segunda-feira, setembro 17, 2012

MEU CORPO SEDENTO...


Meu corpo  sedento
Clama  pelo som dos teus gemidos   loucos,  insanos
invadindo meus sentidos.

Meu corpo sedento
Anseia   tua  voz murmurada, tuas palavras quentes
e tua boca  carente de mim.

Meu corpo  sedento 
Grita de saudade  do  calor do teu  corpo,
do toque das tuas mãos,  da tua boca
 passeando em minha pele.

Meu corpo sedento
Sonha com teus beijos loucos, aquecendo e desnudando
  meus mais íntimos segredos.

Meu corpo sedento
Ensaia loucuras e numa completa  agonia.
imagino num delirio  
 
teu falo molhado de paixão e  desejo.

Meu corpo sedento
É saudade...
Da tua pele  nua  roçando-me inteirinha.



Saudade...

Da tua lingua  macia invadindo a minha boca
Excitando meus desejos...



Numa doce e completa malícia
Partilhando gozo,  suor e saliva.


Socorro Carvalho
* Minha poesia é livre, meus versos não  têm compromisso... por isso eu grito., Quem não quiser ouvir que tape os ouvidos. Meus versos me libertam. E o amor que sinto me faz melhor. Por isso, esse amor bonito que nutri guardarei para sempre comigo, aqui no meu peito escondido,  dentro das minhas lembranças mais inesquecíveis.  Renunciar? Sim. Esquecer? Jamais. Enquanto isso,  a vida segue e em cada nova manhã uma nova inspiração certamente irá surgir, para que minha poesia jamais pereça....Até que um dia eu me acostume sem sua presença...

GERAÇÃO Y- "TIPO ASSIM..."

“Tipo A
“Tipo Assim...”
Tô ficando velho!      
 Um dia destes, às 2 da manhã, peguei o carro e fui buscar minha filha adolescente, na saída do show do Charlie Brown Jr.
Ela e as amigas estavam eufóricas e eu ali, meio dormindo, meio de pijama, tentei entrar na conversa.
"E aí, o show foi legal ?"  A resposta veio de uma mais exaltada do banco de trás: "Cara! Tipo assim, foda !"  E outra emendou: "Tipo foda mesmo !"
Fiquei tipo assim, calado o resto do percurso, cumprindo minha função de motorista.
Tô precisando conversar um pouco mais com minha filha, se não, daqui a pouco, vamos precisar de tradução simultânea.
Pra piorar ainda mais, inventaram o Messenger, essa praga da Internet, onde elas ficam horas e horas escrevendo abobrinhas umas pras outras, em código secreto que não leva a absolutamente NADA.
Tipo assim:  "kct! vc tmb nunk tah trank, kra. Eh d+, sl. T+ Bjoks. Jubys".
Em português: "Cacete! Você também nunca está tranqüila, cara. É demais, sei lá. Até mais, beijocas. Jubys". Jubys, que deve ser pronunciado "diúbis", é isso mesmo que você está imaginando, a assinatura.
Só que o nome de batismo é Júlia, um nome bonito, cujo significado é "cheia de juventude", que eu e minha mulher escolhemos, sentados na varanda, olhando a lua...
Pois, Jubys, é hoje, essa personagem de cabelo cor de abóbora, cheia de furos na orelha, um monte de arames na cara mais parecendo um bicho, sem falar nas malditas pragas das tatuagens que tanto marginalizam os jovens. 
Tô ficando velho!
A cultura cinematográfica dos jovens de hoje varia entre a "obra" de Brad Pitt e a de Leonardo de Caprio.
Há anos tento convencê-las a ver "Cantando na Chuva",  mas, sempre fica para depois.
Um dia, cheguei entusiasmado em casa, com a fita de um filme francês que marcou minha infância: "A guerra dos botões".
Juntei toda a família para a exibição solene e a coisa não durou nem 5 minutos ! 
O guri foi jogar bola, Jubys inventou "um trabalho de história sobre a civilização greco-romana que tem que entregar, tipo assim, até amanhã, se não perde ponto"
E até minha mulher, de quem eu esperava um mínimo de solidariedade, se lembrou que tinha um compromisso com hora marcada e se mandou.
Fiquei ali, assistindo sozinho e lembrando do tempo em que eu trocava gibi na porta do Capitólio.
Uma amiga me contou que o filho de 10 anos ficou espantado, quando viu um telefone de discar.
Sabe, telefone de discar?  É, tipo assim, um aparelho sem teclas, geralmente preto, com um disco no meio, todo furado, onde cada furo corresponde a um algarismo.
Você enfia o dedo indicador no buraco correspondente ao número que precisa registrar, gira o negócio até uma meia lua de metal e solta a roleta, que, lá por dentro, está presa a uma mola e faz ela voltar à sua posição inicial.
Esse aparelho serve para conversar com outra pessoa, como qualquer telefone comum, desde que esteja, é claro, conectado na parede.
Eu sou do tempo em que vidro de carro fechava com maçaneta. E o Fusca tinha estribo e quebra vento.
Há pouco tempo, João, meu filho de 8 anos, pegou um LP e ficou fascinado! Botei pra tocar e mostrei a agulha rodando, dentro do sulco do vinil.
Expliquei que aquele atrito gerava o som que estávamos escutando...
Mas aí, ele já estava jogando o Pokemon Stadium, no Game Boy.
Não é que ele seja desinteressado... eu é que fiquei patinando nos detalhes.
Ele até que é bastante curioso e adora ouvir as "histórias do tempo em que eu era criança".
Quando contei que a TV, naquela época, era toda em preto e branco, ele "viajou" na idéia de que o mundo todo era em preto e branco e só de uns tempos para cá as coisas começaram a ganhar cores.
Acho que, de certa forma, ele tem razão. “Tipo assim”...
A dúvida que me corrói é: “cara”, será que nosso país tem futuro com jovens “Tipoassim...”
Tipo FODA????...  
 E você? Tipo assim... É do tempo do Fusca, do telefone discado e do LP?
Tipo assim... Fala aí!!!!!

 

PRESA NAS LEMBRANÇAS...

 
Sob a noite, repousa o silêncio de cálidas lembranças. Lembranças  escondidas na simplicidade da sua presença,  que se fez ausência.

Seu riso, seu cheiro, sua voz, seu tato, sua língua, seu beijo, seu corpo... seu abraço, tudo isso são   laços que  me prendem  em sua magia, em sua imagem.

As lembranças de velhos costumes, das formas, do encaixe perfeito de nossos corpos, das preferencias e saliências contempladas no leito de nossos  encontros.

A noite escura e fria, recai sobre minha solidão. Quimeras se aglomeram dentro do meu coração.

Procuro na poesia sua rima, seu verso, seu poema, mas já não encontro. Tudo está vazio. Resta-me  apenas a certeza  do esquecimento desse delírio. Fascínio proibido a entorpecer de uma intensa saudade os meus poros, e minha liberdade, nessa  distancia indecifrável. 
 O peito sangra, e em cada renúncia sinto-me morrer. Ah insensato  destino. Porque teimas em me permitir querer  tanto o que já ”não quero”  ter... Porque? Porque?
Que droga!!!
 
Socorro CarvalhoFoto: Francileno Rego