quinta-feira, maio 18, 2017

ESTRANHO JEITO DE SER...


No espelho, vejo refletido minha imagem. Há uma mistura de sentimentos morando em meu olhar, num indefinível jeito de viver, de ser.

A inspiração demente, junta os tons, os sons, que se misturam numa tonalidade de mil nuances.

De repente, me sinto morar na poesia. Numa refutação de lembranças, me alieno dos pensamentos. Enquanto adormece no meu peito, o verso mais gostoso.

 O silêncio se perde dentro dos ruídos da madrugada. Contudo, sinônimos e antônimos se cruzam nas antíteses que rimam a poética.

Metáforas se aglutinam na fisionomia irônica da inspiração. Quimeras e devaneios se perdem na vasta amplidão dos sentidos. As estrofes se agasalham dentro do aconchego das rimas e versos, da poesia.

No meu estranho jeito de ser, sinto a poesia florescer e frutificar poemas regados com versos de amor.  Enquanto o orvalho segue molhando a saudade, me perco no encantamento que habita meu coração.

Já não posso mais  ser diferente do ser que o amor moldou, lapidou. Sou apenas eu. Um ser singular feito de pluralidades.

Hoje, o amor ocupa cada um dos meus espaços. Todo sentimento mora em meu peito. Não consigo ser diferente, o amor me domou. Tomou as rédeas do meu viver. Inspirou meu jeito de ser.

Toda estranheza do universo me assusta o olhar. Mas o coração palpita antigos sentimentos. Observo ao redor e contemplo a beleza do universo. Busco e encontro a inspiração na suave brisa que passeia acariciando minha pele, numa ritmada manhã.

Ah, esse meu jeito estranho de ser...

Nele quero permanecer e, em cada novo dia, renascer na  companhia e no êxtase ímpar da mais louca poesia, seja em prosa ou em versos.

O amor sempre morou em mim. Anoiteceu em meu peito e acordou em meus devaneios sorrindo em forma de rimas, mesmo na dor da poesia...



Socorro Carvalho