sexta-feira, maio 04, 2012

SEM VOCÊ AQUI...



As horas passam...
O relógio se torna meu  inimigo, 
No tempo  em que tu não vens.
A cada segundo fica o vazio do espaço,
Sem tua presença.
A lacuna em meu olhar...
Busca tua imagem.
No vão infinito,
Perde-se na imensidão.
A paisagem está  pálida
Sem   a alegria do teu sorriso.
Os  sentidos  se  aguçam
Lembranças.
Saudade  tua...
Expelidas em minha pele, em minha boca.


Socorro Carvalho


A GENÉTICA CONDICIONA A FELICIDADE


Uma era de felicidade simplesmente não é possível porque as pessoas querem apenas desejá-la, mas não possuí-la, e cada indivíduo aprende durante os seus bons tempos a de facto rezar por inquietações e desconforto. O destino do homem está projetado para momentos felizes — toda a vida os têm —, mas não para eras felizes. Estas, porém, permanecerão fixadas na imaginação humana como "o que está além das montanhas", como um legado de nossos ancestrais: pois o conceito de uma era de felicidade foi sem dúvida adquirido nos tempos primordiais, a partir da condição em que, depois de um esforço violento na caça e na guerra, o homem se entrega ao repouso, estica os membros e sente as asas do sono roçando a sua pele. Será uma falsa conclusão se, na trilha dessa remota e familiar experiência, o homem imaginar que, após eras inteiras de labor e inquietação, ele poderá usufruir, de modo correspondente, daquela condição de felicidade intensa e prolongada.


Friedrich Nietzsche, in "Humano, Demasiado Humano"



MINHA TARDE DE QUINTA FEIRA...


Fim de tarde, tudo prometia ser um final de tarde comum.
O fim do expediente de trabalho, a ida para a Universidade.
O trajeto da emissora até a ponto de ônibus e a bendita espera por um coletivo
que demora tempo para passar.
A espera.
Olhar atento .
Pessoas que vem e que vão.
Roupas estranhas, outras não.
Mulheres, homens, crianças, jovens, anciãos...
Enquanto isso, na minha espera, apenas observo.
De repente, lá vem aquela mulher.
De estatura baixa, vestindo roupa suja  e rasgada.
Ela traz  nas mãos sacos,  cheios de lixo.
A minha frente, uma lixeira.
De repente, para minha surpresa.
A mulher larga os sacos no chão e se dirige até a lixeira, diante de mim.
O lixo arrumadinho em sacos, logo é espalhado, enquanto ela continua  buscando, procurando.
Mexe daqui, remexe dali e  de debaixo do lixo,
 ela arranca um saco branco com  algo dentro e bem amarrado.
Atenta, continuo observando.
Para minha surpresa, ela rasga o saco e de dentro retira um marmitex...
E  quando percebe as sobras de comidas, deixa tudo de lado, agarra com garra a marmita e começa a comer a comida.A fome parecia grande e em cada mordida parecia ser aquilo o melhor prato do mundo.
Que cena estarrecedora, aos meus olhos, naquele final de tarde.
De repente, minha saudade, minha preocupação com meu problemas se tornaram pequenos diante daquele fato  tão estranho.
Porém, tão comum em muitas realidades.
Continuei a observar.
 Pessoas passando de cá, pra lá, pra cá e nenhuma delas demonstrara tamanho susto feito eu.
E tive até a  impressão que aquela  cena era muito comum.
Enquanto a mulher  se degustava com os restos de comida  retirados do lixo, eu apenas refletia.
Em minha mente muitas indagações.
 Como se chamava aquela mulher?  Maria? Antonia? Josefá?
Tem família? Não tem? De onde ela é? De onde veio?Não sei.
Só sei que ela continua por ai, pelas ruas perambulando, juntando lixo para comer.
Enquanto muitas vezes nos  esquecemos  de agradecer  pelo  alimento digno
que todos os dias está sobre a nossa mesa.
Puxa, vida!
Então pensei...
Quanta injustiça ainda está inserida em nossa sociedade, quanta fome ainda existe apesar de todas as nossas riquezas.
Seria só um fim de tarde comum...
se não tivesse ocorrido aquela cena brusca de miséria, tão perto de mim.
Muitas vezes reclamamos de  tudo, enquanto muitos e muitas não têm nada.

Socorro  Carvalho 

ÁLVARO ADOLFO DA SILVEIRA!! 50 ANOS EDUCANDO !!


Uma vez CEAAS ( Colégio Estadual Álvaro Adolfo da Silveira)  e SEMPRE. Impossível estudar naquela escola maravilhosa e não se apaixonar. Comprovo isso, ao vivo, meu filho Pedro Carvalho é um dos novos apaixonados pelo CEAAS. Certamente uma paixão inesquecível e um amor incondicional. Também assisti a matéria na Tv , ontem ,e também fiquei emocionada. E meu filho, nem se fala.Tem um orgulho de vestir aquela camisa.
Não fiz os peixinhos do professor Do Vale, mas tive a honra de , pelo menos conhecer professor Aluísio Martins, que me roubou lágrimas quando partiu bruscamente para a eternidade, e como um grande educador que foi, teve a honra de ser velado dentro do CEAAS. 

Donaldo Pedroso!! Muito bem lembrado, com suas aulas de tópicos. O terror dos preguiçosos. E quem não anotava, com ele, se dava mal. Bastava ele dizer, vale ressaltar que... podia anotar que ele ia cobrar  aquilo, logo, logo. Na minha época Donaldo lecionava História e OSPB(m quem ainda lembra?)  o bom, nisso tudo, é  que nunca tirei nota vermelha com ele. 

Por lá conheci dois Flávios,o Carvalho e o Cruz , duas figuras inesquecíveis,  ambos professores de Biologia, o carro chefe da minha área. Eu estudava CB ( Ciências Biológicas) e acabei  trocando os backs,  microscópios, fórmulas e a genética  pela comunicação, vê se pode?Pode sim. Mas deixa isso pra lá...


 No CEAAS  fiz grandes amizades, vivi  momentos inesquecíveis. O grupo de estudos na casa da Odete Costa, junto com Alba Corrêa, Jilcélia, Edeileide, Jurani , Francenilson,  e tantos outros colegas.


E  Ester Navarro, aonde andará? Ester e sua Química cheia de fórmulas e fórmulas, netil, pra cá, metano, dipropeno pra lá... rsrs E professor Ronan com sua Física de deslocamento, tempo, velocidade... e minha primeira nota vermelha e única, em minha vida de estudante do CEAAS. Professor Batistinha e depois o capitão Batistão com a Matemática e suas histórias divertidas de policial. Ainda estão por lá, Margarida, professor Jorge, Mara... e para elas e ele é como se o tempo não passasse, puxa!!Álvaro Adolfo...grande escola da minha paixão, agora JUBILEU DE OURO. Tantas coisas lindas vivi.Muitos pastelões dividi.. que saudade, quantas lembranças.

 Enfim, só tenho orgulho de ter passado nessa escola linda, acolhedora. Agora o mestre Álvaro Adolfo está coroa, até grisalho, quem sabe,  mesmo assim, continua encantador despertando grandes paixões e amores em outras gerações!!


É bem verdade dizer. Uma vez ALVARO ADOLFO, SEMPRE ALVARO ADOLFO. Parabéns, para nós que tivemos a honra de fazer parte dessa história. Eu, mais honrada e orgulhosa ainda, em poder ter visto meu filho tocando na respeitada  Banda Marcial  e o melhor,  todo lindo vestindo aquele uniforme , tão simples, porém tão significativo e querido. 

O tempo passa, porém, jamais consegue roubar de nós as lembranças boas das pessoas e momentos especiais. Não dá pra esquecer nem mesmo a brincadeira ( de mal gosto) das Nira e da Luciene, gritando meu nome  dentro do ônibus loitado. Foi que  eu caí na bobagem de dizer que odeio alaridos dentro do ônibus. E por isso, elas gritavam e gritavam, ficava morta de vergonha, mas depois achava tudo muito engraçado. 


Ah, Rúbia, falar dos meus tempos de COLÉGIO ÀLVARO ADOLFO DA SILVEIRA é sempre uma viagem. Digo, Colégio, pois era assim denominado no tempo que lá estudava... Valeu Álvaro Adolfo!!  Parabéns pelo Jubileu de Ouro!! 50 anos  educando ilustres santarenos e santarenos nessa tão linda e hospitaleira cidade. Amo o Álvaro Adolfo!!E você?



Socorro Carvalho