Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira e ponto. |
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, foi um daqueles jogadores que com certeza podemos chamar de artistas da bola.
Sócrates foi além de um jogador de futebol, foi um idealizador, um político, um militante da classe futebolística.
Sócrates nasceu em Belém do Pará, mudou – se cedo para Ribeirão Preto, onde deu inicio as duas de suas maiores paixões, o futebol e a medicina.
Sócrates foi a grande revelação do campeonato paulista de 1977, vestindo a camisa do Botafogo de Ribeirão Preto.
No ano seguinte, já formado como o Doutor Sócrates, fez as malas para a capital paulista, transferindo – se para o Corinthians, time onde deixou de ser uma revelação para tornar – se mito.
Mas por pouco Sócrates não foi para o rival do Morumbi. O São Paulo pretendia vender o volante Chicão ao Corinthians e com o dinheiro da venda contratar o Doutor. Esperto, o presidente Vicente Mateus que também estava de olho em Sócrates, mandou que seu irmão Izidoro, marcasse um almoço com a diretoria do São Paulo para tratar de uma suposta compra do volante Chicão.
Enquanto a diretoria do São Paulo estava entretida tentando vender o seu jogador ao Corinthians, Mateus viajou até Ribeirão Preto e trouxe Sócrates a tira colo.
Chicão por sua vez jamais jogou no Corinthians.
No Timão Sócrates foi épico, especial, mágico.
Magrão, como era chamado, graças ao seu porte magro e seus 1.91m de altura, encheu a Fiel torcida de alegrias.
Seu caminhar desengonçado, canelas finas, barba e cabelo grande, não faziam com que Sócrates tivesse um perfil de craque, mas sim de um rebelde sedento por mudanças e liberdade.
Mas com a bola rolando, quanta maestria.
O seu calcanhar era uma de suas maiores marcas, seja no passe ao até mesmo marcando gols.
Gols, aliás, somente com a camisa do Corinthians foram 172.
Sempre que balançava as redes, comemorava da mesma forma, caminhando lentamente pelo gramado apenas com o braço direito erguido, como se fosse um revolucionário que acabara de vencer sua luta.
Magrão e sua forma característica de comemorar um gol |
Extremamente politizado, conseguiu ser o presidente de uma republica interna em pleno Brasil, bem na época em que o chicote da ditadura militar estralava em nosso povo, na famosa e épica “Democracia Corinthiana”.
O Magrão além de craque era também um pensador. Foi uma das figuras mais ativas na luta pelas diretas já.
Desiludido com a ditadura que permanecia no país, Sócrates com seus livros embaixo do braço, suas ideologias na cabeça e os olhos cheios de água, decidiu aceitar a proposta da Fiorentina da Itália.
Na terra da bota permaneceu por pouco tempo, não se adaptou, o gênio brasileiro sentiu falta da roda de samba, dos amigos e, principalmente, da sua cerveja bem gelada.
Dr Sócrates na seleção brasileira, um dos mágicos da geração de 82. |
Atuou ainda em clubes como Flamengo e Santos.
Após sair do Flamengo, Sócrates era visto em campos de várzea, somente pelo puro prazer de fazer aquilo que ele mais gosta na vida: jogar futebol.
O Santos o trouxe de volta ao profissionalismo.
Encerrou a carreira em 1989, da mesma forma pela qual começou, no Botafogo de Ribeirão Preto.
Sócrates jogou até quando suas pernas agüentaram e até encher – se do profissionalismo que cerca o futebol. Encheu – se do profissionalismo, do futebol jamais.
Com a camisa da seleção brasileira Sócrates também imortalizou – se. Como capitão da equipe fez parte do quadrado mágico de Telê Santana na Copa da Espanha em 82, ao lado de Falcão, Cerezzo e Zico. Em 86 no México esteve novamente no meio campo canarinho, ao lado de Júnior, Elzo e Alemão.
Sócrates foi gênio, craque, pensador, militante, Corinthiano, brasileiro.
Autor: André Martinez
Escritor, palestrante e comunicador de rádio. Atualmente estou no comando do programa "Esporte e Ação" pela rádio Metropolitana AM 1070 aos domingos das 13 as 14:30hs. Veja mais no site Andre Martineznet Data - Agosto - 2011
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