Meu coração tem
quimeras que não sei traduzir. Há um desejo contido que tento sufocar. E o
tempo passa indiferente aos meus conflitos.
No olhar de contemplação, o vislumbre
de paisagens quase sem cores, vejo em tom preto e branco. No arrebol, uma necessidade
de amar se vitaliza sem trégua insistente, em permanecer. Na teimosia dos versos, rimas sem sabor são oriundas de poemas esquecidos sobre a noturna penumbra do quarto.
Em cada canto, uma ausência de inspiração faz carente a poesia. Enquanto os pensamentos transportam-se
na miragem de uma ardente paixão. A ânsia
de sentimentos ancora no porto da solidão. Cá no peito a necessidade efêmera de
viver uma louca paixão. Incendiar-se de emoção, numa loucura sem razão. Sem medo ou explicação.
O silêncio camufla
o desejo quente, guardado no peito carente. Na poética, uma bruta vontade de
sentir o corpo queimar. Incêndio no olhar, a me penetrar por entre as fagulhas da paixão. Há no peito uma saudade do encantamento de outrora, ora engavetado no comodismo da emoção.
No
ápice do poema, um forte desejo de rimar fulgor, calor, amor, com ardor no olhar. Vontade de amar, se apaixonar,
saudade de corpo ardente, palavras salientes a me incendiar.
A pele despida de abraços procura calor no olhar.
Tudo está cálido. Nenhuma quimera traduz
tal descontentamento nessa caçada insaciável de amar. Já não há poema no olhar. Já não há flores para enfeitar os devaneios.
Ah, esse frio
devastador me consome. Ele precisa de imediato ser aquecido, provocar sensações, fazer o coração pulsar outra vez, ao ritmo gostoso da arte de se apaixonar...
Há lacunas em meu olhar, nesse tempo
estagnado e insatisfeito de tamanha espera...
Hoje quero
a poesia mais louca. Quero o verso mais ousado. Quero aquela canção de amor
tocando suave fazendo meu coração acelerar. Quero a loucura daquele sussurro ímpar.
Quero o calor dessa boca degustando minha pele nua.
Hoje quero sentir o fogo ardente
da paixão, acordando antigos sentimentos
de um jeito diferente, saliente. Para esse querer nunca mais se acomodar
e novamente voltar a ser lareira e em chamas aquecer meus mais insanos versos de amor ...
Socorro Carvalho
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