domingo, abril 28, 2013

NESTA SEGUNDA-FEIRA : GILVANI GRANGEIRO NO PARA OUVIR E APRENDER


Nesta segunda-feira (29), pela manhã às 7h30 e à tarde  às 14h05, no programa Para Ouvir e Aprender vai ao ar a entrevista  que fiz com Gilvani Pereira Grangeiro - coordenadora do Projeto nas Ondas do Rádio.

Na ocasião, ela vai falar um pouco mais sobre essa   ação promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com Fiocruz.

Sintonize PARA OUVIR E APRENDER pelas ondas da Rádio Rural de Santarém.


Socorro Carvalho
Foto: Kátia Passos

NAS ONDAS DO RÁDIO - COQUETEL DE ABERTURA DO EVENTO

Gilvani Pereira -(MS) Coordenadora do encontro; Dra Rachel  Niskier (Fiocruz), euzinha e os radialistas:  José Antonio- Macapá e Ney Santiago da Ilha de Marajó


Na noite da sexta feira (19), após a abertura Oficial do Encontro nas Ondas do Rádio foi servido um delicioso coquetel de recepção aos participantes. O momento de confraternização serviu para marcar os primeiros contatos e as primeiras  trocas de ideais entre radialistas e organizadores do evento.
Confira algumas fotos... 
Euzinha, Cristina a Kiki - Assessora Pedagógica e Inês
Inês - Óbidos; Josué Meireles - Tefé ; Alcione - Afuá e radialista macapaense

Luana - Macapa, Inês Óbidos, euzinha, Alcione - Afuá, Márcia  e Lígia Mônica - Macapá
De preto: Mariana Guimarães ( Fiocruz) Gilvani Pereira (MS) e  Inês Glayds - radialista de Óbidos




































ENCONTRO NAS ONDAS DO RADIO - EM BELÉM


No período de 19 a 21 de abril ocorreu em Belém participando do Encontro Nas Ondas do Rádio – a prevenção da violência contra criança e adolescente. O Projeto Rádio pela Educação esteve participando do evento e foi o  único repreesntante de Santarém .


O encontro reuniu radialistas dos Estados da Amazônia Legal com o objetivo de sensibilizar e agregar novos atores sociais às redes de atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias em situações de violências valorizando o potencial da linguagem radiofônica na difusão das ações de prevenção da violência e promoção da cultura de paz. Para tal, foram realizadas oficinas de sensibilização para 60 profissionais de rádios comunitárias, educativas/escolares, comercias e publicas. 
 

 A oficina faz parte do plano de ações de prevenção da violência e promoção da cultura de paz promovido pelo Ministério da Saúde, por meio da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno-ATSCAM/DAPES/SAS. 

Nessa primeira etapa do projeto Nas Ondas do rádio a prevenção da violência contra crianças e adolescentes o encontro reuniu radialistas dos estados do Nordeste, Amazônia Legal e das cidades do Rio de Janeiro, Florianópolis e Campo Grande.
 
De acordo com Gilvani Pereira Grangeiro – Coordenadora do Projeto nas Ondas do Rádio - o rádio foi escolhido para o trabalho por ser considerado o meio de comunicação de massa mais acessível e por está presente na vida cotidiana de praticamente todos os lares brasileiros. 

Outra característica do rádio, dentro do projeto, é que devido a popularidade o rádio privilegia o fazer de outras atividades enquanto se escuta os programas radiofônicos, mantendo dessa forma acentuadas as emoções, reflexões e criatividade dos ouvintes. 



 O três dias de encontro na capital paraense foram divididos em dois momentos um teórico e outro prático. No primeiro os radialistas assistiram palestras e debateram sobre experiências e temáticas voltadas para a prevenção da violência contra criança e adolescente. No segundo momento, divididos em grupos, os profissionais produziram diversos materiais radiofônicos que serão usados pelo Ministério da Saúde nas próximas campanhas. 


Em Santarém o uso do rádio como um agente propagador na prevenção da violência contra criança e adolescente já é uma realidade onde a Diocese, há 13 anos, já realiza esse trabalho por meio do Projeto Rádio pela Educação – Programa Para Ouvir e Aprender veiculado pela Rádio Rural de Santarém, todas as segundas, quartas e sextas-feiras. 


 No Rádio pela Educação cada um e cada uma criança e adolescente é o protagonista de sua própria realidade , além disso, ouve e aprende a noções de cidadania tornando-se com isso,  uma pessoa consciente sobre seus direitos e deveres. Por meio do programa criança e adolescente tem voz e tem vez, nas ondas do rádio.



 Socorro Carvalho com Informações do Ministério da Saúde

FACE DE NARCISO





O que é o amor?
Vai além da minha compreensão.
Para uns é chave
E pra outros foi prisão.

O que é o amor?
Será desapego ou possessão?
Altruísmo em nós
Ou apenas auto-adoração?

Face de Narciso por capricho se espelhou
Mas se ela me olha assim, é lindo,
Ali eu sei quem sou.

E o que é o amor?
É platônico ou será real?
Sonhos de mulher
Ou pecado original?

E o que é o amor?
Penso que só ele pode unir.
Tudo em suas mãos,
Toda a dualidade em si.

São tantas verdades convergindo ao seu redor.
Não existe a espada sem a lira,
O espinho sem a flor.

E o que é o amor?
Vai além da minha compreensão.
Para uns é chave
E pra outros foi prisão.

O que é o amor?
Vai além da imaginação.
Para uns é dor,
Para muitos, luz na escuridão.


Jorge Vercillo
 


NOIVADINHOS



Quando eu era garoto, nos anos 70, não tinha essa de dormir com a namorada ou com o namorado na casa dos pais. O sexo entre os adolescentes era menos comum, e, quando acontecia, era na forma de transgressão, longe dos olhos da família.

Desde então as coisas mudaram. Muito. Os pais abriram espaço em casa para que os filhos recebam seus parceiros. As relações sexuais entre os jovens deixaram de ser clandestinas e eventuais para se tornarem corriqueiras e aceitas. A cena foi parar até em propaganda de TV: no café da manhã, os pais, inteiramente constrangidos, deparam com um adolescente cabeludo e sem jeito que acabou de dormir com a filhinha deles...

 Eu não tenho a menor dúvida de que essa foi uma mudança positiva. 

É mais seguro e mais gostoso ser adolescente dessa forma do que viver em privação, ou em constante temor de ser descoberto, como acontecia no passado. Do ponto de vista dos pais, é melhor saber com quem os filhos estão transando (mesmo que eles não aprovem totalmente as escolhas de parceiros...) do que forçá-los a se esconder por aí, sabe-se lá com quem. Para os filhos, compensa. Submeter-se a essa camada de controle dos pais ainda é mais legal do que meter-se em situações potencialmente perigosas. Quando você leva alguém para casa dos pais, se obriga a fazer controle de qualidade. Isso é bom. 

Como muitas novidades positivas, essa também teve uns resultados meio imprevistos. 

Outro dia, conversando com uma moça de 22 anos, ela me contou como havia sido difícil romper com o rapaz que ela namorava desde os 17 anos. Eles haviam crescido juntos, compartilharam muitas experiências, e os pais de ambos estavam acostumados a vê-los grudados, para lá e para cá. “Minha mãe chorou quando soube que a gente tinha acabado”, ela me disse. A moça, que acaba de terminar a faculdade, e já está engatando outro namoro, parecia bem incomodada com “a seriedade” que aquela relação de adolescentes havia tomado.  

De um arranjo espontâneo e natural entre ela e o rapaz, o namoro havia evoluído para uma espécie precoce e fundamentalmente indesejada de compromisso. É provável que a relação tenha durado mais do que deveria por ter se tornado maior do que eles. Era uma noivadinho.

Parece que esse tipo de situação tornou-se bastante comum.  

Em troca da aprovação dos pais e das facilidades que isso proporciona, os jovens e adolescentes oferecem estabilidade. Eles não vão aparecer na cozinha com uma companhia diferente a cada manhã. Isso deixaria os pais alarmados e poderia provocar represálias. Então, meio porque é bom, meio porque é mais fácil, os adolescentes vão ficando em relações estáveis (e talvez um tanto artificiais) que deixam todo mundo em volta mais tranquilo. É o noivadinho. Eles duram até que a vida mude tão radicalmente que obrigue um dos jovens a erguer a mão e pedir tempo. E aí se percebe como aquele arranjo havia ficado pesado e cheio de amarras externas. 

No mundo ideal, não deveria ser assim.

A adolescência é, por definição, um período de experimentação. Tudo nessa época é apaixonado e transitório. Isso não combina com o noivadinho. Em vez de testar seu gosto e a sua capacidade de sedução, em vez de explorar seus sentimentos, os noivinhos ensaiam para o casamento em relações estáveis que mimetizam as dos pais. A estabilidade precoce oferece segurança e aconchego emocional para crescer, – o que é bom – mas priva da independência e da experimentação, que também são essenciais. É uma forma moderna e esclarecida de conservadorismo.  

Amores da adolescência são arrebatadores, não necessariamente duradouros. Romeu e Julieta eram adolescentes. O amor deles é oceânico, único, tem o gosto de um sentimento que apenas acaba de ser descoberto. Por isso é desesperado. Para quem já se esqueceu do que é amar na adolescência, eu recomendo um filme de 1971 chamado Melody – em português, Quando brota o amor. Existe em DVD e nos serviços de internet. Mais leve que Romeu e Julieta, ele não é menos apaixonado. Sugere que o amor, nessa fase da vida, nasce em oposição à família e aos costumes, não sob a proteção deles. Os tempos mudaram, mas talvez isso permaneça verdadeiro.

Nós estamos ficando modernos, vivemos numa sociedade gradualmente mais civilizada, e pagamos um preço por isso. A tolerância social com a vida sexual dos jovens vem acompanhada de perda de autonomia da parte deles. É compreensível, mas não deveria ser exagerado. Adolescentes têm o tempo deles e as emoções deles. Relações com cara de casamento são para adultos. Quem ainda está crescendo e descobrindo não deveria ser empurrado a assumir noivadinhos. Como muitas coisas boas, essa também pode se tornar opressiva. 

Ivan Martins  

Fonte: Época

POR QUE



Amor meu, minhas penas, meu delírio,
Aonde quer que vás, irá contigo
Meu corpo, mais que um corpo, irá um'alma,
Sabendo embora ser perdido intento
O de cingir-te forte de tal modo
Que, desde então se misturando as partes,
Resultaria o mais perfeito andrógino
Nunca citado em lendas e cimélios
Amor meu, punhal meu, fera miragem
Consubstanciada em vulto (masculino),
Por que não me libertas do teu jugo,
Por que não me convertes em rochedo,
Por que não me eliminas do sistema
Dos humanos prostrados, miseráveis,
Por que preferes doer-me como chaga
E fazer dessa chaga meu prazer?


Carlos Drummond de Andrade