terça-feira, janeiro 29, 2013

CHUVA NOTURNA DE SAUDADE


Tímida ela se aproxima em pequenas gotas vem caindo  sobre meu teto quente... Chuva noturna,  que vem molhar meu chão, trazendo frio, resquícios de solidão. 

O tempo se fecha trovões e relâmpagos aparecem no céu, enquanto a chuva cintila à noite  com suas gotas. No meu quarto, me retraio,  tento me remeter à leitura que preciso fazer. De longe vejo Graciliano acenando me chamando  a ler  “Vidas Secas”.

Abro  o livro tento ler, mas quando a chuva começa a ficar  forte, sinto- me invadir por uma  saudade louca que chega e vem me consumir...Tudo se mistura em meus pensamentos,  os personagens,  os enredos, as concepções do autor, do professor  e tudo se funde em meio a essa confusão  mental que se alastra em minha cabeça...

A chuva vem  caindo  forte acompanhada  de ventos e trovoadas, agora  sobre meu  teto ouço cair uma chuva pesada. Apenas meu coração continua em silêncio, indiferente aos textos e contextos das  leituras que preciso estudar  e refletir. rsrs (mas não consigo me concentrar)

A chuva continua caindo e cá dentro de mim, uma enxurrada de solidão em meu coração a se propagar... Afogando meus sonhos, anseios e desejos...

De repente, a saudade vem indomável, inquieta a  “bolinar” minha imaginação. Louca se faz inspiração, prosa livre da minha solidão. Graciliano sai de cena e as“Vidas Secas” se enchem de poesia e  essa saudade só me  fala de você...

De repente...  me transporto à ficção e em meio à chuva atravesso a cidade em sua direção, mas é em vão, não o encontro.  E na realidade fria dessa noite  de inverno  procuro me agasalhar  entre as lembranças  quentes dos  nossos momentos vividos, abraços trocados, beijos sussurrados  etc...

 Fecho os olhos mais uma vez, tento dormir, mas  em cada pensamento lá está você a torturar minha razão. Oh, coração porque teimas em me  iludir com essa estranha sensação? Tantas perguntas  sem respostas...  Luta travada entre razão e coração.

Já é tarde... O sono se vai,  o frio vem e  outra vez  o lençol já não me aquece... Sem rumo,  meus pensamentos viajam  e na amplidão desse universo se perdem a procura dos seus braços...  (Oh, chuva noturna porque me trazes tantas saudades?)

Ah, como eu queria que você fosse apenas ficção, miragem, imaginação...Mas és real e estais  aqui pulsando forte  em meu coração...Contido, embutido, impregnado, tatuado dentro dessa saudade absurda que sinto longe de você... 
Socorro Carvalho

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