Não te peço nada,
Além do que já me deste!
Que tanto bem me fizeste,
Sem mesmo reconhecer
O que em mim faz morada,
Esse pássaro engolindo o horizonte
Esse mesclado de sangue e alvura,
Do alvo rosto da tua essência.
Isso de seguir solitário a brancura
Insana da minha lívida face
Ante teu rosto desconhecido
E amigo!
Toda tarde declinando me renasce
Ressuscita em mim o frio quente e ameno
No estomago vazio de sentir!
Um bem que fazes mal que és...
E nem percebes!
Apenas quisera que me recordasses
Que de mim te lembrasses, quando
Adormecido, uma vez somente.
Deixai-me entrar neles...
Esses teusSofridos sonhos!
E ser deles, e por eles...
Recorda-me como uma nuvem que o sol
Inconseqüente desvirgina.
Ou então como o rio que nunca se rebela a sina
De esforçar-se sereno para o abraço do mar sem fim.
Nada te peço nada, apenas...
Que se lembre de mim!!!
(Claudia Morett)