sexta-feira, dezembro 07, 2007

AMOR - POIS QUE É PALAVRA ESSENCIAL

Amor - pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.


Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro gritode orgasmo,
num instante de infinito?


O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origemdos seres,
que Platão viu completados:é um,
perfeito em dois; são dois em um.


Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transportaa essa extrema região,
etérea, eterna?Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.


Vai a penetração rompendo nuven
se devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.


E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.


E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.


Quantas vezes morremos um no outro,
nu úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.


Então a paz se instaura.
A paz dos deuses,
estendidos na cama,
qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

Carlos Drummond de Andrade


PRIMEIRA ETAPA VENCIDA, GRAÇAS A DEUS!!!

Ontem dia 06 de dezembro
aconteceu a última gravação de 2007 do Programa Para Ouvir e Aprender.
Num clima de alegria tudo ocorreu numa boa, graças a Deus.
Agradeço a cada colega que compõe a equipe do Projeto, que tem a coordenação da minha velha amiga Rosa Rodrigues.
Eu que estou há um mês a frente da produção do Programa estou feliz da vida, pelo dever cumprido de ter conseguido produzir 45 programas, durante esse período.
Estou substituindo minha amiga Joelma Viana, que está no Departamento de Jornalismo da Rádio Rural enquanto a Farncimar Farias está de licença maternidade...
Ao final da gravação registramos alguns momentos de alegria e descontração da turma...
E que turma!!!



César, Joelma, Socorro, Rosa e Zé Maria, no estúdio de gravação do programa.

César, Socorro, Júnior, Rosa e Zé Maria



Equipe gravando a participação para o programa.


Rosa finalizando a gravação do programa




ESCREVI UM POEMA TRISTE


Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!



Mário Quintana