quarta-feira, março 09, 2011

08 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DO HOMEM... REVERENCIAR AS MULHERES


O que seria do mundo sem elas. Aliás, a começar pelo nosso planeta Terra, a feminilidade está sempre presente ao nosso redor e, no caso do nosso planeta, tão decantado pelos poetas como Mãe-Terra numa alusão à tradição da mitologia grega, quando nosso planeta era representado pela deusa Gaia, símbolo da fertilidade e o começo de tudo no caos do universo. Mas tanto lá como aqui, Gaia precisou de Urano (o céu) para procriar todos os filhos que dela nasceram. Portanto, não é possível se falar da importância de um sem lembrar da importância do outro.
Reverenciar a mulher neste dia, função nobre que todo o homem deve assumir, é mais do que falar de sua formosura, de suas habilidades ou de como vem ocupando os espaços antes tidos como masculinos na sociedade (no Brasil, temos até uma mulher na Presidência da República!).

Matriarcado - A eterna batalha entre homem e mulher, desde que o primeiro homem arrastou pelos cabelos a primeira mulher numa caverna, sempre deu vantagem ao sexo masculino. Por sua constituição física, o homem se impôs e transformou a sociedade em monopólio patriarcal. Pelo menos essa é a ideia reinante. Mas há estudos de antropólogos respeitados, como o suíço J. J. Banhofen (seguidor de Charles Darwin), de que as primeiras sociedades organizadas eram essencialmente matriarcais, ou seja, comandadas por mulheres.

Em seu livro “Mito, Religião e Direito Materno” (1861), Banhofen afirma que elas dominavam o mundo por uma razão muito simples: “devido à inerente promiscuidade sexual, que se supunha dominar o comportamento das comunidades primitivas, onde imperava um acasalamento circunstancial, imediato, sem regras ou compromissos estabelecidos, as mulheres, que tinham inúmeros parceiros, eram as únicas a poderem determinar com certeza de quem eram os filhos”.  O naturalista chegou à conclusão de que “os homens eram apenas machos reprodutores que não mantinham nenhum vínculo afetivo ou responsável com os recém-nascidos. Para esses só existia a mãe. Ela era o centro e a razão do seu viver” (leia mais neste link: http://goo.gl/aVQRH).
Daí surgiria a devoção dos antigos à deusas-mãe, como Gaia, ou ao mito das Amazonas, uma comunidade só de mulheres (que acabou dando origem ao nosso principal rio amazônico, porque um dos colonizadores supôs ter visto uma tribo só de mulheres em suas margens).

Dois lados - Independente de quem manda, é necessário, em minha opinião, que homens e mulheres do século XXI descubram, afinal, que somos feitos da mesma cepa. E que cada um contém um pouco do outro dentro de si. É cientificamente provado que homens e mulheres carregam em sua constituição cromossomos femininos e masculinos, ou seja, somos todos “bissexuais” no plano biológico.

Daí se falar, no plano psicológico, do lado feminino do homem e do lado masculino da mulher. As mulheres lidam melhor com isso do que os homens. Para muitos homens, falar de seu lado feminino implica em questionar sua sexualidade! Pura bobagem. O que seria de nós, homens, sem a sensibilidade que o lado feminino nos proporciona?
A palavra ideia por si só é feminina. É dela que tudo começa em nossa vida. E a própria formação de uma ideia segue um ritual tipicamente feminino, segundo a teoria dos psicólogos americanos Joan Riviére e Melanie Klein (Amor, ódio e reparação, 1970, Imago), ao descrever a concepção de um texto por um escritor: “o desejo dos homens pelas funções femininas transparece abertamente em escritores que imaginam gerar suas obras como uma mulher em trabalho de parto, após a gravidez”.

Ou seja, sem a existência do arquétipo feminino (animus) o arquétipo masculino (anima), segundo outro psicanalista, Karl Gustav Jung, poderia não existir. Dito de outra forma, os homens adquiriram as características da mulher e vice-versa, a partir da convivência de um com o outro.

Biodiversidade - Para finalizar, neste Dia Internacional da Mulher, que tem um significado de luta das mulheres contra a opressão de um sistema capitalista selvagem (ler mais sobre isso no link: http://goo.gl/1Wrgg ), é importante reverenciar o nosso lado feminino, pois já que somaticamente fazemos parte dele, nada melhor do que reverenciar a nós mesmos, aqueles que não têm medo de reconhecer que seu lado feminino pulsa dentro de si. Sem os estereótipos machistas que tal afirmação possa gerar.
Reverenciar a mulher é reconhecê-la como parte de nós. Reconhecer  quem sem ela não somos nada. E vice-versa. E isso não se faz com os “ismos” de sempre: abaixo o feminismo e o machismo! Viva a biodiversidade do gênero!

Jota Ninos – jornalista e analista judiciário

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