Hoje a poesia me trouxe,
na inspiração, a alegria do teu sorriso. Trouxe-me o aroma da tua pele, o sabor
do teu beijo, o calor do teu abraço, o ardor das tuas palavras juntei tudo e te
fiz meu poema.
Um poema singelo, nem
tanto, com sabor de ousadia e aroma insano. No meu respirar o ar se encheu de
saudade. Uma saudade composta de versos sem rimas, mas cheios de boas e
inesquecíveis lembranças do teu amor, do teu carinho, do nosso amor.
De repente, escuto
distante nossa música preferida a tocar. E como mágica parecia invadir meus
tímpanos remexendo o grande baú de recordações, até então, muito bem guardado.
Ao abrir o baú as
lembranças foram saindo e se alojando no meu peito, já tão cheio de ti e teus apelos.
Na paisagem eu te vi. Tu veio como um raio de luz a iluminar a miragem
clareando meus sentimentos se abrigando em meus pensamentos, em meus espaços.
Dento do baú empoeirado,
encontrei os cadernos amarelados. Em cada um deles reli antigos versos e cada
vez mais te encontrava ali adormecido, guardado. E de repente, via o tempo que me
conduzia por mágicas viagens. Em cada esquina, cada rua era teu rosto que
encontrava. Era teu sorriso bonito que me alegrava.
Em cada canto que
passava, os ruídos eram como o canto bonito que só encontrava em tua voz. Perdida na imaginação e devaneios, apenas ouvia
tua voz como uma doce e suave canção dando-me inspiração, para seguir viajando
no outrora, em tuas recordações.
O tempo ia passando,
enquanto eu, indiferente as horas permanecia ali estagnada, imersa em tantas e
tantas lembranças, inesquecíveis. Em cada frase que lia tu vinhas acariciar meu
rosto, beijar minha boca, tocar minha pele, como antigamente.
O primeiro encontro, a
brincadeira que se tornou real. As primeiras carícias, os primeiros medos e a
entrega tímida de nossos corpos, quantas lembranças, quanta saudade.
Na euforia de lembrar
tu me invadia a mente e se apossava do meu olhar. Era teu jeito sério e sereno
a me despir, me desejar. Enquanto eu me perdia na insensatez dos teus verbos,
na tua boca linda, no teu beijo ardente a me encantar, apaixonar.
Sentada em frente ao
baú, fiquei devaneando em meus
pensamentos e em cada devaneio só tua presença a preencher o meu viver, meu
coração.
Fechei o baú novamente, mas percebi que continuavas aqui, como no outrora, me admirando com a mesma serenidade, me alegrando com o mesmo sorriso e me desejando com os mesmos olhos...
Abro os meus olhos e percebo que as recordações são muitas, mas não maiores que a certeza desse amor que se mantém em em mim, em ti, em nós. Amor de brincadeira, que virou caso sério e agora nenhuma brincadeira nos permite que esqueçamos um do outro.
Então, juntos permanecemos compondo o poética
da vida nas entrelinhas de um bem querer, que prende nós dois (eu & você), sentimento
puro, verdadeiro, sem espaço para o acaso, nem para o talvez...mas dentro do instante, do agora.
Simplesmente, te amo
com a mesma ternura, o mesmo fervor e
calor de antigamente, no outrora.
Socorro Carvalho