Não tem nada
mais dolorido que a saudade. Nem uma cólica renal dói tanto. Pedras nos rins ou
na vesícula tem cura. No coração, nem sempre. Saudade é a presença constante da
ausência. É tocar o vazio, é querer enfiar as próprias mãos no peito e
arrancá-la dali. Saudade é a falta de ar e do cheiro do outro. É ter uma
companhia constante da dor. É uma insônia diurna.
Saudade é uma
palavra tão bonita, exclusividade da língua portuguesa. Saudade nunca é boa,
mas pode ser branda, desde que tenha uma validade. Saudade é um sentimento
puro, filho do amor e irmão da vontade. Saudade gera impulso, nervosismo e
ansiedade. Saudade é se consolar em fotos, é namorar o vinho, curtir a solidão.
É assinar um compromisso com o vazio.
Existe um
lado bom na saudade, afinal a falta só existe quando algo já preencheu. A
saudade nada mais é do que a materialização das lembranças. Deitar no travesseiro
e sentir o perfume do shampoo dela; ligar a primeira estação do rádio no carro
e tocar a música do romance; passar em frente ao restaurante que foi testemunha
de tantos momentos importantes. Tudo isso dá uma saudade.
Saudade de quem
perdemos é doença incurável. Bom seria tomar uma pílula de esquecimento, mas
não há remédios para o inesquecível. Para essa saudade só existe um antídoto:
um novo olhar. Ninguém resiste àquele encantamento inicial, dos primeiros dias.
Quando isso acontece, estamos matando a saudade de nós mesmos, de estarmos
vivos mais uma vez.
Saudade de
quem temos, mas está longe, é a melhor e a pior saudade. É amor virtual, sexo
dos anjos, paixão platônica correspondida. O telefonema alivia, o desligar
angustia. A foto emociona e as lágrimas são indecisas, deixam os olhos com um
sorriso na identidade, mas tocam a barba em gotas de tristeza. A noite é uma
inevitável inimiga. O relógio, um terrível adversário. O amanhecer, um amigo
sincero, de que mais um dia passou e outro está recomeçando.
A saudade diária é a saudade dos sonhos. Quando se ama, dá saudade até mesmo no abraço, na cama, na convivência. A saudade não está apenas na distância. Ter saudade é não querer se afastar. É o medo do Adeus. É apertar o outro contra si, tentando acalmar o coração. Sentir saudade é estar vivo, é amar demais. Saudade não morre. Saudade se mata.
A saudade diária é a saudade dos sonhos. Quando se ama, dá saudade até mesmo no abraço, na cama, na convivência. A saudade não está apenas na distância. Ter saudade é não querer se afastar. É o medo do Adeus. É apertar o outro contra si, tentando acalmar o coração. Sentir saudade é estar vivo, é amar demais. Saudade não morre. Saudade se mata.
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