sexta-feira, fevereiro 12, 2010

CINCO ANOS SEM IRMÃ DOROTHY STANG



"Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta.
Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar." ( Dorothy Stang)

Pela frase podemos sentir o quanto era corajosa aquela grande mulher.Ela teve sua vida ceifada, de forma bruta e violenta, mas deixou sua voz a ecoar ânimo e fortalecimento em prol da luta pela da justiça e dignidade humana.


Hoje, 12 de fevereiro é, para muitos, aniversário da impunidade. Isso porque, há exatos cinco anos, também no dia 12 de fevereiro, a missionária norte-americana Dorothy Stang, aos 73 anos de idade, foi assassinada com seis tiros, em crime bárbaro, que comoveu o País e o mundo. A morte, planejada por dois fazendeiros que tinham seus interesses ameaçados pelo trabalho da irmã, que sempre defendeu os agricultores pobres, ocorreu às 7h00 no município de Anapu, sudeste do Pará.



Os idealizadores do crime, Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida, eRegivaldo Pereira Galvão, vulgo Taradão, ainda não foram condenados definitivamente pela Justiça. A ambos interessava a morte de Dorothy porque sua luta em defesa da reforma agrária e de projetos de produção sustentável ameaçava o interesse que tinham de expandir a área de suas propriedades.


Irmã Dorothy no trabalho em defesa da população e do meio ambiente


"O trabalho da Dorothy estava muito ligado às pessoas mais necessitadas, ela devotou sua vida, fez a opção pelos mais pobres, viveu com essas famílias, começou a organizar essas comunidades e as associações também. Ela muitas vezes andou de repartição em repartição defendendo os interesses desse povo", conta Dom Erwin, bispo da Prelazia do Xingu, que conviveu e trabalhou com a missionária.


Para Jane Silva, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Pará, a data da morte de Dorothy é importante por lembrar o trabalho desenvolvido pela missionária, segundo sua visão do povo e da floresta juntos. "Ela mostrou que era possível o manejo florestal e a produção com a conservação da floresta. Mostrou que a proposta era viável desde que políticas públicas para isso fossem implementadas", diz.


De acordo com Dom Erwin, que também é ameaçado de morte e, desde 2006, vive sob escolta policial, Dorothy contrariou as ambições de grandes fazendeiros e grileiros, ao conseguir a alocação de famílias pobres em Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), novo modelo de assentamento baseado em produção agrícola familiar e atividades extrativistas de subsistência com baixo impacto ambiental. "Com esse assentamento feito pelo próprio governo, ela contrariou o interesse de grandes latifundiários que queriam aumentar seus pastos", diz.

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