domingo, junho 30, 2013

A BENÇÃO DA HUMILDADE

A revista alemã "Focus" publicou uma reportagem sobre o tema "Eu, eu, eu". Ela tratava do culto ao eu – que aumenta cada vez mais em meio à nossa população – no qual cada um se considera cada vez mais importante. Cresce a sociedade que quer levar vantagem em tudo, que não recua diante de nenhum meio para alcançar seus objetivos. É indiferente se outros têm de sofrer com isso – o que importa é que se consiga o primeiro lugar. Um dos lemas em curso entre a juventude é: "Eu sou mais eu".

Também esta é mais uma prova de que a Palavra de Deus é confiável, pois ela diz o seguinte acerca dos "últimos dias": "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos" (Mt 24.12). Quem não cuida e não vigia, torna-se cada vez mais egoísta e nem o nota, mesmo sendo cristão. O egocentrismo, o culto ao eu se infiltra onde a Palavra de Deus é deixada de lado – e com isso é deixado de lado o relacionamento íntimo com Jesus Cristo. David H. Stern traduz essa passagem muito acertadamente da seguinte maneira: "O amor de muitas pessoas esfriará porque a Torá se afasta cada vez mais delas" (Novo Testamento judaico). Não se convive mais com a Sagrada Escritura. Mas é só através do contato com a Palavra de Deus, através do amor do Espírito Santo e da comunhão com Jesus Cristo que adquirimos a capacidade de sermos humildes.

Satanás abandonou a Palavra de Deus por seu orgulho sem limites – e caiu. Igualmente cristãos que não mais são dirigidos pela Palavra de Deus e pelo Seu Espírito Santo se tornam vítimas do orgulho. Tornam-se ambiciosos e se acham cada vez mais importantes – e a causa de Jesus é empurrada para segundo plano.

POR TRÁS DAS MANIFESTAÇÕES DE MASSA




Para quem busca uma sociedade mais justa, é uma alegria e alento ver o povo ir às ruas não somente para o carnaval e partidas de futebol, mas também para expressar sua insatisfação com diversos aspectos do país. Evidentemente, nenhuma pessoa de bom senso é favorável a atos de vandalismo e violência. Entretanto, fica cada vez mais claro que tais abusos são cometidos por indivíduos estranhos às manifestações.

Sem dúvida, ainda é cedo para conclusões e mesmo análises mais completas dessas movimentações. Entretanto, podemos propor algumas impressões primeiras. Sem dúvida, um ato social e de conteúdo político reunindo milhares de pessoas tem de ser levado a sério. Indica que as formas atuais de fazer política merecem uma séria revisão. É direito da sociedade expressar sua insatisfação e exigir correção de rota em tudo o que diz respeito ao interesse coletivo. Os políticos e seus partidos podem representar uma parte da sociedade. Os governantes recebem um mandato para dirigir o país, mas devem sempre prestar contas à sociedade que os elegeu. Representar os eleitores não significa substituí-los, ou ignorar e menosprezar o sentimento popular. Essas manifestações de massa expressam uma insatisfação que vem se aprofundando em amplos setores da população em relação aos três poderes que nos governam. Independentemente da política partidária e de posições ideológicas, grande parte da juventude aspira a formas novas de exercício da autoridade, gerência do público e do bem comum.
 

LEONARDO BOFF - SOBRE O MOMENTO HISTÓRICO VIVIDO NO BRASIL



Estou fora do país, na Europa a trabalho e constato o grande interesse que todas as mídias aqui conferem às manifestações no Brasil. Há bons especialistas na Alemanha e França que emitem juízos pertinentes. Todos concordam nisso, no caráter social das manifestações, longe dos interesses da política convencional. É o triunfo dos novos meios e congregação que são as mídias sociais.

O grupo da libertação e a Igreja da libertação sempre avivaram a memória antiga do ideal da democracia, presente, nas primeiras comunidades cristãs até o século segundo, pelo menos. Repetia-se o refrão clássico: "o que interessa a todos deve poder ser discutido e decidido por todos". E isso funcionava até para a eleição dos bispos e do Papa. Depois se perdeu esse ideal mas nunca foi totalmente esquecido. O ideal democrático de ir além da democracia delegatícia ou representativa e chegar à democracia participativa, de baixo para cima, envolvendo o maior número possível de pessoas, sempre esteve presente no ideário dos movimentos sociais, das comunidades de base, dos Sem Terra e de outros. Mas, nos faltavam os instrumentos para implementar efetivamente essa democracia universal, popular e participativa.

Eis que esse instrumento nos foi dado pelas várias mídias sociais. Elas são sociais, abertas a todos. Todos agora têm um meio de manifestar sua opinião, agregar pessoas que assumem a mesma causa e promover o poder das ruas e das praças. O sistema dominante ocupou todos os espaços. Só ficaram as ruas e as praças que, por sua natureza, são de todos e do povo.

Agora, surgiram a rua e a praça virtuais, criadas pelas mídias sociais.

AMORES ÍMPIOS



“Por favor, reprime as chamas desse amor ímpio”. A frase é de Sêneca, o filósofo. O que seria um amor ímpio? Pela definição de um honesto dicionário, ímpio é tudo que ofende a moral, a justiça, a religião, o estado das coisas. Parêntese.



A linguagem separa o ser humano da natureza. Quando conhecemos a linguagem, deixamos de dar vazão aos instintos porque passamos a ser mediados por valores e conceitos que aprendemos junto com a sintaxe e a morfologia da língua. São valores morais, éticos, religiosos, jurídicos e outros que servem para nos regular as práticas e os comportamentos. Mas os desejos regulados não somem. Os desejos proibidos são reprimidos e jogados no gavetão do inconsciente, onde ficam fervendo, esperando uma chance de se realizar. São pulsões. Pulsam, falando a seu modo em nossa vida. Querem o que queremos e os outros não deixam. Algumas viram amores platônicos e o que se ganha e o que se perde ninguém precisa saber, como diz a música. Mas algumas não se contentam com o platonismo e pagam para ver. Vazam do controle e se permitem. Parêntese.



Ímpios são os amores proibidos. Ímpios são os amores impossíveis. Amores que desafiam as regras, a moral, a ética, a religião, os costumes. Não são menos amores, qualitativamente falando. São proibidos de fora para dentro, pois de dentro para fora anseiam por jorrar, por se lambuzar, por suar, por gozar até o corpo ficar dormente. São desejos de qualquer amor legítimo, embora sejam ilegais, por assim dizer. Quem nunca desejou em uma dessas circunstâncias? Quem nunca se viu entre a irracionalidade do querer que manda se jogar e a razão controladora que diz para sossega o facho... LEIA MAIS...

O SOL SOBRE O AMAZONAS

Sol...
Quanto cintilar tens  em teu  brilho  sobre a água.
Brilhante como diamante
És  beleza magna e rara da natureza.
Sol que aquece os poemas,
Inspira os desejos de enamorados e amantes.
Tens brilho de poesia,
Rimas de sutileza  mesmo com  tamanha grandeza.
Teus raios brilhantes são cúmplices de  mil segredos.
És rei  de  encanto  soberano e majestoso.
Teu  brilho e  calor dão  sentindo ao  verão.
Quando surges  no alvorecer traz luz, vida,  inspiração.
E quando ao final da tarde te deitas  no por do sol
És o contraste mais belo, cenário,  paisagem  de amor
Sol,
Com tua paisagem de candura e calor
Cintilas  o  verão sobre o Amazonas,
No entardecer de Parintins,  a cidade do encontro do bois...
Caprichoso no espetáculo natural,
Que proporcionas nos fins de tarde...
E teu   segredo  é Garantido,
Diante de  tantos amores  escondidos, proibidos... 

Que  tu majestosamente  iluminas. 


Socorro Carvalho



Foto: Márcio Sousa ´Por do sol sobre o Amazonas - Parintins AM