Saiba o que é e como se defender
O que é assédio
moral?
Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um
fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é
tão antigo quanto o trabalho.
A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e
banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com
a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão
e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a
divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado
em Psicologia Social, foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o
título “Uma jornada de humilhações”.
A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha
de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde
então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e
televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela
sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo.
Assédio moral no
trabalho
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de
trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações
hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas,
relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a
um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente
de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
Melhor defesa é a
denúncia
Assédio ou violência moral no trabalho não é um fenômeno
novo, nem localizado, tanto que é objeto de pesquisas da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), que já relatou distúrbios da saúde mental
relacionado com as condições de trabalho em países como Reino Unido, Estados Unidos
e Finlândia. O problema tem se agravado e ampliado, ocorrendo a sua banalização. Diante disso, é fundamental que a sociedade e
os trabalhadores mantenham a capacidade da indignação, para não incorrer no
erro da acomodação e do conformismo.
A vítima de assédio moral pode apresentar vários sintomas
como reflexos dos abusos que está
sofrendo. É isso mesmo, segundo a médica paulista Margarida
Barreto, uma das pioneiras no
Brasil no estudo do assédio moral, que já defendeu tese de
doutorado sobre o assunto na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), os trabalhadores vítimas de assédio moral podem apresentar um ou mais
sintomas descritos acima e alguns outros como aumento da pressão arterial,
tonturas e dores de cabeça.
Dores generalizadas, palpitações e tremores, insônia ou
sonolência excessiva, diminuição da libido, idéia de suicídio, distúrbios
digestivos são sintomas que podem significar alguma doença e, portanto,
requerem atenção médica. Mas, quando o simples afastamento do local de trabalho
é remédio suficiente para a “cura”, está mais do que caracterizado o assédio
moral.
Os numerosos casos de assédio determinam uma verdadeira
epidemia em nossa sociedade. A competição no ambiente de trabalho, a
desregulamentação e desrespeito à legislação trabalhista, precarização das
relações de trabalho, além do modelo individualista redominante, que estão na raiz do assédio, são fatores cada
vez mais presentes no diaa são fatores cada vez mais presentes no dia a-dia dos trabalhadores.
CHEFE SALTO-ALTO
- Confuso e inseguro. Esconde seu desconhecimento com ordens contraditórias:
começa projetos novos, para no dia seguinte modificá- los. Exige relatórios
diários que não serão utilizados. Não sabe o que fazer com as demandas dos seus
superiores. Se algum projeto é elogiado pelos superiores, colhe os louros. Em
caso contrário, responsabiliza a “incompetência” dos seus subordinados.
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de
trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação
a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta
prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização.
A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações,
passando a ser hostilizada, Ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e
desacreditada diante dos pares. Estes, por medodo desemprego e a vergonha de
serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade,
rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam
ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o “pacto da
tolerância e do silêncio” no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se
desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.
Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral.
Este, pressupõe:
1. repetição sistemática
2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como
bode expiatório)
4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
5. degradação deliberada das condições de trabalho
Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato,
devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando
danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo
o coletivo que testemunha esses atos.
O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ’novo’
trabalhador:
’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo,
agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a
demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar ’apto’
significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpa
CHEFE BABÃO - É
aquele chefe que bajula o patrão e não larga os subordinados. Persegue e
controla cada um com “mão de ferro”. É uma espécie de capataz moderno.
A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida
do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade,
dignidade e relações afetivas e sociais,ocasionando
graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade laborativa,
desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas
relações e condições de trabalho.
A violência moral no trabalho constitui um fenômeno
internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. Apesquisa aponta para
distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países
como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As
perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e
Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal estar na
globalização”, onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos,
relacionados com as novas políticas de gestão na rganização de trabalho e que
estão vinculadas as políticas neoliberais.
O que é humilhação
É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a,
rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e
ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a,
revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a
e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.A explicitação do
assédio moral Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar
repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar,
difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao
sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/ as
pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho
acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que
apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar
tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo,
dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o
tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do/a subordinado/a, não
explicar a causa da perseguição, difamar, ridicularizar.
Estratégias do
agressor
• Escolher a vítima e isolar do grupo.
• Impedir de se expressar e não explicar o porquê.
• Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em
frente aos pares.
• Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os
comentários de sua incapacidade invadir,inclusive, o espaço familiar.
• Desestabilizar emocional e profissionalmente a vítima,
gradativamente, minando sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
• Vigilância acentuada e constante sobre a vítima
(desencadeando ou agravando doenças pré-existentes).
• Provocar a vítima a pedir demissão ou demití-la por
insubordinação. • Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
• Chamar a vítima para conversar sozinha.
CHEFE TROGLODITA
- É o chefe brusco, grotesco. Implanta as normas sem pensar e todos devem
obedecer sem reclamar. Sempre está com a razão. Seu tipo é: “eu mando e você
obedece”.
As manifestações do assédio
:
Na empresa
• Desmoralizar publicamente, afirmando que tudo está errado
ou elogiar, mas afirmar que seu trabalho é desnecessário à empresa ou
instituição.
• Não cumprimentar e impedir os colegas de almoçarem,
cumprimentarem ou conversarem com a vítima, mesmo que a conversa esteja
relacionada à tarefa.Querer saber o que estavam conversando ou ameaçar quando
há colegas próximos conversando.
• Ignorar a presença do/a trabalhador/a.
• Desviar da função ou retirar material necessário à
execução da tarefa, impedindo o
trabalho.
• Mandar executar tarefas acima ou abaixo do conhecimento do
trabalhador.
• Voltar de férias e ser demitido/a ou ser desligado/a por
telefone ou telegrama em férias.
Política de reafirmação da humilhação nas empresas com todos
os trabalhadores
• Estimular a competitividade e individualismo,
discriminando por sexo: cursos de aperfeiçoamento e promoção realizado
preferencialmente para os homens.
• Discriminação de salários segundo sexo.
• Passar lista na empresa para que os trabalhadores/as se
comprometam a não procurar o Sindicato ou mesmo ameaçar os sindicalizados.
• Impedir que as grávidas sentem durante a jornada ou que
façam consultas de pré-natal fora da empresa.
• Fazer reunião com todas as mulheres do setor
administrativo e produtivo, exigindo que não engravidem, evitando prejuízos a
produção.
• Impedir de usar o telefone em casos de urgência ou não
comunicar aos trabalhadores/as os telefonemas urgentes de seus familiares.
• Impedir de tomar cafezinho ou reduzir horário de refeições
para 15 minutos. Refeições realizadas no maquinário ou bancadas.
• Desvio de função: mandar limpar banheiro, fazer cafezinho,
limpar posto de trabalho, pintarcasa de chefe nos finais de semana.
• Receber advertência em conseqüência de atestado médico ou
por que reclamou direitos.
Com os adoecidos e
acidentados que retornam ao trabalho
• Ter outra pessoa no posto de trabalho ou função.
• Colocar em local sem nenhuma tarefa e não dar tarefa. Ser
colocado/a sentado/a olhando os outros trabalhar, separados por parede de vidro
daqueles que trabalham.
• Não fornecer ou retirar todos os instrumentos de trabalho.
• Isolar os adoecidos em salas denominadas dos
’compatíveis’. Estimular a discriminação entre os sadios e adoecidos,
chamando-os pejorativamente de ’podres, fracos, incompetentes, incapazes’.
• Diminuir salários quando retornam ao trabalho.
• Demitir após a estabilidade legal.
• Ser impedido de andar pela empresa.
• Telefonar para a casa do funcionário e comunicar à sua
família que ele ou ela não quer
trabalhar.
• Controlar as idas a médicos, questionar acerca do falado
em outro espaço. Impedir que procurem médicos fora da empresa.
• Desaparecer com os atestados. Exigir o Código
Internacional de Doenças - CID - no atestado como forma de controle.
• Colocar guarda controlando entrada e saída e revisando as
mulheres.
• Não permitir que conversem com antigos colegas dentro da
empresa.
• Colocar um colega controlando o outro colega, disseminando
a vigilância e desconfiança.
• Dificultar a entregar de documentos necessários à
concretização da perícia médica pelo INSS.
• Omitir doenças e acidentes.
• Demitir os adoecidos ou acidentados do trabalho.
Frases discriminatórias utilizadas pelo agressor
Você é mesmo difícil... Não consegue aprender as coisas mais
simples! Até uma criança faz isso... e só você não consegue!
É melhor você desistir! É muito difícil e isso é pra quem
tem garra!! Não é para gente como você!
Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de doente é em
casa! Quer ficar folgando... descansando....de férias pra dormir até mais
tarde....
A empresa não é lugar para doente. Aqui você só atrapalha!
Se você não quer trabalhar... por que não dá o lugar pra
outro?
Teu filho vai colocar comida em sua casa? Não pode sair!
Escolha: ou trabalho ou toma conta do filho!
Lugar de doente é no hospital... Aqui é pra trabalhar.
Ou você trabalha ou você vai a médico. É pegar ou largar...
não preciso de funcionário indeciso como você!
Pessoas como você... Está cheio aí fora!
Você é mole... frouxo... Se você não tem capacidade para
trabalhar... Então porque não fica em casa?
Vá pra casa lavar roupa!
Não posso ficar com você! A empresa precisa de quem dá
produção! E você só atrapalha!
Reconheço que foi acidente... mas você tem de continuar
trabalhando! Você não pode ir a médico! Oque interessa é a produção!
É melhor você pedir demissão... Você está doente... está
indo muito a médicos!
Para que você foi a médico? Que frescura é essa? Tá com
frescura? Se quiser ir pra casa de dia... tem de trabalhar à noite!
Se não pode pegar peso... dizem piadinhas “Ah... tá muito
bom para você!
Trabalhar até às duas e ir para casa. Eu também quero essa
doença!”
Não existe lugar aqui pra quem não quer trabalhar!
Se você ficar pedindo saída eu vou ter de transferir você de
empresa... de posto de trabalho... de horário...
Seu trabalho é ótimo, maravilhoso... mas a empresa neste
momento não precisa de você!
Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue
fazer essa coisa tão simples?
Você me enganou com seu currículo... Não sabe fazer metade
do que colocou no papel.
Vou ter de arranjar alguém que tenha uma memória boa, pra
trabalhar comigo, porque você...Esquece tudo!
A empresa não precisa de incompetente igual a você!
Ela faz confusão com tudo... É muito encrenqueira! É
histérica! É mal casada! Não dormiu bem... é falta de ferro!
Vamos ver que brigou com o marido!
CHEFE PROFETA -
Sua missão é “enxugar” rápido a “máquina” demitindo. Esta é a “grande
realização da sua vida”. Humilha reservadamente. As testemunhas, quando
existem, são seus superiores.
Danos da humilhação à
saúde
A humilhação nas relações de trabalho tem impacto direto na
saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. É uma das formas mais poderosas de
violência sutil nas relações rganizacionais,sendo
mais frequente com as mulheres e adoecidos. Pode ocorrer de maneira quase invisível
nas práticas perversas e arrogantes das relações autoritárias na empresa e na
sociedade. A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática costumeira no
interior das empresas.
Freqüentemente os adoecidos são responsabilizados pela queda
da produção, acidentes e doenças, sofrendo desqualificação profissional,
demissão e desemprego. Isto reforça o medo individual ao mesmo tempo em que
aumenta a submissão coletiva construída e alicerçada no medo. Por medo, passam
a produzir acima de suas forças, ocultando suas queixas na tentativa de evitar
a humilhação e a demissão.
Os laços afetivos entre colegas, que permitem a resistência,
a troca de informações e comunicação, se tornam alvo de controle das chefias. A
violência se concretiza em intimidações, difamações, ironias e constrangimento
diante de todos, como forma de impor controle e manter a ordem. Ironias
mostram-se mais eficazes que castigos. A pessoa humilhada ou constrangida passa
a vivenciar depressão, angústia, distúrbios do sono, conflitos internos e
sentimentos confusos de fracasso e inutilidade.
As emoções humanas independem do sexo. Entretanto a
manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de humilhação é
diferenciada segundo o sexo. As mulheres são mais humilhadas e expressam sua
indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas, estranhando o ambiente
que identificavam como seu.
Os homens sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com
raiva, traídos e têm vontade de vingar-se. Sentindo-se envergonhados diante da
mulher e dos filhos, os homens costumam isolar-se da família, evitam contar o
acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade,
vazio e fracasso.
Ambos os sexos passam a conviver com depressão, palpitações,
tremores, distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores
generalizadas, alteração da libido, chegando a pensamentos ou tentativas de
suicídios. Este sofrimento imposto nas relações de trabalho adoece as pessoas quando
são obrigadas a viver uma vida que não desejam, não escolheram e não suportam.
O que a vítima deve
fazer
• Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações
sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que
testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
• Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas,
principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações
do agressor.
• Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
• Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir
sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
• Exigir por escrito, explicações do ato agressor e
permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do
agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o
recibo.
• Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para
diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim
como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de
Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde
do trabalhador).
• Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos
Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou
psicólogo.
• Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o
afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima,
dignidade, identidade e cidadania.
Sintomas Mulheres Homens
Crises de choro,Dores generalizadas,Palpitações, tremores , Sentimento
de inutilidade,Insônia ou sonolência excessiva,Depressão,Diminuição da libido,Sede
de vingança,Aumento da pressão arterial ,Dor de cabeça,Distúrbios digestivos,Tonturas,Idéia
de suicídio ,Falta de apetite,Falta de ar,Passa a beber, e Tentativa de
suicídio.
CHEFE GARGANTA -
Não conhece bem o seu trabalho, mas vive contando vantagens e não admite que
seu subordinado saiba mais do que ele. Submete-o a situações vexatórias, como
por exemplo: colocá-lo para realizar tarefas acima do seu conhecimento ou
inferior à sua função.
Importante:
Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho
supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser “a próxima
vítima” e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça
que o medo reforça o poder do agressor!
Lembre-se:
O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como
vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e
constrangedoras, explicitando a degradação e liberada das condições de trabalho num
contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A
batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a
auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos
representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações
por local de trabalho (OLP),
Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em
Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos
Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação
em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.
O basta à humilhação depende também da informação,
organização e mobilização dos trabalhadores.
Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária
possível na medida em que haja “vigilância constante” objetivando condições de
trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no
incentivo a criatividade, na cooperação.
O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige
a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores
sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de
saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral.
Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de
trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.
• Sobrecarregar de trabalho ou impedir a continuidade do
trabalho.
Assédio moral é crime
O assédio ou coação moral pode ser definido como a exposição
dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongadas no exercício de suas funções, sendo mais comuns em
relações hierárquicas de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados.
Tal atitude, além de constranger, desestabiliza o empregado durante sua
permanência no ambiente de trabalho e fora dele, forçando-o muitas vezes a
desistir do emprego, acarretando prejuízos para o trabalhador e para a
organização.
DFENDA-SE. NÃO SE CALE!
DENUNCIE.
Não deixe que um(a) simples anônima apague sua História.