sexta-feira, julho 08, 2011

A LÍNGUA QUE LAMBE


A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.


Carlos Drummond

Com a língua que lambe... rsrs
Um ótimo final de semana a todos e todas!!
Até lá...com muitas saudadesssssss....
Da língua que lambe.


WILSON E DULCE - DE VOLTA AO ACONCHEGO


Na  segunda feira 11, chegam a Santarém meu irmão Francisco Wilson e minha cunhada Dulce Gomes.
Há 07 anos morando em Planaltina, DF eles estão vindo visitar a terrinha e rever as amizades.
Estou imensamente feliz e ansiosa pela chegada do casal.
A visita só vai durar 15 dias, mas com certeza serão dias maravilhosos junto deles.
É muito bom estar junto das pessoas que amamos.

Socorro Carvalho

AMOR E SEU TEMPO


Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe


valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.


Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

Carlos Drummond

BRASÍLIA AO VIVO: PROGRAMA FALA SOBRE A POLÊMICA MUDANÇA DA DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ



Programa desta quinta-feira (7) recebe o deputado Giovanni Queiroz, líder do PDT na câmara.
Fonte: R7

TRABALHO INFANTIL: LIBERDADE E BARBÁRIE NO BRASIL


Teresina – Preciso elevar meu conceito de barbárie porque ele está desatualizado.
Esta semana, em um post sobre a morte de um operário de 16 anos durante o desabamento de uma obra em São Paulo, reclamei do absurdo daquilo reunindo à história dele sete outras envolvendo crianças em condições insalubres. Cheguei a pensar se não havia pegado pesado demais. Nesta sexta, aqui no Piauí, cheguei à conclusão que não.

Um auditor fiscal do trabalho me relatou um caso bizarro. Em uma operação, libertou uma jovem de 14 anos que, durante o dia, cuidava do barracão onde estavam alojados outros dez trabalhadores – todos em condição de escravidão, inclusive ela. Arrumava as coisas dos peões, responsabilizava-se pela alimentação, era a empregada do local. À noite, assumia jornada dupla e tornava-se a diversão sexual de todos – isso mesmo, todos – os trabalhadores. Entregava-se “pão e circo” a um grupo de espoliados, no intuito de que esquecessem suas tragédias e reclamassem menos. Não é assim conosco em escala nacional com alguns esportes e festas?

Anteontem, durante uma palestra no Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji, perguntaram-se qual a pior situação que encontrei pelas andanças que tive. Cobri guerras, me meti nos piores buracos, acho que já vi muita coisa. Mas o que sistematicamente me tira do sério é me deparar com crianças completamente alijadas de sua dignidade. Que, para sobreviver, emulam uma maturidade que não têm a fim de segurar a barra em um mundo de desgraça. Um amadurecimento incompleto, em que, de noite, se prostituem em boléias de caminhão por alguns reais e, de dia, penteiam bonecas de pano.

(Aí eu ligo a TV e uma socialite diz com a boca cheia de dentes que apóia o “social”. Que dá dinheiro para uma instituição de crianças, pois acha importante ter a caridade no coração. Mais um pouquinho, se ela dissesse que tratava as filhas das suas criadas como suas, me enforcava no quarto do hotel com o lençol.)
Boa parte dessas barbáries são decorrência de nosso modelo de desenvolvimento perverso, que forçam crianças a trabalhar desde cedo e nas piores formas de serviço. E que, para justificar o injustificável, cria todo um discurso de que trabalhar é bom, pois forja o caráter. Barbáries que não vão se resolver com medidas paliativas, como caridade, mas com ações estruturais. O problema é que lutar pela implementação de políticas públicas efetivas ou pela aprovação de leis pode não servir para deixar a consciência mais leve na cama à noite no curto prazo.

A jovem de 14 anos do caso acima trabalhava em uma área destinada à produção de leite. Mas como não nos importamos em saber de onde vêm os produtos que consumimos e o caminho de impactos negativos que alguns deles vão gerando pelo caminho para suprir nossa demanda, ela simplesmente não existe. Ou melhor, existe, mas é um dano colateral necessário.
Trago o poeta inglês John Donne, citado em “Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway:

“Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado / Todo homem é um pedaço de um continente, uma parte da terra / Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa de teus amigos ou a tua própria / A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. / E por isso não perguntes por quem os sinos dobram: eles dobram por ti.”


Em outras palavras, o sofrimento de qualquer pessoa me diminui, pois sou parte da humanidade: nunca procure saber por quem os sinos dobram, pois eles dobram por você também.
Se o problema é do filho ou filha do outro, do desconhecido distante, então que se dane. A verdade é que defendemos liberdades coletivas quando estas nos dizem respeito individualmente. Será que vamos, um dia, conseguir defender o outro simplesmente porque ele é (ou deveria ser) semelhante a mim em direito e dignidade?


Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Já foi professor de jornalismo na USP e, hoje, ministra aulas na pós-graduação da PUC-SP. Trabalhou em diversos veículos de comunicação, cobrindo os problemas sociais brasileiros. É coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

RESOLUÇÕES COM AS PERGUNTAS E CALENDÁRIO DO PLEBISCITO DO PARÁ SÃO PUBLICADAS NO DJE

Urna eletrônica do TSE.Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE

O Diário de Justiça Eletrônico (DJE) publicou, na edição desta sexta-feira (8), os textos das Resoluções nº 23.342 e 23.343/2011, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tratam da realização e do calendário do plebiscito que decidirá sobre a possibilidade de desmembramento do Estado do Pará e a criação de dois novos Estados naquela região: Carajás e Tapajós. As resoluções foram aprovadas pelo Plenário do TSE em sessão administrativa ocorrida no dia 30 de junho.

O plebiscito está marcado para o dia 11 de dezembro de 2011, um domingo, com a abertura das seções eleitorais às 8h e encerramento da votação às 17h. A apuração do resultado começará logo após o término da votação, às 17h.

Na sessão administrativa de 30 de junho, os ministros chegaram à conclusão que todos os eleitores do Estado do Pará devem participar do plebiscito, conforme determina o artigo 7º da Lei 9.709/98. De acordo com essa norma, no caso de desmembramento deve ser consultada a população diretamente interessada e, neste caso, entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento.

Perguntas e Frentes

Pela Resolução nº 23.342/2011, serão submetidas a todos os eleitores cadastrados na circunscrição do Estado do Pará as seguintes perguntas:

1 – Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?

2 – Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Tapajós?

A resolução estabelece que os números 55 e 77 corresponderão  à manifestação positiva ou negativa às perguntas apresentadas na urna eletrônica.

A ordem como as perguntas figurarão na urna eletrônica, bem como a correspondência positiva ou negativa das combinações numéricas, serão sorteadas em agosto deste ano, em sessão plenária do TSE.



A resolução estabelece que poderão ser formadas quatro frentes que representarão apoiamento às seguintes correntes: a) A favor da criação do Estado do Carajás; b) Contra a criação do Estado do Carajás; c) A favor da criação do Estado do Tapajós; d) Contra a criação do Estado do Tapajós.

Calendário

A primeira data do calendário que consta na Resolução nº 23.343/2011 é o dia 2 de setembro, que marca o dia limite para que integrantes da Assembleia Legislativa do Pará, ou ainda da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, se manifestem sobre o interesse de formar frente para defender uma das correntes de pensamento que serão temas do plebiscito. Essa manifestação deverá ser feita perante o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) e as mesmas frentes devem pedir o registro também ao TRE até o dia 12 de setembro.

O cidadão que pretende participar do plebiscito, mas ainda não pediu seu título de eleitor ou transferiu seu domicílio eleitoral, deve tomar essas providências no cartório eleitoral mais próximo até o dia 11 de setembro, três meses antes do plebiscito.

Propaganda

O calendário autoriza a propaganda sobre o plebiscito a partir do dia 13 de setembro, inclusive na internet e com alto falantes e amplificadores de som. Também a partir desta data as pesquisas de opinião pública relativas ao plebiscito deverão ser registradas no TRE-PA. Já a propaganda gratuita no rádio e na televisão, a ser transmitida apenas para o Estado do Pará, terá início no dia 11 de novembro, 30 dias antes do plebiscito.

No dia 23 de novembro o TSE deverá lacrar todos os programas que serão utilizados nas urnas eletrônicas que receberão o voto dos paraenses.

Três dias antes do plebiscito (dia 8) deverão ser realizadas as últimas reuniões públicas e comícios com o fim de fazer propaganda política bem como a divulgação da propaganda gratuita no rádio e na televisão.

Dia 10 de dezembro é o último dia para fazer propaganda por meio de alto falantes ou amplificadores de som. O prazo termina às 22h. Nesse mesmo horário será encerrada a distribuição de material gráfico e a promoção de caminhadas, carreatas, passeatas pelas cidades divulgando mensagens das frentes.


INDÍGENAS NO PAÍS DAS MARAVILHAS



Brasília, 4 de julho 2011


Na sala Nobre do Tribunal Regional Federal da 1ª Região predominam o preto e cinza dos ternos, blazers e saias, os uniformes do poder. São funcionários da Funai, Ibama, EletroNorte, Norte Energia, Ministério de Minas e Energia, Aneel e Casa Civil da Presidência, que chegaram em grande número, engrossando a platéia das apresentações governo-empresariais da audiência pública sobre Belo Monte, convocada pela desembargadora federal Selene Almeida.

O contraste visual deixa nítidas as diferenças entre os dois grupos. Nas falas, o contraste se confirma. O governo, que, em tese, representa e defende um país multicultural, aparece predominante branco, uniformizado, formal, técnico, com uma única visão para todo pais, focada no que chama de desenvolvimento. Os representantes do MME, Aneel, Ibama, Funai e da Casa Civil fazem apresentações elaboradas, longas, com vídeo e data show, porém, técnicas, transbordando de datas, números e siglas. Frias.

As falas dos indígenas são curtas, claras, sem data show e sem voltas. São falas inflamadas, do coração, emocionantes. Não fomos consultados. Quem diz o contrário, é um mentiroso. Belo Monte vai trazer muita destruição. Não queremos Belo Monte. Se for para frente, vai ter briga. A primeira guerra do Brasil.
Não poderia ser diferente. Como poderia um técnico, um diretor, morando em Brasília, trabalhando num escritório, e que talvez nunca tenha visitado o Xingu, avistado a grandeza do rio, como ele poderia falar com emoção sobre os impactos de Belo Monte? Os indígenas, em contrário, nasceram e cresceram na região. Falam da sua casa. Tiram do rio o seu sustento, conhecem, melhor que os técnicos, os rios. Já sentem os impactos da usina na pele.

Cada vez mais irritados, assistem eles às falas dos técnicos que tentam explicar, convencer de quanto a usina é bom para o Brasil, para a região, quanto os indígenas foram ouvidos e tomados em consideração e quanto as condicionantes assegurarão um futuro maravilhoso para os povos originários. O Xingu, a natureza, para eles nada mais é do que uma máquina previsível e controlável. Para impacto X, aperta botão Y, implementa condicionante Z e pronto.

As falas técnicas demoram. Duas horas e meia. É duro assistir calado a todas às maravilhas projetadas, às afirmações infundadas, omissões, meias-verdades e mentiras. O cansaço toma conta da platéia. Finalmente, o intervalo.

“Não podemos reproduzir um modelo nefasto”
“Se eu não fosse do Pará, eu sairia absolutamente impressionado com as maravilhas apresentadas aqui. Mas eu sou do Pará, conheço o estado inteiro”. Se não conhecemos exatamente os motivos do deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), na sua fala depois do intervalo, ele acerta e dá os primeiros golpes às apresentações governamentais. “Eu sei o que as grandes obras trouxeram para o meu estado. Desenvolvimento nenhuma!” Jordy é vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmera dos Deputados e, até agora, declaradamente contra a usina. Ou pelo menos, contra a forma como ela está sendo empurrada goela abaixo, desrespeitando as leis e os direitos humanos. “Estamos perpetuando o mesmo modelo colonizador das últimas décadas, da época da ditadura. Essa geração não pode reproduzir um modelo nefasto, um modelo que até agora segue os moldes de Tucuruí!”

Ele enumera alguns pontos indicadores deste “desenvolvimento” das últimas décadas, como o baixo índice de desenvolvimento humano do estado, a terceira pior renda per capita do Brasil; a posição nº 1 do estado na violência no campo; em trabalho escravo; em prostituição infanto-juvenil; 1.6 milhão de pessoas sem energia elétrica; “E isso chamam de desenvolvimento!”

Desqualifica, ainda, as audiências públicas, elogiadas pelos representantes do MME, a Funai e o Ibama. “Participei de três audiências, inclusive a de Altamira. O projeto foi veemente e contundentemente rechaçado pela população presente. Mas isso não se fala aqui!”

Ao final ainda comenta, o que talvez seja o seu verdadeiro interesse no assunto: “O Pará não recebe nada de toda essa energia gerada e exportada, porque o imposto, o ICMS, é cobrado do consumidor final.” Será que a lei Kandir é que motiva sua posição?
“Com certeza o senhor está mentindo!”

Finalmente, é dada a palavra aos representantes indígenas. Que são, de fato, a quem interesse mais essa audiência, porque trata-se da Ação Civil Pública que questiona a legitimidade do processo de licenciamento da usina, justamente por falta da realização das Oitivas Indígenas. De fato, neste contexto, tanto a fala do MME, quanto da Casa Civil sobre o Plano Regional de Desenvolvimento Sustentável (PRDS) do Xingu, foram absolutamente supérfluas, desnecessárias. Denise, assessora jurídica do Cimi, se limita a colocar algumas preocupações acerca da usina, para não tirar tempo dos próprios atingidos.
Fala primeiro o cacique Ireo Kayapó, que dá continuidade às duras críticas iniciadas por Jordy. Se dirige a Aloysio Guapidaia, vice-presidente da Funai. “Com certeza o senhor está mentindo, quando diz que nós fomos consultados.” Explica que não houve o tipo de reuniões na sua região, como descritas pelo Guapidaia. “Com certeza vocês estão trabalhando fora da lei! Tem que conversar, falar com quem está dentro da aldeia. Vocês não foram lá!” E continua: “A Funai está querendo ganhar dinheiro em cima dos indígenas, fazendo projetos, com dinheiro do consórcio. Ao mesmo tempo estamos sem remédios, sem assistência em nossas aldeias!”

Ireo deixa uma mensagem bem clara: “Estou aqui para defender minha aldeia. Se vocês levarem a construção para frente, vou levar minha comunidade para a região, vamos criar aldeias lá, com certeza, final do outro mês! Vai ter briga, vai ter muita confusão, morte!”

As palavras tem efeito. Assessores de terno se reúnem com os chefes, sussurrando. Até Ireo, cada apresentação recebeu um salvo da palmas. Para Ireo, a platéia uniformizada não tem essa educação e fica calada.
Manoel Perita Juruna, cacique da comunidade Juruna da Terra Indígena Paquiçamba, se limita a dizer que não tem opinião sobre a usina, porque não foi informado sobre ela.
“Tanta destruição, para tão pouco desenvolvimento!”

A fala de Joseney Arara segue a linha de Ireo. “Eu sou índio afetado pela usina. Eu, Joseney Arara. Já somos impactados, porque lá, na aldeia, estamos chorando, por causa da usina. O rio vai secar, com certeza! Sei, porque moro lá! Vocês não têm idéia do impacto que vai dar a destruição do Xingu. A Terra Paquiçamba, por exemplo, vai ser uma ilha, porque dos lados, vai ser tudo destruído! Na minha aldeia têm crianças também – o que vai ser deles? Aonde eles vão? Tanta destruição, para tão pouco desenvolvimento!”

E faz o convite. “Eu queria que vocês fossem lá, na nossa aldeia, para ver se a gente fala a verdade ou se estamos mentindo. Repito, não fomos consultados. A Funai mente, a NeSa mente! Tem que ser honesto! Não estamos sendo respeitados nos nossos direitos.”
Alerta também que a resistência está longe de acabar. “Vamos até o fim, lutar até o fim! Quando matem os índios, aí sim podem construir a usina.”

De novo, silêncio por parte dos uniformizados, a não ser o sussurro dos assessores. Apenas os poucos aliados na platéia aplaudam a fala do cacique.
“Constituição não fala em explicar. Fala em ouvir!”


Ultimo a falar é Ubiratã Cazetta, procurador do MPF do Pará. Ele arrasa. Sobrou para ele desmascarar em vinte minutos as mentiras, inverdades, falsas premissas e as omissões, apresentadas em duas horas e meia pelos representantes do governo. Consegue, com maestria. A desembargadora ouve atentamente quando Ubiratã explica a falácia das audiências, o policiamento das audiências, a proibição para os indígenas entrarem em suas trajes tradicionais, a falácia das condicionantes, que comprovem nada mais do que a falência do estado, o adiamento pelo Ibama do cumprimento das condicionantes, a bolha imobiliária que já provoca preços de aluguel exorbitantes em Altamira, inclusive para as palafitas, a falácia do empreendimento privado, a falácia de que o povo brasileiro não pagaria para as futuras perdas da usina ineficiente, etc.


Pelo cronograma da Norte Energia, aprovada pelo Ibama, O saneamento da cidade Altamira ficaria pronta em 2015 ou 2016. “Mas as 100.000 pessoas chegam em 2011, 2012, 2013.” Com respeito ás escolas e hospitais prometidos, ou, em alguns casos, em construção, como alardeado pela NeSa, o procurador explica que construir é simples: “Mas construir não é suficiente. Precisa de infra-estrutura, de matérias médicos. Quem vai colocar professores, médicos? Eles não querem trabalhar na região”.
Quanto à falácia da realização das oitivas indígenas, ele é contundente, inclusive mostrando na tela os trechos da Constituição a respeito. “Sempre a Funai fala: “explicamos aos indígenas, explicamos”. Mas a Constituição não fala em explicar. Fala em ouvir!”

Outra falácia que ele desmascara é o argumento que a diversão do rio pela usina não implicaria em “aproveitamento de recursos hídricos em áreas indígenas”. Mostra trechos de vários relatórios, inclusive do Ibama, que, ao longo dos anos, confirmaram que sim se trata de aproveitamento. “Mas de repente, em um passo mágico, se decidiu que não é o caso”.

De novo, aplauso de poucos. Silêncio dos ternos e blazers, que parecem nervosos.
“Podem ou não podem sobreviver?”


Raúl, assessor jurídico do ISA, é o último a falar. Ele coloca uma pergunta, para o Ibama e a Funai. “Diminuindo anualmente a vazão do rio com 94%, por tempo prolongado, permite ou não permite, a longo prazo, a sobrevivência, inclusive cultural, das comunidades indígenas na Volta Grande?” É uma pergunta simples. Mas nem essa, os representantes do Ibama e da Funai respondem.


Por causa do tempo, são quase as oito da noite, a desembargadora Selena encerra a audiência. “Peço que Deus nos ilumine. Acho que, no meio de tanta técnica, de tantas soluções técnicas, não assusta ter a humildade de reconhecermos que não temos solução para tudo”. Pois é. Tocou no cerne da questão. Não temos mesmo. Mas há quem não reconhece isso, insistindo na arrogância da dominação da natureza. O que os gregos chamaram de hýbris, atitude que, na mitologia, sempre resultou em tragédia.

Paul Wolters
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
Secretariado Nacional - Brasília
00/55/61/2106 1666


NO AMAZONAS - REGIS BALIEIRO NA CAMPANHA PELO SIM AO ESTADO DO TAPAJÓS


O jornalista Regis Balieiro ( ex Tv Ponta Negra), atualmente trabalhando na capital amazonense  é um dos grandes articuladores da Campanha pelo Sim ao Estado do Tapajós, lá no Amazonas. Muito legal o trabalho dele e o mais legal ainda é a preocupação que tem em repassar os acontecimentos e assim nos manter sempre bem informados e informadas.

E o repórter Rômulo d ' Castro? Alguém sabe? Nunca recebi dele nenhum um tipo de infornação nesse sentido de mobilização e que viesse somar forças ao nosso movimento pelo SIM. Nem mesmo da parte dele no sentido de fortalecer nossa Luta. Com a palavra o colega Rômulo d ' Castro. 


Socorro Carvalho

BELENENSES E “A CRIAÇÃO” DO ESTADO DO TAPAJÓS...



Pedro Peloso Não é divisão, é reorganização do no nosso atual espaço geográfico. Para ficar mais administrável e mais justo!
Salvador Delly isso é uma vergonha, diz Boris Casoi.  Não quero ver o nosso estado dividido, nada de organização, na verdade isso só é interesse político!! Se for possível, vamos as ruas demonstrar a nossa indignação contra essa pouca vergonha de um deputado que nem Paraence é!!!
Pedro Peloso Que tal discutir democraticamente o assunto?
André Romão Romão Apenas uma ilusão de dias melhores. Para os políticos a certeza do aumento do cabide de empregos e favorecimentos, e conseqüentemente uma maior propagação da corrupção.
Dani Mônica Quem sai ganhando com a divisão são os políticos e os grandes latifundiários, o resto da população quer a divisão mas são todos vaquinhas de presépio q não vão ganhar com isso! Temos q ter políticos honestos e deixar o Pará geograficamente como está!
Joseane Ribeiro Concordo con vc Salvador e o pior é que o povo que vai pagar por toda essa palhaçada tá sendo iludido com esse papo de reorganização e de que vai ter aumento de emprego, isso com certeza vai haver mais não vai ser a população que mais nesse...
Pedro Peloso Dani Mônica, querida, aí também não tem políticos? e o Zenaldo que é ferrenho defensor da não criação dos novos Estados, por acaso não é político? Você concorda com ele, mas, com certeza não é vaquinha de presépio. Por que nós daqui do Oeste seríamos meras vaquinhas de presépio?
Dani Mônica Pedro Peloso, Querido, eu já morei tanto na sua região, como na região do Carajás, eu sei do que estou falando quando digo isso. Acredito, sim que isto é uma grande palhaçada, o plebicito ou a divisão, porque estamos todos no mesmo barco perante o resto do país, criando novos estados ou não. Isso não é a solução! Não estou repetindo palavras de políticos A, B ou C (tanto que nem citei nomes, porém vc citou). Tenho a minha opinião e o direito de expressa-las!
Pedro Peloso Legal. É o que estou fazendo também ao defender a reorganização do nosso atual espaço geográfico. Também conheço o Pará, inclusive já morei 12 anos em Belém. Estou convencido de que reorganizar é preciso...
Felipe Alves E não podem reorganizar sem diminuir o estado e gastar dinheiro sem necessidade? Porque se tamanho de estado for sinônimo de boa organização acho que Sergipe, Paraíba e etc, deveriam ser modelos para o Brasil, não ?
Dani Mônica Concordo com você. Outro exemplo de que dividir não dá certo é o Amapá. Tudo é aqui em Belém se resolve no Pará! Se houvesse a divisão e fosse embora até seria uma ótima! Mas depois vem tudo se tratar de doença pra cá, fazer vestibular pra cá, fazer concurso pra cá e outras coisas. Cara, Belém é a capital e pronto! Vai ser sempre assim e pronto! O Pará é ÚNICO e SOBERANO e pronto!
Pedro Peloso Dani, Você falou agora como a DONA do Pará! Não esqueça que nós daqui do Oeste também somos paraenses...
Dani Mônica Pedro Peloso, tou no intervalo do almoço de julho. Tou sozinha na empresa eu quero mesmo é dá pano pra manga nesta dicurssão!!! Daqui a pouco eu saio e vcs levam essa discussão a sério! Não pega corda comigo, tá bom!
Pedro Peloso Concordo com você Felipe que a criação dos novos Estados não é a única forma de reorganizar. É uma das formas. Porém, é a forma que nós aqui do Oeste Paraense avaliamos como a mais adequada para a nossa realidade. Isto não vai diminuir em nada o atual espaço geográfico do Pará. Apenas será administrado a partir de três centros administrativos. Pará - Tapajós - Carajás.
Felipe Alves Ainda não me convenceu. E por que preferem gastar dinheiro pra reorganizar se existem outras maneiras viáveis como tu mesmo disseste? Estranho, né?
Pedro Peloso Nós não entendemos, Felipe, os gastos necessários à reorganização do Estado, como CUSTOS, mas, como INVESTIMENTOS em um povo que há mais de um século luta por sua emancipação!
Felipe Alves Mas meu querido, dividir o estado não é a solução, o dinheiro que vai ser gasto pra dividir o estado poderia muito bem ser investido nessas regiões, isso só o da divisão, pq todos nós sabemos que os novos estados precisarão de administração, e não é surpresa pra ninguém dizer que os políticos brasileiros são os mais caros do mundo, né? Pois é...
Pedro Peloso Felipe, você me parece ser um bom sujeito. Mas, para entender o nosso sentimento emancipatório, só mesmo morando por aqui, à cerca de mil Quilômetros de Belém...


Enviado por Pedro Peloso