O Senado vai homenagear um dos mais prestigiados escritores
brasileiros na próxima segunda-feira (6). A partir das 11h, por iniciativa dos
senadores José Sarney (PMDB-AP) e Lídice da Mata (PSB-BA), o centenário de
nascimento de Jorge Amado – autor, entre outras obras, de “Gabriela, cravo e
canela” – será lembrado em sessão solene. Também assinaram o pedido de
homenagem os outros dois senadores baianos, Walter Pinheiro (PT) e João Durval
(PDT).
Além da obra que a Rede Globo exibe, numa segunda adaptação
para a televisão, Jorge Amado é autor de clássicos da literatura nacional, como
“Dona Flor e seus dois maridos”, “Mar morto”, “Capitães da Areia”, “A morte e a
morte de Quincas Berro Dágua”, entre muitos outros.
Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, numa fazenda de
cacau no município de Itabuna, sul da Bahia, e passou a infância em Ilhéus.
Publicou seu primeiro romance, “O país do carnaval”, em 1931.
Além de ser o grande contador de histórias da Bahia, Jorge
Amado teve destacada participação na vida política do país. Em 1935, formou-se
pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro. Militante comunista,
exilou-se na Argentina no início da década de 40 e, ao regressar ao país, foi
eleito deputado federal pelo estado de São Paulo, pelo Partido Comunista
Brasileiro (PCB). É autor da lei que assegura a liberdade de culto religioso
ainda em vigor.
Em 1945 casou-se com a também escritora Zélia Gattai, com
quem permaneceu até o fim da vida (antes, em 33, havia se casado com Matilde
Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila). Exilou-se na Europa até o início
da década de 50, no período em que o Partido Comunista foi declarado ilegal no
país.
De volta, passou a dedicar-se inteiramente à literatura e
foi eleito para a cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Jorge
Amado faleceu em Salvador, em 6 de agosto de 2001.