Terça feira!! Em Santarém, cidade linda do Tapajós, o dia é despertado por um chuva forte que chega fertilizando a terra. Olho o tempo, a chuva caindo, o céu nublado, sem nenhum resquício de sol... Viajo em doces recordações, relembro carinhos trocados. O tempo frio, me remete a inúmeras saudades. Saudades... muitas delas contidas que tentam falar , mas nada podem dizer.... Então, calo-me, permaneço em silêncio. Contenho a ansiedade e no silêncio apenas contemplo a chuva caindo, linda e serena. Meu olhar perdido no infinito viaja profundamente para dentro do meu ser, nessa viagem encontro passados distantes, tempos de outrora ... Pessoas que passaram outras que ficaram... Enquanto a chuva cai sobre meu telhado. O tempo vai passando e em cada segundo que passa sinto-me invadida por uma saudade infinda, nas horas desse relógio que não pára.Saudade do encontro, do beijo, do carinho, da mensagem, do telefonema, do cheiro... Saudade da presença de alguém que não vem para preencher essa lacuna em meu peito. Mesmo que eu teime em excluir essa possibilidade do encontro, esse alguém continua a insistir e persistir em meu desejo, a se fazer devaneios em minhas noites de insônia. Vontade de um querer bem. Necessidade de sentir meu corpo carente amparado nesse peito que tanto anseio em encontrar para vir aquecer meus versos e encantar minha poesia, reacender minha inspiração.Ou de repente fazer arder as chamas da paixão. Interrogações diversas se apossam do meu existir e em cada pergunta, respostas que não consigo encontrar. Preciso me libertar. Quero a permissão para amar outra vez de um jeito intenso. E da mesma forma dar permissão para que esse alguém tão esperado possa chegar e me amar de forma constante e em cada novo instante, sem limites e sem medos. Quero fertilizar cada poema em cada gota dessa chuva que continua caindo e de repente quem sabe encontrar esse amor constante, inteiro ... que tanto anseio.
Fim de tarde... A chuva continua caindo... que frio.
Socorro Carvalho