terça-feira, março 11, 2014

SAUDADES DE VOCÊ, MINHA FRAGRÂNCIA PREFERIDA...


O ar fica mais inebriante
Quando sinto, no ar, tão delicioso perfume...
O vento passa levemente deixando rastros de você,
Saudade do  toque suave do  seu querer.
O tempo vai se perdendo, na distância...
Em cada momento,  lembranças de nós dois.
O sol esquenta o espaço,
Porém, continua  no frio meu coração.
Meu olhar se perde na distância,
Em minha procura, não encontro você.
Tudo vazio em meu peito.
Tormento infindo é não lhe ver...
As horas passam,
Pensamentos estagnam
Entre doces  lembranças suas.
Fragrância  preferida, preciosa...
Sua pele, seu cheiro, sua ausência,
Saudades de você.



                                                                                                                                   Socorro Carvalho

TUA LÍNGUA


Gosto da tua língua...
Quando louca e voraz
Chega sem pudor
Murmurando desejos
Excitando-me os sentidos
Com tímidos gemidos.
Gosto da tua língua
Quando ela me instiga a imaginação
Com palavrões e devaneios.
Tirando-me do salto
Com palavras que açodam
Meus vales e  segredos.
Gosto da tua língua
Quando sem timidez
Lambe-me
Degusta-me
Devora-me  inteira...

Socorro Carvalho
Poema postado em 2011 ...relembrando!!

FIM DO DIA SEM POR DO SOL, NA VOLTA PRA CASA

Fim de tarde, à volta pra casa. Sigo firme, porém, nesse caminhar um silêncio,  faz ruído em meus passos. No olhar,  ilusões se misturam naquela realidade louca da cidade. Um vai e vem de gente, que caminha indiferente ao meu descompasso. As ruas cheias, um trânsito corrido, disparado, buzinas, freadas,  e na afobação contínua de tanta gente,  continuo meu caminhar no rumo de casa. Na mente,  pensamentos se digladiam numa incerteza aglomerada de situações, já nem sei mais quem sou. A perseverança é tanta, mas não tamanha que se baste a minha “simplória” paciência, Outro dia de luta, quase vencida. O ônibus passa, embarco e sigo pensando na vida, em vontades adiadas. Sinto-me cercada por uma paisagem nublada. Sento em uma das cadeiras com vista para rua que passa ou será eu,  que passo nela. Ao meu redor,  estranhos me olham, mas jamais conseguem perceber minha “dor”, meu desconforto, minha mais completa inquietação. A noite vai chegando escurecendo o dia enquanto em meu olhar, tudo  vai se perdendo entre as luzes da cidade. O ônibus segue mais rápido alterando itinerários e em meu peito uma ânsia de chegar logo ou quem sabe até tomar um rumo ignorado.  Sei lá. Enquanto isso, continuo a viagem, na janela do ônibus tentando encontrar na paisagem noturna inspiração para poetizar o fim deste dia,  sem paisagem, sem por do sol...As horas passam, finalmente, chego em casa. No aconchego da família abandono as tristezas e revigoro-me. O dia não foi fácil ou  quem sabe essa tristeza tenha sido apenas um sinal de Deus que,  conforme diz um velho ditado, escreve certo por linhas tortas....Quem sabe?! Só Deus é que sabe... Eu creio. Pois só Ele é meu Único Refúgio e Verdade. Fim do dia sem por do sol, nesta segunda-feira, na volta pra casa...

Socorro Carvalho