quinta-feira, janeiro 15, 2009

PARA VOCÊ... MEU AMOR



Estou aqui...
Com o cheiro do seu corpo em minha pele,
Com o sabor do seu beijo em minha boca...
Com o calor da sua língua quente aquecendo meus mistérios...
Ah, como é bom ter você assim...
Solto, louco...



Sentir seu abraço forte, seu cheiro de suor
que vem em meu respirar como fragrância...
Para entorpecer meus sentidos,
invadir minhas ilusões e domar minhas decissões.



Assim você chega, suave, tímido
e se aconchega no calor do meu abraço.
Feito uma criança carente
descansa contente no meu carinho...



E assim, você flutua
na mansidão gostosa da minha feição...



Oh! Meu menino!
Grande loucura da minha inspiração
como é bom me sentir protegida pela sua paixão...



Como é bom sonhar seus sonhos,
acordar seus desejos e me perder em você...



Você, pássaro majestoso
que voa lento dentro do universo dos meus sonhos...
Você, verso incompleto do meu devaneio,
rima da minha agonia, encanto da minha poesia.
Você, magia do luar que cintila minhas noites...



Você, calor do sol que aquece minhas manhãs...
Você, chuva que rega e fertiliza meu viver...
Você, rio que desce exuberante e me leva em seu remanso...
Você, lindo por do sol, da tarde de verão, que apaixona meu olhar...
Você, pecado maravilhoso que salva e me salva...



Você, a paz que me acalma e afaga minh' alma...
Você, vento leve que sopra e assanha ainda mais meus cabelos...
Você, sonho lindo que acalenta minhas noites e alicerça meus delírios...



Você, meu homem, meu amor, meu menino!
Pra você todo meu carinho...





Amo, amo, amo...VOCÊ!!!

Um grande beijo...

Socorro Carvalho

MENINO TRAVESSO

Hoje eu vou me vestir de menino travesso.
Não vou bater na tua porta, não...
Vou pular tua janela.
E não adianta trancá-la,
eu arrombo...



Se estiveres dormindo não faz mal não....
Eu vou chegar de mansinho,
Sem fazer alarde,
para não te assustares.
Eu chegarei perto de ti,
Apenas sentindo teu cheiro
De loba, de menina, de fêmea
E eu, como um lobo sedento, te acho,
Encho tua boca com minha língua...


Sentirás a pressão de meu corpo sobre o teu,
Te renderás sem nenhuma resistência...
Eu sei...
Deixar- te-ei nua para sentires meu corpo nu
Meus sentidos estarão todos atentos
Para te sentir...
O ritmo do teu corpo
em sintonia com o meu corpo.



Uma só voz, um só corpo, em um só desejo...
Eu te desejo, tu me desejas;
Eu te pertenço, tu me pertences;
Somos donos um do outro,
Somos donos da madrugada,
Somos duas estrelas com o mesmo brilho...



Somos eu e você e nada mais.
Neste momento o tempo há de parar,
As ondas do mar se acalmarão,
O silêncio se calará diante de nosso fogo....
E assistirão, intrépidos, ao nosso show...
Não temos pressa.



O amor se transforma em loucura
E, loucos que somos,
Vivemos este momento único...
A nossa loucura não termina
Continuamos nossa viagem...



Meu corpo pede o teu
que, faminto, se entrega...
Nossos corpos se falam no contato,
Nossa bocas, sedentas,
se perdem uma na outra;
Nossas mãos se perdem na vastidão
de nossos corpos;


Nosso desejo é que esta eternidade
não termine,
Que nossa fome nunca seja saciada,
Que nosso fogo jamais seja extinto!
Escuto teu choro baixinho,
Pedindo que eu a possua como nunca...



Meu desejo é entrar dentro de você
E explodir para te saciar!
Minha língua, inquieta,
procura teus cantos mais íntimos
E se perde no caminho,
onde a loucura se torna dona de nós...



Chega o momento do nosso êxtase...
Explodimos, um dentro do outro,
Não haverá jamais um momento como este!
Te sinto como jamais senti...
És minha, tão minha, somente minha
assim como eu sou teu...
Eu amo você...



Desconheço a Autoria

SONETO - LIV


ESPLÊNDIDA razão, demônio claro
do cacho absoluto, do reto meio-dia,
aqui estamos ao fim, sem solidão e sós,
longe do desvario da cidade selvagem.



Quando a linha pura rodeia sua pomba
e o fogo condecora a paz com seu sustento,
tu e eu erigimos este celeste efeito.
Razão e amor despidos vivem nesta casa.



Sonhos furiosos, rios de amarga certeza,
decisões mais duras que o sonho de um martelo
caíram na dúplice taça dos amantes.



Até que na balança se elevaram, gêmeos,
a razão e o amor como duas asas.
Assim se construiu a transparência.


(Pablo Neruda - do livro: Cem Sonetos de Amor - tradução: Carlos Nejar)