Chego à amurada do cais,
Tomo um trago de tristeza.
Vem uma aura de beleza
Entontecer-me ainda mais.
Tomo um trago de tristeza.
Vem uma aura de beleza
Entontecer-me ainda mais.
Sinto um gosto de paixão
Dentro da boca amargosa.
Vem a morte deliciosa
Arrastar-me pela mão.
Dentro da boca amargosa.
Vem a morte deliciosa
Arrastar-me pela mão.
Vou seguindo sem olhar,
Vou andando sem rumor,
Ouvindo a vaga do mar
Bater na pedra da dor.
Vou andando sem rumor,
Ouvindo a vaga do mar
Bater na pedra da dor.
Vou andando sobre o mar,
Quem sabe onde irei parar?
Vou andando sem saber
aonde me leva este amor.
Quem sabe onde irei parar?
Vou andando sem saber
aonde me leva este amor.
Dante Milano (1899-1991)
O magnífico poema de Dante Milano que hoje vós envio captura o instante em que o poeta abraça a mudança, travestida de mar. Há quem leia nesse quadro a mudança final, a morte escolhida, ou deliciosa. Eu penso que há alguma morte, ainda que pequena, em toda mudança real. Mas prefiro ler o mergulho, a viagem, privilegiando o salto. Quem sabe aonde nos leva o Amor?
Grandes abraços, e boa semana,
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