sexta-feira, dezembro 08, 2017

AH, ESSE AMOR!! AH, ESSE APEGO...


Ela tinha nos olhos um vislumbrar de esperança e no coração sentimentos inesquecíveis. Nas horas tristes escrevia novos versos. Lia sobre Fernando Pessoa, Quintana, Drummond! Perdia-se na poesia, na magia, no enigma da arte.  Era apenas uma mulher com alma de menina. Ou uma menina com alma de mulher. Tinha em si muitos sonhos. Fazia planos e planos. Sentia-se uma mulher forte. Mas diante do amor sua alma se tornou frágil. Apesar das muitas tentativas de fugas, ela não desistiu. Entregou-se a quimera e deu asas à Poesia. Rimou seus medos. Fez poética de todos os segredos. Mergulhou nos olhos insanos do desejo e atracou nos devaneios. Na astúcia daqueles olhos ela se perdeu. Para se encontrar, mais tarde, nas amarras de um amor verdadeiro. Às vezes, ela não conseguia entender tantas perguntas sem repostas. Em outras, tinha todas as perguntas e respostas, prontas. Mas no fundo no fundo, era enigmática. Gostava de seu jeito estranho de ser. Guardava no olhar encantos e segredos. Tinha um olhar arredio e guardava no peito loucas abstrações, no silencio de cada mistério. Ela viu naqueles olhos intrépidos desafios. Optou em desbravá-los, descobrir toda espécie de magia que morava ali, naquele olhar. Não conseguiu ainda, mas se apaixonou perdidamente. Encontrou naqueles olhos feiticeiros, a magia do apego a sutileza do amor. Ela tinha na alma impenetráveis segredos. Alguém quis saber. Nunca disse nada e jamais confessou absolutamente nada. Então, preferiu juntar tudo e se esconder nas entrelinhas de cada inspiração. Ela fez versos, rimas, sorriu e chorou. Viveu antíteses e paradoxos.  Porém, continuou a ser uma mulher madura, cheia de esperança e que feito menina, ainda, acredita no amor...


Socorro Carvalho

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