
Ainda está o toque de sua carícia
O calor do seu abraço...
Em minha boca
Ainda está o gosto  do  beijo
No doce sabor  do seu hálito.
Tudo que é seu  ainda está aqui..
 Grudado em  minha pele
Tatudo em meu corpo...

Socorro Carvalho