sexta-feira, junho 18, 2010

RADIALISTA DELSON SANTOS DESPEDE-SE ETERNAMENTTE DOS MICROFONES


A existência é como uma poesia que contrasta-se pelos contornos surpreendentes da tristeza e da alegria. Por isso, faço uma pausa em toda a alegria pelo aniversário de Santarém, para o seguinte registro:

 
Ontem, (dia 17 de junho) em Belém, faleceu vítima de parada cardíaca o radialista Delson Santos.

Registro com tristeza e pesar a partida eterna do colega comunicador. Delson Santos trabalhou junto comigo na Rádio e TV Ponta Negra em uma época passada. Destacava-se na comunicação pelo jeito irreverente e polêmico de seus programas, sempre abordando temáticas que acabavam indo de encontro inverso a interesses de muitas pessoas, em especial das autoridades.

Mas apesar de tudo isso, Delson sempre era aquele na dele com um amor próprio percebível. As vezes, era considerado um cara chato por que falava na lata o que pensava e não estava nem ai pro resto.

Mesmo com esse jeito assim estranho de ser, nunca tive problemas com ele e com o qual sempre me dei bem.

Por isso, presto minha solidariedade a todos os familiares de Delson neste momento de dor.

E que aquele negão continue irreverente no plano superior, como sempre foi com sua voz potente e segura.

Essas flores são pra você, Delson. Sei que era um cara durão, todo machão mas mesmo assim deixo elas  com todo carinho.



Descanse em Paz!



Um abraço Delsão!!



Da sua ex-colega Socorrinho
( como você sempre me chamava pelos corredores da emissora)

 

ENTREGA DA MEDALHA PADRE FELIPE BETTENDORF


MESA CERIMONIAL

A cerimônia de entrega da Medalha Padre João Felipe Bettendorf, Comenda máxima entregue pelo poder executivo municipal a personalidades santarenas que reconhecidamente, têm realizado, através do exercício de suas profissões, relevantes trabalhos em favor do município, foi presidida pela prefeita Maria do Carmo Martins Lima, com a participação de secretários de governo, vereadores, autoridades civis e militares, representantes do poder Judiciário e do Ministério Público do Estado, convidados, alunos, jornalistas e demais populares.


O primeiro homenageado a receber a Medalha, juntamente com uma bandeira do Município de Santarém, foi o médico Alberto Tolentino Sotelo, seguido de Antonio de Oliveira (do Movimento Social), Francisco Gerson Gregório (radialista), Geraldo de Mendonça Rocha (Procurador-Geral de Justiça), Irmã Gizele Maria Pereira Marinho (diretora do Colégio Santa Clara), e Katsuo Yano (empresário).


Prefeita Maria do Carmo e o Médico Alberto Tolentino Sotelo

Prefeita Maria do Carmo e o Líder Comunitário Antonio de Oliveira



Prefeita Maria do Carmo e o Radialista Gerson Gregório 



Prefeita Maria do Carmo e o Procurador-Geral de Justiça Geraldo de Mendonça Rocha


Prefeita Maria do Carmo e a Diretora do Colégio Santa Clara
Irmã Gizele Maria Pereira Marinho


Prefeita Maria do Carmo e o Empresário Katsuo Yano

As apresentações musicais que abrilhantaram a cerimônia ficaram a cargo da Filarmônica Municipal Professor José Agostinho e d grupo da Assessoria de esporte e Lazer, Vozes da Amazônia.

Em nome dos homenageados, falou o Procurador-Geral de Justiça, Geraldo de Mendonça Rocha, que ao referir-se especificamente sobre a Comenda, emocionou-se por inúmeras vezes. ”Essa é minha querida Santarém: do encontro das águas, das catraias, da lenda do boto, da piracaia, do Irurá, das rezas, da ladainha, do artesanato de Dica Frazão, dos poetas Emir Bemerguy e Felisbelo Sussuarana, da telas de João Fona e Laurimar Leal, dos maestros Isoca e Dororó... Foi aqui que meu pai Geraldo Rocha aportou de mala e cuia e encontrou sua alma gema, Iolanda. Esta é a mais alta honraria que recebi em toda a minha vida profissional e ao lado de outros homenageados, afirmo que nos sentimos reconhecidos pelo poder público e pela população; apresento desde logo o nosso muito obrigado. Apesar de não estar morando aqui, me sinto vinculado a Santarém e é em nome do povo deste município que nossa luta sobrevive e sobreviverá”.


O presidente do poder legislativo, vereador José Maria Tapajós, agradeceu à prefeita Maria do Carmo por ter escolhido o prédio da Câmara para dar início aos festejos do aniversário de Santarém, e avalizou a indicação dos homenageados. “Todos são merecedores desta honraria e também me sinto orgulhoso em testemunhar este momento”, expressou.

Ao justificar a escolha dos homenageados, a prefeita Maria do Carmo falou que dividiu a responsabilidade com seus secretários. “Tentamos expressar em seis pessoas as características do povo de Santarém, que é trabalhador, digno, tolerante, que tem paixão e que sabe de onde veio e para onde quer ir. O que une vocês, homenageados, é o sentimento de amor por Santarém. Todos vocês colocaram tudo o que aprenderam na vida para melhorar nossa cidade e a qualidade de vida do nosso povo. Vocês serão para sempre um nome para a história de Santarém”, concluiu Maria do Carmo.

A Medalha Padre João Felipe Bettendorf foi instituída através da Lei 9.386, em 09 de junho de 1981, através de um projeto de lei apresentado pelo então vereador Antônio dos Santos Pereira, e sancionado pelo prefeito Antonio Guerreiro Guimarães.


Fonte e Fotos: PMS



JORNALISTA JOTA NINOS É O VENCEDOR DO XIII FESTIVAL DE POESIA DE SANTARÉM



Caros colegas,

Comunico com felicidade a todos, que ontem à noite (enquanto ainda comemorava a retumbante vitória de minha segunda nação, a Grécia, na Copa do Mundo) fui premiado com o 1º lugar no XIII Festival da Poesia, evento paralelo ao 3º Salão do Livro que se realiza em Santarém, com direito a um prêmio de mil reais entregue pela prefeita Maria do Carmo ontem mesmo.

A poesia vencedora "apenados" (toda escrita em letra minúscula, propositalmente) vai em anexo a todos. Ela traduz o sentimento poético absorvido por mim, como servidor do Judiciário (há 7 anos) trabalhando principalmente na organização dos tribunais do júri.


Um forte abraço poético.

JOTA NINOS

Confira abaixo o poema do Ninos e que foi o vencedor do XIII Festival de Poesias de Santarém


apenado

a pena do juiz
que dança sobre a lisa superfície,
- pálida de medo -
é a mesma pena do condenado
cuja nódoa de sangue derramado
de um ser inanimado,
transmuta-se em toner de impressão,
transforma-se em artigos e jurisprudências.


a pena do juiz
que se esparrama sobre a plácida pista branca,
como que patinando no gelo da justiça,
é a mesma pena das mães em prantos
pelo filho que morreu
e pelo que vai viver
encarcerado...


a pena do juiz
não é feita de maiúsculas fontes
nem de hiatos e hipérboles
é a síntese da antítese de uma tese
não é poesia, nem prosa
não é feita de versos ou reversos
é apenas palavra após palavra
mas carrega a semântica
de um fim em si mesmo


a pena do juiz pode ser, ou não,
o reflexo de mentes abstratas,
semblantes cansados
de homens e mulheres do povo
no tribunal da consciência.



- a dona de casa lavou a roupa suja e pendurou
sua conformação no varal, como sempre fez;

- o bancário somou os prós e contra e assinou
em branco o cheque da razão;

- o estudante de biologia não se fascinou pelo
direito e ainda prefere estudar o trypanossoma cruzis;


- a comerciária não vendeu a alma
e nem perdeu a calma ao rabiscar seu talonário;


- o gari não jogou sujeira pra baixo do tapete
e separou o joio da jóia;


- a assessora do político esqueceu o discurso demagogo
e se fez cidadania;



 
- a professora deu a aula que ainda não havia
dado e nem pensou no salário atrasado com gosto de giz.



na plateia, submersos em sono,
olhos esbugalhados têm sede de justiça
cada qual tem uma justiça
esquadrinhada no rosto
cada qual tem sua justiça
que é a mais perfeita de todos
cada qual tem sua verdade
que nem sempre é a do juiz ou do condenado
cada qual tem uma palavra a dizer
ou uma lágrima a chorar
cada qual é parte de um turbilhão
que não cabe no plenário


 pena do juiz
não contempla todas as justiças possíveis
a justiça dos advogados, dos promotores,
dos infratores, dos inocentes, dos indecentes,
dos marginalizados, dos doentes, dos alienados


mas quem tem pena do juiz
que em seu ato solitário
há de converter seu relicário
em um ato feliz ou infeliz?
talvez ele mesmo não saiba
a dimensão de sua pena...


somos todos apenados
e uma forma ou de outra...


a pena do juiz não tem pena nem alento
não tem remorso, nem contentamento
a pena do juiz é fria, como a letra da lei
e se ajusta à flácida planície branca
trilhando levemente microporos
e sulcos invisíveis de uma folha em branco
onde nódoas de sangue
transformadas em toner de impressão
se formatam em verdade impune:
a lei é de todos para todos!
a lei é de poucos para nenhum!