quarta-feira, agosto 01, 2007

O SÁBIO E O AMOR


O sol ainda não havia surgido no horizonte,quando uma mulher bateu à porta do casebre. O Mestre meditava, enquanto Nashi, o discípulo, despertava de seu sono.
- Entre, disse o Mestre sem abrir os olhos.

A mulher entrou, observando o interior rústico do casebre.Sentou-se ao lado de Mahatma e disse:- Senhor, preciso de seu socorro.Meu marido me abandonou, trocando-me por outra mulher.Eu o amo muito e não quero vê-lo com outra.

O que devo fazer, Mestre?
Sentindo todo o sofrimento daquela mulher, o sábio abriu os olhos e respondeu:
- Mate-o. Se ele não viver contigo, não viverá com outra.

Nashi, o discípulo, por pouco não caiu de sua cama. Jamais imaginou que seu Mestre pudesse orientar alguém para o mal, principalmente numa circunstância de fragilidade, como se encontrava aquela mulher.
Sentindo-se aliviada com o conselho de Mahatma, a moça concordou que esta seria a melhor saída para não ver seu grande amor com outra mulher.

O Mestre disse:- Vá à mata, na cachoeira da grande cascata. Lá você vai encontrar uma planta pequena com rosas amarelas. Colha algumas folhas, ferva chá e dê ao seu marido. Não lhe restará mais do que cinco minutos de vida.

A mulher foi-se. Seguiu rumo à cachoeira. Estava decidida a encontrar um meio de acabar com a vida do homem que tanto amava.

Ao chegar próximo à cascata, a mulher viu uma criança de 10 anos, sentada próxima a algumas flores, admirando o bailado de um beija flor.

A criança estava tão fascinada com o pássaro que não notou que a moça a observava, admirada. Assim ficaram até que o beija flor foi-se embora.


Então a moça aproximou-se:- Vejo que você gostou muito do beija-flor!
- Sim! Estou apaixonada por sua beleza. Pena que ele foi embora.
- Por que você não o pegou e o levou consigo? Estava tão próximo de ti!


- Não dona! Não posso tirar a liberdade de uma criatura que nasceu para ser livre, apenas para satisfazer os meus desejos.

Fui feliz enquanto ele bailou para mim e serei feliz sempre que puder lembrar da beleza de suas cores e da graça de seu vôo. Colocá-lo numa prisão seria condená-lo à morte.

Há muita coisa bonita nesse mundo, para que eu possa ver, sem a necessidade de sacrificar tão belo pássaro.
A moça refletiu no que acabara de ouvir. Não colheu as folhas e seguiu para sua casa.

Naquele instante, não muito longe dali, num casebre rústico, um velho de olhos fechados, sentindo o silêncio profundo de seu discípulo, disse:


- O amor verdadeiro é composto de amizade e sinceridade.
O falso amor é feito de amizade, sinceridade e egoísmo.
Feliz é o homem que sabe reconhecer na fraqueza do próximo o limite para o seu egoísmo.
E mais feliz será este homem se souber sentir no egoísmo dos outros,
a luz que ilumina a sua evolução.

Nashi, o discípulo não compreendeu

Autoria Desonhecida

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