quarta-feira, maio 02, 2012

A IMPORTÂNCIA DE UM SORRISO...


Há pessoas que são simpáticas e outras, nem por isso. Umas esboçam sorrisos em demasia, outras porém, excedem-se na arrogância. É comum na nossa rotina diária, produzirmos um sorriso, em determinadas situações, por mais leve que o mesmo seja. A importância de um sorriso, pode mover montanhas ou arrasar totalmente a sua imagem...
Ser simpático, devia ser um dever de todas as pessoas, mas infelizmente, a maioria das vezes, a arrogância solta os seus espinhos. Viver em sociedade, com e para servir os outros, obriga a um grau de simpatia mínimo. O problema, é conseguir ser sempre simpático.
Repare com atenção no seu percurso diário, até chegar ao seu local de trabalho, e tenha bem presente a probabilidade de ter que esboçar, uns quantos sorrisos. Não só porque lhe apetece, mas acima de tudo porque é correcto, demonstra educação e, é social.
Imagine: sai de casa já à pressa e esbarra com o seu vizinho do lado. Um sorriso e um Bom Dia, é fundamental. Dá mais uns passos e entra no café, para tomar o pequeno almoço. Convém esboçar um sorriso ao empregado, pois assim, poderá ser mais bem atendida.
Posteriormente, entra no autocarro e ao comprar o bilhete, esboça outro sorriso. Chegada, ao estabelecimento/empresa para trabalhar, pronuncie outro Bom Dia, e outro sorriso, para não a rotularem de antipática ou snob. E, assim por diante...
O problema é que raras as pessoas, fazem tudo isto. O stress da cidade, não possibilita sorrisos ou gestos de educação requintada, mas deve-se saber que um simples sorriso, pode ajudar a resolver um problema num local de prestação de serviços, permitindo uma melhoria no atendimento. Isto é um facto. Acredite!
Lógico, que esta abundância de sorrisos, está relacionada com a educação que teve, quando era mais pequena. Este conjunto de regras de boa educação social, na qual se inclui a simpatia, provém desses tempos e, não do presente. A delicadeza, atenção, cordialidade, proporcionam sempre um bom investimento posterior.
Se conseguir ser simpático, as suas relações sociais e a cumplicidade com aquilo que a rodeia, estará muito mais favorecida. Mas, como é normal, nem sempre se está bem disposto. Por muito que se deseje esboçar um sorriso ou ser delicado, numa altura menos oportuna, isso é algo impossivel. Porém, uma coisa é o casual, outra é o sistemático.
Existem muitas pessoas que não mostram qualquer simpatia por pura arrogância, mas outras chegam a declarar que não o fazem, por timidez. Convém ter presente que antipatia e timidez, são coisas bem distintas e, os outros conseguirão perceber automaticamente em qual dos núcleos, se inscreve.
Sorrir, faz bem à pele por isso, não faz mal algum, desfazer-se em simpatia. Dizem mesmo, que se deve sorrir um determinado número de vezes por dia, para impedir o ataque repentino das rugas. Vista-se de sorrisos e, abrace o mundo com a sua atenção e delicadeza.

O PREÇO DA ARROGÂNCIA




Uma senhora, usando um vestido de algodão já desbotado, e seu marido, trajando um velho terno feito à mão, desceram do Trem em Boston, capital de Massachusetts, EUA, e se dirigiam timidamente ao escritório do presidente da Universidade Harvard, uma das maiores e mais importantes do mundo. Eles vinham de Palo Alto, Califórnia, e não haviam marcado entrevista.

A secretária, num relance, achou que aqueles dois, com aparência de caipiras do interior, nada tinham a fazer em Harvard.

- Queremos falar com o presidente – disse o homem em voz baixa.

- Ele está ocupado o dia todo – respondeu rapidamente a secretária.

- Está bem – respondeu o homem. Nós vamos esperar.

A secretária os ignorou por horas a fio, esperando que finalmente desistissem e fossem embora. Mas, eles ficaram ali e a secretária, um tanto frustrada, decidiu incomodar o presidente, embora detestasse fazer isso.
- Se o senhor falar com eles apenas alguns minutos, talvez resolvam ir embora – disse ela.

O presidente suspirou com irritação, mas concordou. Alguém da sua importância não tinha tempo para gente daquele tipo e ele detestava vestidos desbotados e ternos puídos em seu escritório. Com o rosto fechado foi até o casal.

- Tivemos um filho que estudou em Harvard durante um ano – disse a mulher. Ele amava Harvard e foi muito feliz aqui, mas, há um ano morreu num acidente e gostaríamos de erigir um monumento em honra a ele em algum lugar do campus.

- Minha senhora, disse rudemente o presidente. Não podemos erigir uma estátua para cada pessoa que estudou em Harvard e morreu. Se fizéssemos esse lugar pareceria um cemitério.

- Oh, não, respondeu rapidamente a senhora. Não queremos erigir uma estátua. Gostaríamos de doar um edifício à Harvard.

O presidente olhou para o vestido desbotado da mulher e para o velho terno do marido e exclamou:
- Um edifício! O senhores tem sequer uma pálida idéia de quanto custa um edifício? A Harvard tem mais de sete milhões e meio de dólares em prédios...

A senhora ficou em silencio por um momento, e então disse ao marido:

- Se é só isso que custa uma universidade, por que não termos a nossa própria?

O marido concordou.

O casal Leland Stanford levantou-se e saiu, deixando o presidente de Harvard confuso.
Viajando de volta a Palo Alto, eles fundaram lá a Universidade Stanford, uma das melhores do mundo, em homenagem ao filho, Leland Stanford Junior, ex-aluno de Harvard.

ASSÉDIO MORAL


Saiba o que é e como se defender

O que é assédio moral?

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno  novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.
A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho. A reflexão e o debate sobre o tema são recentes no Brasil, tendo ganhado força após a divulgação da pesquisa brasileira realizada por Dra. Margarida  Barreto. Tema da sua dissertação de Mestrado em Psicologia Social, foi defendida em 22 de maio de 2000 na PUC/ SP, sob o título “Uma jornada de humilhações”.
A primeira matéria sobre a pesquisa brasileira saiu na Folha de São Paulo, no dia 25 de novembro de 2000, na coluna de Mônica Bérgamo. Desde então o tema tem tido presença constante nos jornais, revistas, rádio e televisão, em todo país. O assunto vem sendo discutido amplamente pela sociedade, em particular no movimento sindical e no âmbito do legislativo.

Assédio moral no trabalho

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Melhor defesa é a denúncia

Assédio ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo, nem localizado, tanto que é objeto de pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que já relatou distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Reino Unido, Estados Unidos e Finlândia. O problema tem se agravado e ampliado, ocorrendo a sua banalização.  Diante disso, é fundamental que a sociedade e os trabalhadores mantenham a capacidade da indignação, para não incorrer no erro da acomodação e do conformismo.
A vítima de assédio moral pode apresentar vários sintomas como reflexos dos abusos que está
sofrendo. É isso mesmo, segundo a médica paulista Margarida Barreto, uma das pioneiras no
Brasil no estudo do assédio moral, que já defendeu tese de doutorado sobre o assunto na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os trabalhadores vítimas de assédio moral podem apresentar um ou mais sintomas descritos acima e alguns outros como aumento da pressão arterial, tonturas e dores de cabeça.
Dores generalizadas, palpitações e tremores, insônia ou sonolência excessiva, diminuição da libido, idéia de suicídio, distúrbios digestivos são sintomas que podem significar alguma doença e, portanto, requerem atenção médica. Mas, quando o simples afastamento do local de trabalho é remédio suficiente para a “cura”, está mais do que caracterizado o assédio moral.
Os numerosos casos de assédio determinam uma verdadeira epidemia em nossa sociedade. A competição no ambiente de trabalho, a desregulamentação e desrespeito à legislação trabalhista, precarização das relações de trabalho, além do modelo individualista redominante, que  estão na raiz do assédio, são fatores cada vez mais presentes no diaa são fatores cada vez mais presentes no dia  a-dia dos trabalhadores.

CHEFE SALTO-ALTO - Confuso e inseguro. Esconde seu desconhecimento com ordens contraditórias: começa projetos novos, para no dia seguinte modificá- los. Exige relatórios diários que não serão utilizados. Não sabe o que fazer com as demandas dos seus superiores. Se algum projeto é elogiado pelos superiores, colhe os louros. Em caso contrário, responsabiliza a “incompetência” dos seus subordinados.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização.
A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, Ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medodo desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o “pacto da tolerância e do silêncio” no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ’perdendo’ sua auto-estima.
Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe:
1. repetição sistemática
2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego)
3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório)
4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses)
5. degradação deliberada das condições de trabalho
Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos.
O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ’novo’ trabalhador:
’autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar ’apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpa

CHEFE BABÃO - É aquele chefe que bajula o patrão e não larga os subordinados. Persegue e controla cada um com “mão de ferro”. É uma espécie de capataz moderno.


A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e  sociais,ocasionando graves danos à saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos paises desenvolvidos. Apesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do ’mal estar na globalização”, onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na rganização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.

O que é humilhação

É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a, inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a, mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.A explicitação do assédio moral Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/ as pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do/a subordinado/a, não explicar a causa da perseguição, difamar, ridicularizar.

Estratégias do agressor

• Escolher a vítima e isolar do grupo.
• Impedir de se expressar e não explicar o porquê.
• Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.
• Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir,inclusive, o espaço familiar.
• Desestabilizar emocional e profissionalmente a vítima, gradativamente, minando sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
• Vigilância acentuada e constante sobre a vítima (desencadeando ou agravando doenças pré-existentes).
• Provocar a vítima a pedir demissão ou demití-la por insubordinação. • Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
• Chamar a vítima para conversar sozinha.

CHEFE TROGLODITA - É o chefe brusco, grotesco. Implanta as normas sem pensar e todos devem obedecer sem reclamar. Sempre está com a razão. Seu tipo é: “eu mando e você obedece”.
As manifestações do  assédio :

Na empresa

• Desmoralizar publicamente, afirmando que tudo está errado ou elogiar, mas afirmar que seu trabalho é desnecessário à empresa ou instituição.
• Não cumprimentar e impedir os colegas de almoçarem, cumprimentarem ou conversarem com a vítima, mesmo que a conversa esteja relacionada à tarefa.Querer saber o que estavam conversando ou ameaçar quando há colegas próximos conversando.
• Ignorar a presença do/a trabalhador/a.
• Desviar da função ou retirar material necessário à execução da tarefa, impedindo o
trabalho.
• Mandar executar tarefas acima ou abaixo do conhecimento do trabalhador.
• Voltar de férias e ser demitido/a ou ser desligado/a por telefone ou telegrama em férias.
Política de reafirmação da humilhação nas empresas com todos os trabalhadores
• Estimular a competitividade e individualismo, discriminando por sexo: cursos de aperfeiçoamento e promoção realizado preferencialmente para os homens.
• Discriminação de salários segundo sexo.
• Passar lista na empresa para que os trabalhadores/as se comprometam a não procurar o Sindicato ou mesmo ameaçar os sindicalizados.
• Impedir que as grávidas sentem durante a jornada ou que façam consultas de pré-natal fora da empresa.
• Fazer reunião com todas as mulheres do setor administrativo e produtivo, exigindo que não engravidem, evitando prejuízos a produção.
• Impedir de usar o telefone em casos de urgência ou não comunicar aos trabalhadores/as os telefonemas urgentes de seus familiares.
• Impedir de tomar cafezinho ou reduzir horário de refeições para 15 minutos. Refeições realizadas no maquinário ou bancadas.
• Desvio de função: mandar limpar banheiro, fazer cafezinho, limpar posto de trabalho, pintarcasa de chefe nos finais de semana.
• Receber advertência em conseqüência de atestado médico ou por que reclamou direitos.

Com os adoecidos e acidentados que retornam ao trabalho

• Ter outra pessoa no posto de trabalho ou função.
• Colocar em local sem nenhuma tarefa e não dar tarefa. Ser colocado/a sentado/a olhando os outros trabalhar, separados por parede de vidro daqueles que trabalham.
• Não fornecer ou retirar todos os instrumentos de trabalho.
• Isolar os adoecidos em salas denominadas dos ’compatíveis’. Estimular a discriminação entre os sadios e adoecidos, chamando-os pejorativamente de ’podres, fracos, incompetentes, incapazes’.
• Diminuir salários quando retornam ao trabalho.
• Demitir após a estabilidade legal.
• Ser impedido de andar pela empresa.
• Telefonar para a casa do funcionário e comunicar à sua família que ele ou ela não quer
trabalhar.
• Controlar as idas a médicos, questionar acerca do falado em outro espaço. Impedir que procurem médicos fora da empresa.
• Desaparecer com os atestados. Exigir o Código Internacional de Doenças - CID - no atestado como forma de controle.
• Colocar guarda controlando entrada e saída e revisando as mulheres.
• Não permitir que conversem com antigos colegas dentro da empresa.
• Colocar um colega controlando o outro colega, disseminando a vigilância e desconfiança.
• Dificultar a entregar de documentos necessários à concretização da perícia médica pelo INSS.
• Omitir doenças e acidentes.
• Demitir os adoecidos ou acidentados do trabalho.
Frases discriminatórias utilizadas pelo agressor
Você é mesmo difícil... Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso... e só você não consegue!
É melhor você desistir! É muito difícil e isso é pra quem tem garra!! Não é para gente como você!
Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de doente é em casa! Quer ficar folgando... descansando....de férias pra dormir até mais tarde....
A empresa não é lugar para doente. Aqui você só atrapalha!
Se você não quer trabalhar... por que não dá o lugar pra outro?
Teu filho vai colocar comida em sua casa? Não pode sair! Escolha: ou trabalho ou toma conta do filho!
Lugar de doente é no hospital... Aqui é pra trabalhar.
Ou você trabalha ou você vai a médico. É pegar ou largar... não preciso de funcionário indeciso como você!
Pessoas como você... Está cheio aí fora!
Você é mole... frouxo... Se você não tem capacidade para trabalhar... Então porque não fica em casa?
Vá pra casa lavar roupa!
Não posso ficar com você! A empresa precisa de quem dá produção! E você só atrapalha!
Reconheço que foi acidente... mas você tem de continuar trabalhando! Você não pode ir a médico! Oque interessa é a produção!
É melhor você pedir demissão... Você está doente... está indo muito a médicos!
Para que você foi a médico? Que frescura é essa? Tá com frescura? Se quiser ir pra casa de dia... tem de trabalhar à noite!
Se não pode pegar peso... dizem piadinhas “Ah... tá muito bom para você!
Trabalhar até às duas e ir para casa. Eu também quero essa doença!”
Não existe lugar aqui pra quem não quer trabalhar!
Se você ficar pedindo saída eu vou ter de transferir você de empresa... de posto de trabalho... de horário...
Seu trabalho é ótimo, maravilhoso... mas a empresa neste momento não precisa de você!
Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue fazer essa coisa tão simples?
Você me enganou com seu currículo... Não sabe fazer metade do que colocou no papel.
Vou ter de arranjar alguém que tenha uma memória boa, pra trabalhar comigo, porque você...Esquece tudo!
A empresa não precisa de incompetente igual a você!
Ela faz confusão com tudo... É muito encrenqueira! É histérica! É mal casada! Não dormiu bem... é falta de ferro!
Vamos ver que brigou com o marido!

CHEFE PROFETA - Sua missão é “enxugar” rápido a “máquina” demitindo. Esta é a “grande realização da sua vida”. Humilha reservadamente. As testemunhas, quando existem, são seus superiores.

Danos da humilhação à saúde

A humilhação nas relações de trabalho tem impacto direto na saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. É uma das formas mais poderosas de violência sutil nas relações  rganizacionais,sendo mais frequente com as mulheres e adoecidos. Pode ocorrer de maneira quase invisível nas práticas perversas e arrogantes das relações autoritárias na empresa e na sociedade. A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática costumeira no interior das empresas.

Freqüentemente os adoecidos são responsabilizados pela queda da produção, acidentes e doenças, sofrendo desqualificação profissional, demissão e desemprego. Isto reforça o medo individual ao mesmo tempo em que aumenta a submissão coletiva construída e alicerçada no medo. Por medo, passam a produzir acima de suas forças, ocultando suas queixas na tentativa de evitar a humilhação e a demissão.
Os laços afetivos entre colegas, que permitem a resistência, a troca de informações e comunicação, se tornam alvo de controle das chefias. A violência se concretiza em intimidações, difamações, ironias e constrangimento diante de todos, como forma de impor controle e manter a ordem. Ironias mostram-se mais eficazes que castigos. A pessoa humilhada ou constrangida passa a vivenciar depressão, angústia, distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos confusos de fracasso e inutilidade.

As emoções humanas independem do sexo. Entretanto a manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de humilhação é diferenciada segundo o sexo. As mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas, estranhando o ambiente que identificavam como seu.

Os homens sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-se. Sentindo-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, os homens costumam isolar-se da família, evitam contar o acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio e fracasso.
Ambos os sexos passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido, chegando a pensamentos ou tentativas de suicídios. Este sofrimento imposto nas relações de trabalho adoece as pessoas quando são obrigadas a viver uma vida que não desejam, não escolheram e não suportam.


O que a vítima deve fazer


• Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
• Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
• Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
• Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
• Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.
• Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão  de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).
• Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
• Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.
Sintomas Mulheres Homens
Crises de choro,Dores generalizadas,Palpitações, tremores , Sentimento de inutilidade,Insônia ou sonolência excessiva,Depressão,Diminuição da libido,Sede de vingança,Aumento da pressão arterial ,Dor de cabeça,Distúrbios digestivos,Tonturas,Idéia de suicídio ,Falta de apetite,Falta de ar,Passa a beber, e Tentativa de suicídio.

CHEFE GARGANTA - Não conhece bem o seu trabalho, mas vive contando vantagens e não admite que seu subordinado saiba mais do que ele. Submete-o a situações vexatórias, como por exemplo: colocá-lo para realizar tarefas acima do seu conhecimento ou inferior à sua função.

Importante:
Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser “a próxima vítima” e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

Lembre-se:
O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação  e liberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP),
Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas  Delegacias Regionais do Trabalho.
O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores.
Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja “vigilância constante” objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.
O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral.
Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.
• Sobrecarregar de trabalho ou impedir a continuidade do trabalho.

Assédio moral é crime

O assédio ou coação moral pode ser definido como a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados. Tal atitude, além de constranger, desestabiliza o empregado durante sua permanência no ambiente de trabalho e fora dele, forçando-o muitas vezes a desistir do emprego, acarretando prejuízos para o trabalhador e para a organização.

DFENDA-SE. NÃO SE CALE!
DENUNCIE.

Não deixe que um(a) simples anônima apague sua História.

Fonte: prt5