Ninguém é melhor que o outro se
não é consciente de seus próprios limites e reconhece os do outro. Há tempo
penso numa oportunidade para expressar o que faço agora, e espero de alguma
forma, chegar aos destinatários tentei arranjar um email mas não
consegui, assim quem puder me ajude que esta mensagem chegue até eles. Por
muito tempo fui marcado por um ódio, rancor e um desejo de me vingar de vocês,
sem notar que o único culpado de meu fracasso fui eu mesmo.
Durante anos fizemos parte de uma
família o que nos levou a ter os mesmos problemas e conflitos das famílias
naturais. Acredito ainda que somos irmãos, embora a vida tenha nos dado rumos
aparentemente opostos. È neste sentido que me reporto, não com o desejo de
recriar aquela situação, mas de começar a viver (mesmo depois dos 40), me
livrar das amarras destes sentimentos ruins que por década me martirizaram, que
hoje acredito perderam total sentido.
Deixem-me ser livre, dizer que me
perdoam como já os perdoei, sem hipocrisia, sendo verdadeiro. Isto me
impulsionará a construir meu destino livre destes percalços do passado. Foi a
falta de um diálogo sincero, franco que até o momento deixou esta situação
incômoda, mas basta, agora coloquemos um fim.
Rogo para que continuem sendo
dignos homens de D’us e que cada um em seu ministério seja marcado pelo desejo
de servir mais e melhor. Não quero “exorcizar todos os demônios”, pois ainda
continuo sendo eu, porém mais maduro e consciente de meus limites. Eu quero matar
meu orgulho o que me fará doravante me sentir menos frustrado, pois dou como
vencida esta demorada etapa. Queria fazer isso pessoalmente através de uma
conversa, mas na sendo possível, e em consoante com os antigos, que
preconizaram serem as palavras ditas se perderem ao vento, mas as escritas tem
um dom de se eternizarem.
As pessoas que conheceram jamais
teria coragem de falar ou escrever o que aqui foi expresso, mas o tempo é
outro. Uma pedra em cima de um papel não faz um risco sequer, contudo jogada na
água faz círculos perfeitos, portanto é preciso sair de nós mesmo, do nosso
lugar para perceber o quão inútil fomos e descobrir que também além dos erros
somos capazes de fazer o certo, o que beira a perfeição: o círculo.
Entendam isto como uma tentativa
de ser lançado à água, pois por muito tempo estive em cima de um papel estéril.
Agradeço a D’us pelo tempo e a oportunidade de poder fazê-lo. Sem outra
intenção a não ser o que foi dito nestas poucas linhas, aprendi a ser eu sem
menosprezar ou minimizar o outro.
Do claustro da vida e claudicante
Nonato Sousa.