sexta-feira, dezembro 23, 2011

PARA VOCÊ!!! DESEJO UM FELIZ NATAL!!


Neste tempo de festa e celebração!!
Aproveito esse espaço para deixar minha mensagem de carinho e amizade a cada um e cada uma de vocês.
Que Jesus possa derramar bençãos  sobre a humanidade para que assim possamos ser pessoas melhores em cada novo dia.
Que Jesus celebre o amor em nossos corações para que possamos viver e entender o sentido real do Natal.
Que Jesus nos encha de humildade para que possamos reconhecer a presença dEle em cada irmão ao nosso redor.

E por fim,que neste Natal a humanidade possa unir-se em oração e reflexão.
E por meio dessa reflexão possamos olhar para dentro de nós e reconhecer nosso egoísmo e nossa falta de amor pelo próximo. Depois que sejamos corajosos o suficiente para pedir perdão!

É Natal! Jesus nasce e está presente entre nós.
Portanto, contagio-me por essa magia que emana no Universo para desejar a você leitor e leitora um FELIZ NATAL!


Grande abraço


Da 


Socorro Carvalho





O QUE É O NATAL?


Eu, menino, sentado na calçada, sob um sol escaldante, observava a movimentação das pessoas em volta, e tentava compreender o que estava acontecendo. 

Que é o Natal? Perguntava-me, em silêncio.
 

Eu, menino, ouvira falar que aquele era o dia em que Papai Noel, em seu trenó puxado por renas, cruzava os céus distribuindo brinquedos a todas as crianças.
 

E por que então, eu, que passo a madrugada ao relento nunca vi o trenó voador? Onde estão os meus presentes? Perguntava-me.
 

E eu, menino, imaginava que o Natal não deveria ser isso.
 

Talvez fosse um dia especial, em que as pessoas abraçassem seus familiares e fossem mais amigas umas das outras.
 

Ou talvez fosse o dia da fraternidade e do perdão.
 

Mas então por que eu, sentado no meio-fio, não recebo sequer um sorriso? Perguntava-me, com tristeza. E por que a polícia trabalha no Natal?
 

E eu, menino, entendia que não devia ser assim...
 

Imaginava que talvez o Natal fosse um dia mágico porque as pessoas enchem as igrejas em busca de Deus.
 

Mas por que, então, não saem de lá melhores do que entraram?
 

Debatia-me, na ânsia de compreender essa ocasião diferente.
 

Via risos, mas eram gargalhadas que escondiam tanta tristeza e ódio, tanta amargura e sofrimento...
 

E eu, menino, mergulhado em tão profundas reflexões, vi aproximar-se um homem...
 

Era um belo homem...
 

Não era gordo nem magro, nem alto nem baixo, nem branco, nem preto, nem pardo, nem amarelo ou vermelho.
 

Era apenas um homem com olhos cor de ternura e um sorriso em forma de carinho que, numa voz em tom de afago, saudou-me:
 

Olá, menino!
 

Oi!... respondi, meio tímido.
 

E, com grande admiração, vi-o acomodar-se a meu lado, na calçada, sob o sol escaldante.
 

Eu, menino, aceitei-o como amigo, num olhar. E atirei-lhe a pergunta que me inquietava e entristecia:
 

Que é o Natal?
 

Ele, sorrindo ainda mais, respondeu-me, sereno:
 

Meu aniversário.
 

Como assim? Perguntei, percebendo que ele estava sozinho.
 

Por que você não está em casa? Onde estão os seus familiares?
 

E ele me disse: Esta é a minha família, apontando para aquelas pessoas que andavam apressadas.
 

E eu, menino, não compreendi.
 

Você também faz parte da minha família... Acrescentou, aumentando a confusão na minha cabeça de menino.
 

Não conheço você! eu disse.
 

É porque nunca lhe falaram de mim. Mas eu o conheço. E o amo...
 

Tremi de emoção com aquelas palavras, na minha fragilidade de menino.

Você deve estar triste, comentei. Porque está sozinho, justo no dia do próprio aniversário...
 

Neste momento, estou com você! Respondeu-me, com um sorriso.
 

E conversamos...uma conversa de poucas palavras, muito silêncio, muitos olhares e um grande sentimento, naquela prece que fazia arder o coração e a própria alma.
 

A noite chegou... E as primeiras estrelas surgiram no céu.
 

E conversamos... Eu, menino, e ele.
 

E ele me falava, e eu O entendia. E eu O sentia. E eu O amava...
 

Eu, menino: sou as cordas. Ele: o artista. E entre nós dois se fez a melodia!...
 

E eu, menino, sorri...
 

Quando a madrugada chegou e, enquanto piscavam as luzes que iluminavam as casas, Ele se ergueu e eu adivinhei que era a despedida. E eu suspirava, de alma renovada.
 

Abracei-O pela cintura, e lhe disse: Feliz aniversário!
 

Ele ergueu-me no ar, com Seus braços fortes, tão fortes quanto a paz, e disse-me:
 

Presenteie-me compartilhando este abraço com a minha família, que também é sua... Ame-os com respeito. Respeite-os com ternura, com carinho e amizade. E tenha um feliz Natal!
 

E porque eu não queria vê-lo ir-se embora, saí correndo em disparada pela rua. Abandonei-O, levando-O para sempre no mais íntimo do coração...
 

E saí em busca de braços que aceitassem os meus...
 

E eu, menino, nunca mais O vi. Mas fiquei com a certeza de que Ele sempre está comigo, e não apenas nas noites de Natal...
 

E eu, menino, sorri... pois agora eu sei que Ele é Jesus... E é por causa Dele que existe o Natal.



Autor:
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em texto de Fábio Azamor

O PRESENTE DE NATAL


Certa vez, um menino acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar.

Era o dia do aniversário do menino Jesus, e é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos.
Esperava ansiosamente o cair da noite, para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava frente a porta, pois não tinha árvore de Natal.

Dormiu muito tarde, para ver se conseguia pegar aquele "velhinho", mas como o sono era maior do que sua vontade, dormiu profundamente.

Na manhã de Natal, observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa.

Seu pai desempregado, com os olhos cheios d’água, observava atentamente ao seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu sonho não existia, e com muita dor no coração o chama:
- meu filho, venha cá!
- papai?
- pois não filho?"
- o papai Noel se esqueceu de mim ?
O pai abraça seu filho ...
Os dois foram caminhando sem rumo, até chegar num parque e ali passearam, brincaram e se divertiram durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite.
- não meu filho... o melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços, e fique tranqüilo, pois eu sei que o papai Noel não esqueceu de você.
- mas ... todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes... acho que ele pulou a nossa casa...
- Pulou não, meu filho ...

Os dois foram caminhando sem rumo, até chegar num parque e ali passearam, brincaram e se divertiram durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite.
Chegando em casa, já muito cansado, o menino foi para o seu quarto, e escreveu um bilhete para o papai Noel:
"Querido Papai Noel,

Quero agradecer o presente que o senhor me deu. Desejo que todos os Natais que eu passe, faça com que meu pai esqueça de seus problemas, e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje.

Obrigado pela minha vida, pois descobri que não são os brinquedos que me fazem feliz, e sim, com o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais.
Obrigado. "

.. e foi dormir...

Entrando no quarto para dar boa-noite ao seu filho, o pai viu o bilhete, e a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer que todo dia fosse um Natal para ambos.

Desconheço a autoria


SÓ UMA LEMBRANCINHA


Tempos difíceis, reclamava Osório.

Tempo em que pra arrumar um empreguinho mais ou menos era preciso travar uma batalha homérica, entre currículos, rezas e mandingas. Foram mil e quinhentos candidatos pra disputar apenas uma vaga. Mesmo assim, depois de cinco anos e meio fazendo trabalhinhos esporádicos pra ganhar a vida. Osório conseguiu. A vaga era dele.

Nem acreditava, parecia coisa de Papai Noel. Salário fixo, férias, benefícios e tudo mais que tinha direito. A felicidade era tanta que nem pensou duas vezes e já entrou num financiamento de um carro. Um Gol, branco, daqueles bolinha. Sempre quis ter um Gol bolinha. Agora sabia que podia arcar com as prestações, sem medo.

Entrou na empresa no início de dezembro, ainda estava naquela fase de adaptação, conhecer o pessoal... essas coisas. Logo na segunda semana já anunciaram que o tradicional "amigo oculto" que acontecia todo fim de ano, seria nos próximos dias. Osório nunca gostou muito dessa brincadeira, até porque era um predestinado a sair em desvantagem. Desde moleque sempre dava um presente melhor do que aquele que recebia. Comprava um jogo de tabuleiro e recebia uma lapiseira, dava uma camisa de marca e ganhava um porta retrato. Desenvolveu até um certo trauma pela coisa. Só topou participar por causa da mulher, que disse que pareceria anti-social, um novato não participar da festa da empresa. Mesmo assim decidiu que desta vez não levaria desvantagem. Desta vez seria diferente.

— Olhalá, olhalá... lá vem outro. Viu só o tamanho daquilo?

— Daquilo o quê, Neide?

— Do presente, oras bolas. Olha o tamanho do pacote que o cara fez. Ai, que vergonha, que vergonha...

— Vergonha do quê, mulher?? Tá doida?

— Osório, homem de Deus. Olhalá, tá todo mundo com cada pacote que mal dá pra carregar no braço. Tem embalagem aí que dá pra comprar uns cinco presentes igual esse seu. O seu presente é o único que dá pra trazer dentro do bolso. Imagine a vergonha que a gente não vai passar...todo mundo dando presentão... e você com essa merrequinha.

— Merrequinha... Essa é boa. Foram eles mesmo que falaram "é só uma lembrancinha", então, comprei uma lembrancinha e pronto.

— Eu sei, Osório, mas também não pode ser qualquer coisa, né? Por exemplo... ali. Tá vendo aquela moça?

— Sei, a Gerente de Vendas. Que que tem?

— Pois então, você acha que uma mulher com AQUELE par de brincos, usando AQUELE colar, em cima de um salto DAQUELA altura... vai ficar contando moedinhas pra comprar presente de amigo secreto?? Olha o nível desse povo.

— Azar o dela. Pra mim lembrancinha é lembrancinha e pronto. Tivesse fixado um valor, então. Oras bolas.

— Céus, quanta ignorância... Mas não fixam justamente por isso. Pra ver a consideração que cada um tem pelo seu amigo. Dando um presente bom, quer dizer que você acha a pessoa especial, agradável... que merece um presente bonitinho. Entende? Do contrário quer dizer que aquela pessoa não significa nada mais do que algumas moedinhas.

— Um chaveirinho do Corinthians.

— Como?

— Meu amigo secreto vale um chaveirinho do Corinthians.

— MEU DEUS! Diz que é mentira!!!! Você NÃO COMPROU um chaveirinho ridículo pra dar de presente. HEIM?? FALA A VERDADE!!!

— Comprei sim, e daí? Vai que eu vou lá e compro um super presentão e EU é que recebo um chaveiro. Como é que fica???? HEIM??!! Pelo menos se eu ganhar um chaveiro a gente termina empatado.

— Ai, Osório. Você me mata de vergonha!

— Bah! Quer saber de uma coisa? Eu é que não vou ficar esquentando a cabeça. Eu vou é dar essa droga de chaveiro, mesmo e pronto. Não quero nem saber. Se aceitar beleza, senão foda-se.

— E quem é o "sortudo" que vai ganhar esse "presentão"?

— Nem sei direito. Não conheço o nome de todo mundo. É um tal de Aníbal Shigav, Shicut... algo desse tipo...

— Jesus, e como é que você vai entregar o presente pro seu amigo se nem sequer sabe quem ele é?

— Ah, chega lá eu falo "meu amigo é o Aníbal" e pronto. Duvido que tenha dois Aníbals trabalhando no mesmo lugar.

A conversa é interrompida pelos gritos de uma mulher que, em cima de uma cadeira, convoca os presentes para começarem a revelação.

— GEEEEENTE!!! GEEEENTE!!! VAMOS REVELAR O AMIGO SECREEEETO!! VEM LOOOOOGO, GEEEENTE!!

As pessoas foram se reunindo entre brincadeiras e sorrisinhos, alguns arriscavam tentar adivinhar quem o colega tinha tirado, outros ficavam comparando o tamanho dos pacotes. Depois de uns 5 minutos formou-se um grande círculo reunindo todos os participantes.

— GEEEENTE. SILÊÊÊÊNCIO, VAMOS COMEÇAR! SILÊÊÊÊÊNCIO!

O barulho foi diminuindo aos poucos, até que todos ficaram em silêncio. Novamente a mulher toma o comando.

— Olha, pra não ficar aquela bagunça de "quem começa? quem começa?", vamos fazer igual ao ano passado. Afinal, nada mais justo do que deixar o início da brincadeira para o Presidente da Empresa. Não é mesmo? Então, Vamos lá. Senhor ANÍBAL SHINASKI, pode vir pro meio.

Todos aplaudiram e gritavam, menos Osório. O nome não deixava dúvidas, Neide foi quem se manifestou primeiro.

— Osório, será que esse é o seu...

— É, parece que é!

— Ai, que vergonha, que vergonha...

Um frio correu pela espinha de Osório. Pela primeira vez começou a dar razão à esposa, deveria ter comprado um presente mais bonitinho.

Logo em seguida, o senhor Shinaski deu início à revelação.

— Bom, como vocês sabem eu não sou de falar muito, então não vou ficar enrolando. Fiquei muito feliz em ter tirado essa pessoa como amigo secreto, principalmente porque ela é nova na casa, então me sinto honrado em ter a oportunidade de dar as boas vindas e desejar um futuro brilhante dentro da nossa empresa. É com muita satisfação que revelo meu amigo secreto, o senhor OSÓRIO DA SILVA.

Se antes o frio passou pela espinha, agora ele percorreu o corpo todo. Osório engoliu seco. Por essa ele não esperava. Ter que dar um chaveiro para o homem que tinha acabado de lhe contratar. O Presidente da Empresa. Pela primeira vez na vida torceu pra ganhar um presente chinfrim de amigo secreto. Mesmo sabendo que mais chinfrim que o seu, era praticamente impossível. Levantou bem lentamente, parecia que tinha chumbo nas pernas. Ainda no meio do caminho olhou pra trás e viu Neide, com as duas mãos tapando o rosto. Chegou até o senhor Aníbal, exibiu um sorrisinho amarelo, deu-lhe um abraço e pegou o presente de suas mãos. Todos começaram "ABRE! ABRE! ABRE! ". Osório torceu pra sair alguma brincadeira besta do pacote e no final o presente ser uma cueca, um par de meias ou coisa do tipo. Abriu. Era um belo par de sapatos. Coisa fina, couro legítimo. Provavelmente era importado. Todos soltaram um "Óóóóóóhh" com olhos cheios de admiração e inveja. Osório deu uma olhadinha para o lugar aonde Neide estava sentada, mas não tinha mais ninguém lá. Agradeceu ao senhor Aníbal fazendo um gesto com a cabeça, ainda exibindo o sorrisinho amarelo. Agora era a sua vez, teria que dar seqüência à brincadeira. Já sabia o que estava por vir. Um pensamento otimista lhe veio à mente. Tudo poderia parecer muito engraçado, uma grande piada, e terminar com todos rindo do presentinho ridículo que Osório tinha comprado. Mas logo a realidade vinha à tona. Puxa vida, o cara tinha dado um sapato caríssimo e iria receber um chaveirinho em troca. Quem vai rir de uma coisa dessas???

— Errrrr....meu amigo sec...creto.... errr... gosto muito e... cof cof...ele é...errr ...o senhor ANÍBAL.

Novamente todos aplaudiram, alguns gritavam "É MARMELADA! É MARMELADA!" não acreditando em tamanha coincidência. O senhor Aníbal chegou perto, deu um abraço em Osório e recebeu de suas mãos uma caixinha embrulhada num papel barato. Novamente todo mundo começou "ABRE!ABRE". Na cabeça de Osório o coro "NÃO ABRE! NÃO ABRE!". Chegou até a pensar em algum milagre, vai que o homem abre a caixinha e encontra um relógio de ouro no lugar do chaveirinho. Fechou os olhos e fez um pensamento positivo. O senhor Aníbal finalmente abriu a caixinha mas, ao que parece, o pensamento de Osório não foi tão positivo assim.

O silêncio tomou conta do lugar, ninguém acreditava no que estavam vendo. A única coisa que se conseguia ouvir era um som baixinho de choro, lá no fundo do salão. Era Neide, que acompanhava tudo de longe. Se existia algum tipo de respeito do senhor Aníbal para com Osório, tinha terminado ali. Dava pra ver nos olhos do homem, que segurava seu presente entre o polegar e o indicador. Uma mistura de decepção e raiva. Então era isso que ele significava para o Osório? Um chaveirinho do corinthians?! Ainda mais ele, que era palmeirense roxo. O valor já nem era tão importante. A coisa ficou parecendo um grande deboche, uma desafronta.


E pensar que Osório ainda estava cumprindo período de experiência dentro da empresa. Mil e quinhentas pessoas prontas pra tomar o seu lugar, só esperando um pequeno vacilo. E não havia dúvidas que aquela situação ERA um vacilo. Precisava pensar em algo, rápido. Seu futuro estava em jogo.


Senhor Aníbal dirigiu o olhar para Osório. O olhar dele não mentia, era como se tivesse escrito na testa, em letras garrafais "O que significa esse maldito chaveiro?" Ficou um tempo encarando Osório, esperando uma explicação. Osório sabia que em questão de segundos, caso não se manifestasse, o homem tomaria a iniciativa e começaria a falar. Se isso acontecesse, seria o fim. Foi quando colocou a mão no bolso, estava ali, sua salvação, bem firme entre os seus dedos.


— TCHÃRÃÃÃÃMM!!!!!!



Pronto, caso encerrado. Muita gente ficou confusa, mas ninguém poderia condená-lo. Depois de tanto tempo ainda se pergunta se fez a coisa certa. No fundo acredita que sim, afinal, já são cinco anos dentro da mesma empresa. No meio de conversas miúdas ficou sabendo que logo na primeira semana após a festa, o senhor Aníbal se desfez do chaveirinho do corinthians. Já o Gol bolinha, não. O Gol bolinha é seu companheiro inseparável nas visitas que faz à chácara nos finais de semana.

Orlandeli




MAMÃE NOEL


Sabe por que Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da família, ele que nem compra as próprias meias? Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no corredor? Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho? Que andaria num trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e air-bag? Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe.


Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem merecia ser sócia-majoritária da Superfestas? Não é o bom velhinho.


Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais, arranjos e flores vermelhas pela casa? Quem monta a árvore de Natal, harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes? E quem desmonta essa parafernália toda no dia 6 de janeiro?


Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis. Quem enche a geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe? Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão?


Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista? Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel? Deveria ser o próprio, tão magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas. Anda muito requisitado como garoto-propaganda.


Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado?


Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais.

(Dezembro de 1998).


Martha Medeiros


MENSAGEM DE ORMANO SOUSA E FAMÍLIA


Aos amiga,

Fiz um acróstico que expressa meus sentimentos natalinos e meus desejos aos amigos.

Feliz Natal e abençoado 2012.


Ormano e família




SONETO DE NATAL


Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,


Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.


Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"


Machado de Assis 
Texto extraído do livro "Poesias Completas - Ocidentais", 1901, pág. s/nº

CARTÃO DE NATAL (AO LULA)


Querido Presidente,
Eu gostaria de lhe enviar um e-mail, mas não tenho seu endereço eletrônico. Então, conto aqui, sem ligar para as chacotas dos idiotas da objetividade, daqueles que são incapazes de acreditar em alguém, que agora há pouco, às quatro da manhã, pude, enfim, dar um abraço apertado em você.

Foi num sonho, pelo qual agradeço ao prato de macarronada que comi antes de dormir (sempre que como muito à noite, tenho sonhos reais como esse de hoje).

No sonho, pouco antes de acordar e sentar-me no computador para contá-lo, eu finalmente o encontrei e pude dizer o quanto o admiro, o quanto aplaudi seus oito anos de governo, o quanto o defendi perante os que o atacavam a despeito de toda a correção com que agiu na presidência do Brasil.

Li que seu tumor na garganta teve uma redução de 75% logo nas primeiras semanas de tratamento. Fico feliz e tenho certeza de que isso se deveu, além da sua força interior e da ajuda de Deus, à sincera corrente positiva feita pela imensa maioria dos brasileiros. Sei que muitos deles não gostavam de você por causa da imagem negativa que a mídia elitista sempre procurou veicular desde que o metalúrgico barbudo emergiu entre os operários do interior paulista no final dos anos 80.

Eu nunca caí nessa, e me orgulho de ter percebido sua sinceridade de propósitos desde o primeiro dia em que o vi, de longe, chegando à Cinelândia para um comício do saudoso Lysâneas Maciel, na campanha para governador do Rio de 1982. Havia ali, no centro do Rio, milhares de pessoas e você foi carregado até o palanque, onde fez um discurso inflamado e apaixonante. Eu pensei: esse é o cara. Vinte anos depois, ao vê-lo desfilando num carro aberto, com a faixa presidencial no peito, pela Esplanada dos Ministérios, chorei de emoção. O meu presidente tinha, finalmente, chegado lá.

Não estou nem aí se esses elogios públicos que faço a você vão afastar esse ou aquele leitor do meu blog. E nem ligo quando a minha filha me goza, dizendo que deveria colocar um pôster seu no meu quarto, de tanto que o elogio e o defendo. Mas ela no fundo sabe que não sou fanático, porque cheguei até a votar no FHC uma vez, numa época em que achei que você estava acomodado e de saco cheio.

E estou pouco ligando se a grande imprensa não contrata jonalistas que falam bem de você. Não tenho intenção nenhuma de voltar a trabalhar numa redação. Já achei um trabalho melhor. Não quero ser colega de jornalistas como aquele que te chamou de "anta" num livro e teve que fugir do Brasil de tantos processos que acumulou.

O que eu gostaria mesmo é de lhe dar um abraço apertado como dei no meu sonho de agora há pouco, dizendo que você não traiu o povo brasileiro e conseguiu, com sabedoria e honestidade de propósitos, melhorar a vida de milhões de pessoas para quem o Estado Brasileiro nunca havia olhado em 500 anos.

Os preconceituosos ainda falam em mensalão (se é que existiu mesmo, porque não acredito no Roberto Jefferson desde os tempos do programa O Povo na TV). Ignoram as falcatruas dos governos tucanos, mas reclamam que seu governo precisou comprar os votos de um bando de parlamentares insensíveis para aprovar os projetos que levaram o Brasil a uma posição nunca alcançada. Se foi preciso subornar canalhas para tirar 30 milhões de pessoas da miséria, antes assim. Melhor isso do que suborná-los para que endossassem as negociatas na venda das estatais aos estrangeiros, patrimônio que o povo brasileiro jamais terá de volta. O reconhecimento internacional ao seu governo é um cala-boca nessa elite egoísta que insiste em depreciá-lo. E o amor que o povo demonstra por você é uma prova de que fez a coisa certa.

Como brasileiro e como irmão, desejo-lhe um feliz Natal e que o ano de 2012 seja de muita saúde e alegria.

Valeu, Lula!

Por Marcelo Migliaccio - Blog Rio Acima  




* Amei o texto do Marcelo. Sou, também , uma das grandes admiradoras de Luiz Inácio Lula da Silva.Neste Natal quero que o Menino Jesus dê ao Lula SAÚDE, o resto ele corre atrás, não tenho dúvidas.Tenho opinião própria, portanto, sou fã do LULA. Muita gente fala mal dele, no entanto,   nada faz de bom para o bem da humanidade, nem mesmo pelas pessoas mais próximas. Falar mal, apontar o dedo, criticar é fácil. Agora fazer alguma coisa é  muito difícil.Geralmente quem muito fala pouco faz... Valeu Lula!!  (Socorro Carvalho)