segunda-feira, fevereiro 24, 2014

O AVESSO DO VERSO


A noite vai passando,  junto dela se vão  quimeras,  na vã  tentativa de compor versos... O olhar infinito, perdido,  estático, remete-me  para dentro do meu próprio eu,  enquanto incógnitas preenchem meu universo. Perguntas sem respostas,  flutuam no vento que toca minha face. E o pensamento se perde no devaneio dessa estranha nostalgia.  No silêncio mais profundo, permaneço. Meu silencio é o contraste perfeito da  loucura,   das  minhas  horas insanas de desejo.   O universo indiferente, ausente já não traz em si a inspiração. Imagens atordoam minhas lembranças. Num  breve  instante,  sinto a inspiração repousar,  aqui, dentro do meu  peito.  As horas e a inspiração se vão, enquanto o avesso do verso  insiste em permanecer .  A noite se prolonga, o sono não vem,   as palavras silenciam e brincam de esconde, esconde... sob  as entrelinhas dos versos.


Socorro Carvalho

NOSSA LIBERDADE DE AMAR...