sexta-feira, maio 20, 2011

SINDICATO DOS RADIALISTAS DE SANTARÉM PARTICIPA DE SEMINÁRIO DA UGT

Augusto Sousa e Francisco Sales


Os radialistas   Augusto Sousa e  Francisco Sales – Presidente e vice presidente do Sindicato dos Radialistas de Santarém estão em Belém desde, ontem, (19). Na capital eles participam, durante três dias,  do encontro estadual da União Geral dos Trabalhadores do Pará – UGT/PA.

De acordo com Augusto Sousa - presidente do Sindicato, a meta é interagir  com outros trabalhadores e sindicatos e dessa forma discutir sobre os mais diversos problemas que envolvem a classe trabalhadora, entre eles a formação e qualificação dos trabalhadores.
A Plenária estadual que está ocorrendo em Belém é um preparativo para o 2º Congresso Nacional dos Trabalhadores.  O encontro, também,  é o momento em vão ser escolhidos  os  delegados que vão representar o Pará no Congresso Nacional da UGT marcado para o período de 14 a 16 de julho em São Paulo.
 Augusto Sousa afrimou que no retorno vai realizar uma Assembleia Geral com a categoria para repassar os assuntos tratados no encontro.

  Socorro Carvalho

CHUVA


Vai chover chuva de vento.
Já estou sentindo um cheiro d\'água,
que vem do céu cinzento.
As formigas lavadeiras cruzam o quintal
em filas compridas de correição.
Minhocas brotam à flor da terra.
- Eh aguão!...
A chuva vai vir da banda da serra,
porque o joão-de-barro abriu a sua porta
virada para o sul.
As sementinhas do meloso seco
devem estar lançando na poeira.
Eu não ouvi o primeiro trovão,
mas o zebu está escutando,
com a cabeça encostada no chão.
Três urubus passam no alto,
em vôo lento,
em reta longa.
Vão para as lapas dos lajedos.
"Vai fazer tua casa, Urubu!...
Tempo de chuva aí vem, Urubu!..."
Já deve estar chovendo nas cabeceiras da serra,
porque o ribeirão engrossa, cor de terra.
Vai chover chuva de vento.
Os bois vêm correndo, pasto abaixo,
procurando as árvores do capão.
Vai invernar...
Eu hoje amanheci alegre,
querendo cantar...
O vento já chegou nas casuarinas,
e o sapo saiu de debaixo da laje
para um buraco no meio do pátio
onde vai se encher uma lagoa.
- Eh aguão!...
- Olá, José, arreia meu Cabiúna,
liso do casco à testa,
preto do rabo à crina,
que eu vou sair pelo cerrado afora,
a galopar, com a chuva me correndo atrás...
Ela já vem, branquinha, cheirando a água nova,
e a serra está clarinha, neblinando...
A chuva vem rolando, vem chiando,
e o vento assoviando
- Galopa, Cabiúna, que a água vem vindo,
e as sementinhas do meloso seco estão dançando...


Guimarães Rosa (1908-1967)

* O poema maravilhoso me foi enviado pelo poeta Jason Carneiro, através do projeto Quarta com Poesia. Quem estiver interessando em conhecer poemas do Jason é só acessar o Cais do Silêncio e viajar na arte da poética que ele expressa nas entrelinhas de cada poema qie escreve... uma delícia!!!
Passe lá...