O Conselho Indígena de Roraima
(CIR) promove nos próximos dias 25 a 27 de junho o I Encontro dos Povos
Indígenas na Fronteira com o tema “Um olhar sobre a Convenção 169 da OIT”. O
evento será realizado em um dos locais históricos dos povos indígenas de Roraima,
no Lago Caracaranã, atualmente Centro Regional localizado na Terra Indígena
Raposa Serra do Sol, município de Normandia.
O objetivo do evento é discutir,
identificar e mapear os problemas das comunidades indígenas localizadas na
fronteira de Roraima, Guiana e Venezuela, abordando os aspectos sociais,
econômicos, culturais e ambientais dos povos indígenas. As lideranças buscam
soluções para as suas preocupações de acordo com o tema central do evento.
O Coordenador do CIR, Mário
Nicácio reforça a idéia de que povos indígenas não têm fronteiras, pois vivem
em tríplice fronteira, Brasil, Guiana e Venezuela, e com a realização do evento
a Organização só fortalece a atribuição de defender os direitos dos povos
indígenas, tanto no âmbito nacional quanto internacional, buscando sempre
respeitar e valorizar a diversidade cultural dos povos.
Joenia Wapichana, coordenadora do
Departamento Jurídico do CIR que organiza o evento, destaca que o I Encontro
dos Povos Indígenas na Fronteira é por considerar uma série de recomendações
das comunidades e suas lideranças indígenas para debater acerca de problemas
que envolvem Brasil-Guiana-Venezuela, e conhecer os mecanismos internacionais
de direitos, tal como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho
– OIT.
Para o evento foi mobilizada a
participação de lideranças indígenas das regiões fronteiriças de Roraima, da
Guiana e Venezuela, organizações indígenas e autoridades dos consulados dos
países vizinhos. Haverá também a presença de representantes da Organização das
Nações Unidas (ONU) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Foram convidadas as instituições
locais como o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Púbico Estadual
(MPE), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Universidade Federal de Roraima
(UFRR), Prefeituras dos Municípios de Bonfim, Pacaraima, Uiramutã e Normandia e
demais entidades. A expectativa é reunir mais de 100 participantes.
De acordo com a programação, no
primeiro dia (25) será exposto o tema sobre “Direitos Indígenas Contemporâneos”,
diretos no âmbito Internacional, Brasileiro, Guianense e Venezuelano. Após a
exposição haverá debate, análise de conjuntura da situação dos povos indígenas
em suas respectivas localidades, resultados dos grupos de trabalho (GTS) que
serão formados para discutir a temática. No segundo dia (26), haverá mesa
redonda com o tema “O Sistema Internacional de Defesa dos Direitos Humanos”.
No mesmo dia (26), a plenária vai
conhecer e discutir o tema central do evento “Um olhar segundo a Convenção 169
da OIT”, com a participação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do
convidado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Assessoria Internacional
da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), além de outros convidados. À tarde,
haverá discussão do tema “Questões problemáticas em fronteiras e os povos
indígenas”.
Para o último dia do evento (27)
está programada a análise de conjuntura das demandas apresentadas e discutidas
durante os dias anteriores, subsídios que serão necessários para apontar os
desafios e as perspectivas, além de firmar acordos entre os participantes. O
mapeamento e acordos serão focos principais do evento.
O I Encontro dos Povos Indígenas
na Fronteira tem o apoio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia
(PNCSA/PNUD), e da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
Essa será a primeira vez que
povos indígenas de áreas fronteiriças vão dialogar e analisar questões na visão
da Convenção 169 da OIT, povos que vivem e convivem com realidades diferentes,
culturas e valores tradicionais.
O momento não marca somente o
encontro dos povos, o diálogo diferenciado entre o Estado e os indígenas, que
buscam em comum acordo ações e propostas para a solução das problemáticas, mas
também o fortalecimento, a união e luta, em defesa de direitos, garantias de
vida sem ameaças ou riscos sociais, culturais, ambientais e econômicos as
comunidades indígenas localizadas nas áreas de fronteira entre Brasil, Guiana e
Venezuela.
Em Roraima as terras indígenas
localizadas nas áreas de fronteira são: Terra Indígena Jacamim, Terra Indígena
Manoá-Pium, Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Terra Indígena São Marcos,
Terra Indígena Wai-Wai e Terra Indígena Yanomami.
Fonte: Assessoria de Comunicação do CIR
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