quinta-feira, março 11, 2010

MUITAS VEZES...


Muitas vezes, em nossa vida, sem nos darmos conta,
vamos pisoteando  e matando flores ao nosso redor.
Sem nos darmos conta que  elas enfeitavam
e alegravam nossos dias
com a simplicidade de suas cores
e perfumavam nossos passos com suas doces fragrâncias.
Mas somos tão prepotentes que nos trancamos de um jeito rude,
e acabamos por exterminar nossos jardins.
Assim somos nós
 diante de determinadas situações... ( em nossa vida)
Muitas vezes...
A fragilidade aliada ao medo nos  tornam covardes
e nos fazem calar sentimentos que  antes pareciam tão perfeitos.
Perdemos-nos dentro de nosso egocentrismo exagerado
e acabamos afogados dentro do vácuo
da nossa própria ignorância...

E sem nos darmos conta
 morremos  numa covardia profunda
que fere e apaga o brilho reluzente de um olhar 

 que só nos contemplava.

Muitas vezes, matamos com nossa ignorância
um amor sincero e bonito.
Quando uma simples explicação

poderia transformá-lo
nas mais gratificante lembrança de amor.

Com nosso orgulho machucamos, pisamos, abandonamos
e esquecemos, de uma hora para outra,
o que considerávamos inesquecível...

E de repente, percebemos que tudo nessa vida é findo.
Tão findo quanto imaginávamos que era...
E então...
  as boas lembranças dão lugar a tristeza e a ingratidão.

As declarações suaves de outrora
dão lugar a murmúrios de solidão.
As flores que enfeitavam as poesias e rimavam a emoção
perderam a cor, o perfume...
Desfaleceram.

Agora o vento passa devagar
e aos poucos vai levando (de mim)
a fragrância que antes perfumava de encanto os meus sentidos...

Assim cheia de imperfeições  vai seguindo a vida...
Até um dia quando nas páginas da existência
esse sentimento ilustrar apenas uma
velha página amarelada pelo tempo...
Mas mesmo assim
 Sempre terei dentro de mim a certeza ( mais pura)
 de que um dia...
Amei de VERDADE.

 


Socorro Carvalho

 


Foto: No jardim da escola Tiago Xisto
Vila Curuai - Lago Grande

TUDO... EM MEIO AO NADA


Da janela, em fim de tarde,
posso contemplar
A calmaria das águas,
O som do vento soprando nostalgia
O silencio do céu agasalhando o dia...
Em meio o vácuo da melodia
A canção da vida,
sinfonia de saudade, melancolia.
Na maestria da ausência
a miragem de lembranças nuas...
O dia se finda, e na distancia
tudo se faz poesia.
Em meio ao nada, vejo tudo,
Em meu olhar opaco
Vejo seu rosto... perdido
entre as quimeras do poema...
Então você vem em minha direção
Aloja-se  nas entrelinhas da inspiração 
E torna-se rima,
encanto de versos tristes, da minha solidão...






Socorro Carvalho

Vila Curuai - Lago Grande