quinta-feira, maio 02, 2013

Meu Desejo


Minha pele precisa do teu calor,
Minha boca do teu sabor.
Meu peito arde a queima a chama do amor.
Todo meu corpo é um frenesi de paixão...
O desejo expele calor, suor, odor.
Vontade louca de fazer amor contigo.
Deslizar minha língua em teu corpo.
Na imaginação viajo, te caço, te busco e te acho.
Ousada me  insinuo,  te seduzo, te quero.
Você vem lindo e pomposo...
E do teu jeito louco vem me possuir. 
Minha pele arrepia com teu cheiro.
Segredo em desespero, umedeço-me com teu desejo.
Teu corpo em mim, eu em ti.
Loucuras, sussurros e devaneios...
Gozo gostoso entre gritos e suspiros,
Na sincronia louca do nosso  alucinado encontro.
Te quero amor...
Roçando minha pele, lambendo meus segredos.
Tocando meu corpo e me enchendo de amor. 



Socorro Carvalho

Às vezes é preciso recolher-se


Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambiguidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.

(Lya Luft)