O engenheiro
florestal e pesquisador sênior da ONG Imazon
Paulo Barreto, declarou que no
período entre 2010 e 2011, a Amazônia perdeu 642 mil hectares de floresta o que significa a derrubada de 480 milhões de
árvores com diâmetro acima de 10 cm.
A declaração foi feita por meio de uma reportagem publicada
no jornal Folha de S. Paulo, edição desta quarta-feira, dia 06.
De acordo com o engenheiro , apesar desses números trágicos,
a área desmatada foi a mais baixa desde que o monitoramento por satélite foi
iniciado, em 1988. Em comparação com o pico de 2004, a queda foi de cerca de
75%.
Essa redução do desmatamento decorreu de uma combinação de
políticas públicas mais eficazes, de pressão de campanhas ambientais e da
redução de preços de mercadorias agrícola.
Entre 2003 e 2007, o Ibama aumentou o valor total de multas
emitidas de R$ 153 milhões para R$ 1,4 bilhão. O número de itens confiscados e
embargos subiu de 81 para 7.092 por ano. Entre 2005 e 2007, mais de 500 pessoas
foram presas em investigações de crimes ambientais.
A segunda política que mais avançou foi a criação de áreas
protegidas, que atingiram 487,1 mil km² de novas Unidades de Conservação.
No Pará, uma ação do Ministério Público em 2009 levou os
frigoríficos a exigirem a regularidade ambiental das fazendas. Essa pressão
aumentou o número de imóveis no cadastro ambiental de cerca de 400 para mais de
43 mil. Isso ajudou o desmatamento no Pará a cair em 2011, enquanto subiu em
Mato Grosso e Rondônia.
Entretanto, o sucesso recente não é garantia de sucesso
futuro. Ruralistas e setores do governo reforçaram o lobby contra as leis
ambientais, incluindo as mudanças no Código Florestal e a redução de áreas
protegidas.
O desmatamento em 2011 foi maior em torno de regiões onde
estão sendo construídas hidrelétricas no Pará e em Rondônia.
Para continuar reduzindo o desmatamento, o Brasil teria de
barrar as propostas de enfraquecimento das leis ambientais, corrigir as falhas
das políticas atuais e implementar outras.
Por exemplo, uma parte substancial do desmate restante está
associada a pequenos produtores, contra os quais é difícil apenas aplicar penas
sem contrapartidas de incentivos. Mas o governo ainda não criou um programa
robusto de incentivos.
A situação fundiária continua caótica. Sem saber quem é dono
da terra, fica mais difícil aplicar as penas. Mas o programa para regularizar
as ocupações quase não avançou recentemente.
De acordo com Paulo Barreto podemos comemorar a redução da tragédia, mas
ainda há muito a fazer.
Fonte: IHU
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