sábado, janeiro 09, 2016

UMA APOSTA NAS ESTRELAS




De fato, o que define uma conquista é o esforço e o empenho de quem viveu um desafio, porém, o sentimento de vitória, puro e verdadeiro, em nada tem a ver com dor ou cansaço e sim com sorrisos e brilhos no olhar.


Foi exatamente essa a impressão que tive da noite de dezessete de dezembro de 2015: horas de alegrias e divertimentos. E sei que para os demais concluintes do Colégio Santa Clara também não foi diferente. Os vestidos longos, curtos, coloridos, assim como os ternos, coletes e gravatas enfeitavam os formandos e davam um charme à ocasião. No entanto, eram as conversas animadas, as poses para fotos e a jovialidade na pista de dança que iluminavam a alma de todos, como se cada adolescente fosse uma estrela, e cada turma, com suas famas e lembranças, uma constelação.


 Então, naquele dia, comemorávamos todos os anteriores. Desde o jardim de infância, o ensino fundamental e depois a “prova de sobrevivência” que foi o ensino médio. Ano após ano uma nova batalha para quem estuda (filhos) e para quem aposta nesse estudo (os pais), visto que é o empenho familiar que garante as grandes conquistas, tais como o boletim anual de aprovação, as olímpiadas escolares e a entrada em uma boa universidade.


 



Além disso, a escola é mais do que méritos e obrigações, é também uma fase sentimental da vida. É tempo de aprender e de escolher. As relações pessoais são uma complexidade: professores, amigos, namoro, lealdade, traição, intrigas, surpresas... É um aprendizado que vai além dos livros didáticos. E esse turbilhão de sensações somado ainda a ansiedade de decidir sobre o próprio futuro ficou bem evidente neste último ano escolar. Estudar passou a ser uma eterna cobrança, o que foi bem desgastante. Em sala de aula, por vezes, ao pensar nisso tudo, pegava-me na passagem do famoso romance de Lewis Carol:
Alice - “Para onde devo ir?”.
Gato -“Depende, para onde deseja ir?”.
Alice - “Eu não sei”.
Gato - “Então qualquer caminho serve”.
Logo, era preciso para todos decidir que rumo tomar. Assim, os livros nos pareciam uma ótima opção. Porém, tanta tensão e tanto esforço trouxe por fim uma recompensa: A aprovação de muitos no vestibular e o diploma de conclusão do Ensino Médio. Tal felicidade, pelo sucesso, pelos laços de amizade e pelo amadurecimento que se tem no colégio é o que nos da à orientação para uma nova etapa que está a caminho. Então, hoje, se me perguntarem quanto tempo durou a minha eterna cobrança de estudos, eu responderei ainda com uma passagem do mesmo romance “Em que o eterno dura por vezes apenas um segundo”.



 
Manuela Torres