terça-feira, outubro 17, 2006

DESFALECIDA DE AMOR

Hoje o palco da minha vida está triste.
Não há platéia, aplausos... Não há nada
A cortina se fechou e o ato se desfez
No camarim da existência
Apenas eu,
A única atriz,
Triste e solitária.

Entre truques de maquiagens.
Procuro disfarçar meu olhar triste.
O último ato do teatro
Da minha vida,
Foi ilusão, desilusão, solidão.


Despida de sonhos
Fui realidade fria e absoluta.
O encanto de outrora se perdeu.

A felicidade
Deu lugar a indiferença.
Meu olhar, então,
Se fez pranto de amor.

Inconsolável
Procurei o aconchego
Em corpos
Que jamais
Me deram calor.
Procurei sabor
Em beijos insípidos.
Loucura...
Tortura sem fim.

Mesmo em teu abraço
Sinto a distância.
Mesmo em teu amor
Sinto a inconstância me revirar.
Tudo em mim está dilacerado
Perdido...Sofrido.

Tudo está machucado...
Quase sem vida.
A inspiração dos versos tão belos.
Hoje é vazio e solidão
A poesia se calou.
A música perdeu a canção.
A lembrança
Deu lugar ao sofrer.

Olho meu rosto no espelho
Vejo traços tristes de angústia.
Vejo meu olhar cheio de lágrimas,
Opaco, tristonho...
Meu peito em dor
Sofre o suplicio do amor sem razão
Sem explicação.

Em meus pensamentos
Apenas tua saudade vem em silêncio
Meu coração atormentado
Grita insistente pelo teu nome
Não consigo te esquecer.
Minha poesia é saudade...

A música ficou fúnebre,
Fundo musical do meu sofrer.
Atordoada pela tua ausência,
Nada consigo fazer.
Nem mesmo encenar, imaginar...
Tua volta.

A tristeza me consome...
Meu corpo está frio
Acho que estou morrendo
E no camarim esquecida...
Apenas um corpo desfalecido
De amor.

Socorro Carvalho

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