…Mais uma taça de vinho proibido e a embriaguez doma nossos sentidos. Corpos sedentos, carentes, almejam beber na fonte do prazer.
Sem timidez mãos se movimentam e cada peça de roupa vai sendo jogada ao chão… A voracidade do desejo não espera e faz de nós, dois escravos da ousadia que nos devora. Corpos nus, palavras sussurradas, bocas sedentas passeiam ardentes a procura de alimento para saciar a ânsia, a fome do querer.
Corpos livres. O vinho proibido traz na embriaguez a liberdade do nosso amor escondido. Meu corpo, seu corpo, nossos corpos, molhados, umedecidos, loucos, perdidos entre os mistérios de grutas e vales... Enquanto lábios degustam vorazes o vinho natural vindo do prazer.
A primeira gruta jorra sua bebida preferida e proibida... Sua boca louca, estaciona, mata a sede. Cada gota é alimento, sustento, água que mata a sua sede. Num frenesi de contentamento e segredo se delícias com cada gota de orvalho que se derrama em sua boca…
No vale escalo seu falo e no seu corpo busco algo para matar minha sede... E em desespero encontro a bica que faz nascer doce fonte de água pura, tenra seiva que feito mel escorre doce molhando minha boca.
Na embriaguez, não há tréguas, limites só uma vontade louca de descansar em cada beijo.
No desvario da vontade louca já não há lucidez, só a insensatez e os devaneios. Na ânsia dos seus beijos já não há conceitos que domem esse louco desejo. Sobre a mesa duas taças esquecidas… Na cama dois corpos se alimentam vorazes entre gritos, sussurros e gemidos. Nossos corpos se caçam, se acham e juntam no declive grutas e colinas. Na calmaria do nosso olhar ou na loucura do nosso jeito de amar... Esse amor nos doma, nos alimenta e fascina.
Ah vinho proibido, delírio do coração, embriaguez fluindo inspiração dando liberdade a esse amor de pecado e perdição. Amor que arde e aprisiona o peito… Vinho proibido, bebida que instiga minha loucura, mata minha sede, acorda a imaginação. Em cada taça de vinho o apetite avassala o peito, alimenta a emoção e faz esquecer a razão.
A noite termina… O êxtase deixa nossos corpos consumidos... Enquanto isso, sobre a mesa desarrumada duas taças vazias… E na minha cama você, meu vinho proibido…
Socorro Carvalho
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