sexta-feira, janeiro 20, 2012

VINHO PROIBIDO IV


Tarde fria, chuva caindo.
Inverno antecipado, no meu coração.
Ruas vazias, silêncio.
A morbidez do universo,
Traduz-se em paisagens tristes.
Da janela vejo a chuva cair.
O frio inertiza a inspiração,
Enquanto o poema descansa na amplidão.
Meus olhos marejam solidão...
Olho ao meu redor 
Tudo  que vejo são miragens
Lembranças, momentos de outrora.
Tento conter o desejo de embriaguez, 
Mas sinto sede de beber a ilusão...
Da estante pego a garrafa de vinho
Encho a taça e bebo.
Em cada taça o sabor  doce do seu beijo.
Bebo a saudade.
Juras , entregas, desejos.
Bebo nós dois, calada entre os devaneios.
A brisa passa acariciando minha pele.
Deixando seu cheiro no ar.
Ânsia, saudade, quimeras, desejos, luxúria, pecado.
O vinho quente, aquece a emoção( penso em você)
Sinto meu corpo fluir, evaporar.
Expelir loucura, tesão.
Imagino você em mim.
Tudo se mistura dentro do peito.
Vinho proibido, eu bebo.
Para tentar adormecer esse segredo.
Embriago a inspiração.
Vinho proibido.
Bebo você, inesquecível querer 
Meu segredo...doce ilusão.



Socorro Carvalho