São infância este amor e seu poder:
na pedra que te vê olho uma rosa,
onde não pisas ouço a murmurosa
queixa dos sonhos que não podem ser;
vejo o teu gesto dar à noite o luar,
conformar vida e morte, e um só momento
dos teus lábios tornar célere ou lento
o caminho do tempo; lanças no ar
os olhos, e repete-se a criação;
do que desprezas faço a luz dos dias:
roubo do chão cacos dos teus espelhos...
E os habitantes do meu coração
vão navegando verdes geografias
nos bergantins dos teus sapatos velhos.
Abgar Renault (1901 - 1995)
* Poema enviado pelo poeta Jason Carneiro, na sessão Quarta é dia de Poesia .
Jason é , meu amigo virtual, poeta e autor do blog CAIS DO SILÊNCIO
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