domingo, agosto 28, 2016

NO BAÚ DA SAUDADE: LEMBRANÇAS DE AMOR...


Hoje a poesia me trouxe, na inspiração, a alegria do teu sorriso. Trouxe-me o aroma da tua pele, o sabor do teu beijo, o calor do teu abraço, o ardor das tuas palavras juntei tudo e te fiz meu poema.

Um poema singelo, nem tanto, com sabor de ousadia e aroma insano. No meu respirar o ar se encheu de saudade. Uma saudade composta de versos sem rimas, mas cheios de boas e inesquecíveis lembranças do teu amor, do teu carinho, do nosso amor.

De repente, escuto distante nossa música preferida a tocar. E como mágica parecia invadir meus tímpanos remexendo o grande baú de recordações, até então, muito bem guardado.

Ao abrir o baú as lembranças foram saindo e se alojando no meu peito, já tão cheio de ti e teus apelos. Na paisagem eu te vi. Tu veio como um raio de luz a iluminar a miragem clareando meus sentimentos se abrigando em meus pensamentos, em meus espaços.

Dento do baú empoeirado, encontrei os cadernos amarelados. Em cada um deles reli antigos versos e cada vez mais te encontrava ali adormecido, guardado. E de repente, via o tempo que me conduzia por mágicas viagens. Em cada esquina, cada rua era teu rosto que encontrava. Era teu sorriso bonito que me alegrava.

Em cada canto que passava,  os ruídos eram como o canto bonito que só encontrava em tua voz. Perdida na imaginação e devaneios,  apenas ouvia tua voz como uma doce e suave canção dando-me inspiração, para seguir viajando no outrora, em tuas recordações.

O tempo ia passando, enquanto eu, indiferente as horas permanecia ali estagnada, imersa em tantas e tantas lembranças, inesquecíveis. Em cada frase que lia tu vinhas acariciar meu rosto, beijar minha boca,  tocar minha pele, como antigamente.

O primeiro encontro, a brincadeira que se tornou real. As primeiras carícias, os primeiros medos e a entrega tímida de nossos corpos, quantas lembranças, quanta saudade.

Na euforia de lembrar tu me invadia a mente e se apossava do meu olhar. Era teu jeito sério e sereno a me despir, me desejar. Enquanto eu me perdia na insensatez dos teus verbos, na tua boca linda, no teu beijo ardente a me encantar, apaixonar.
Sentada em frente ao baú,  fiquei devaneando em meus pensamentos e em cada devaneio só tua presença a preencher o meu viver, meu coração.

Fechei o baú novamente, mas percebi que continuavas aqui, como no outrora, me admirando com a mesma serenidade, me alegrando com o mesmo sorriso e me desejando com os mesmos olhos...

Abro os meus olhos e percebo que as recordações são muitas, mas não maiores que a certeza desse amor que se mantém em em mim, em ti, em nós. Amor de brincadeira, que virou caso sério e agora nenhuma brincadeira nos permite  que esqueçamos  um do outro.

 Então, juntos permanecemos compondo o poética da vida nas entrelinhas de um bem querer, que prende nós dois (eu & você), sentimento puro, verdadeiro, sem espaço para o acaso, nem para o talvez...mas dentro do instante, do agora. 

Simplesmente, te amo com a mesma ternura, o mesmo fervor e calor de antigamente, no outrora.



Socorro Carvalho