quinta-feira, junho 21, 2012

MINHA METADE


Hoje, estou com saudade...
De me sentir aconchegada, 
Envolvida pelo  calor,  de pele quente.


Hoje, acordei com vontade, de beijar na boca,
De olhar nos olhos, e ver desejo no olhar.


Hoje, percebi que meu mundo está vazio...
Ando só.
Sempre,  estou sozinha.

De repente, 
Vejo o dia amanhecer, a tarde passar e a noite chegar.
Enquanto continuo aqui,  retida nessa  vã espera.


Vi o por do sol,
Mas não consegui fazer poesia.
Meus poros, necessitavam de pele, de cheiro, de presença...
Porém, estava só, perdida em meus  devaneios contidos.
Enquanto vejo a vida  passando...

Olho no espelho e me dou conta

Do tempo, da espera, da ilusão.

Quando  a noite chega 
Deito-me.
O tempo passa voando e logo vem a madrugada.
Enquanto a  insônia é fria,  malvada,
Rouba meu sono, os sonhos...
Arranca minhas lágrimas.


As horas passam apressadas.
O dia surge...
Continuo só.
E junto de mim, apenas a solidão é fiel.


Hoje, preciso de cheiro de gente, de desejo.
Quero tocar e ser tocada,  com liberdade...
Deixar  me contagiar com bobagens, loucuras,
Sem promessas que não possam ser cumpridas;

Quero me despir dos medos...
Viver momentos  intensos,  sem me limitar.

Hoje, quero a liberdade de caminhar sem destino,
Parar num lugar qualquer, ver o por do sol...


Até encontrar você, minha outra metade...
De verdade.

Socorro Carvalho

 Santarém, 20 de junho de 2012.

Tem dias que  nos sentimos assim... sei lá.
Hoje estou assim... sei lá.

21 DE JUNHO – “ É DIA DE MEU ANIVERSÁRIO...”



É uma data que emite muitos signos pra mim. É dia de meu aniversário! É o penúltimo dia da Conferência Mundial no Rio de janeiro, como sabemos! E quero compartilhar com vcs, irmãos, amigos, parceiros e aliados da luta social indígena em o nosso Brasil. Deste momento.

Meu desejo é que nesta data especial, as mulheres indígenas de hoje, que estão nas universidades ou por ali passaram e obtiveram seus títulos de graduação, pós-graduação, entre elas a Joênia Makuxi, Isabel Taukane Kura-Bakairi, as irmãs Kaingang Sônia e Lúcia Fernanda, e outras tantas quantas se encontram no anonimato, sejam nossas referências, ponto de apoio e que continuem fazendo diferença para  fortalecimento do autêntico movimento de união nacional indígena. Como mães, guerreiras e educadoras, façam valer a fraternidade, igualdade e liberdade entre as diversidades culturais e étnicas indígenas do nosso país.
 Que sejam até mesmo ser menos vaidosas do que nós, os guerreiros, que às mais das vezes, pecamos pelo excesso de zelo por querer estar em tudo e em todos os espaços dentro desse movimento, impedindo fluir novos valores, novas forças, novas ideias e novas lideranças.
Que nós, os homens indígenas, a exemplo dos nossos tradicionais, pais e avós, saibamos trabalhar nossas mentes e corações pra ser mais irmão, mais parente, mais humilde, mais humano na troca de ideias, proposições e suguestões.

 São os meus sinceros pensamentos que coloco para exposição diante do nosso grande arquiteto e criador Kuamoty ou Grande Espírito. Grato a todos pela atenção.

Alâ Ise, Estevão Carlos Taukane.

SABEDORIA ÍNDIGENA