Na fonte doce dos desejos
A embriaguez do vinho proibido
Cada cálice é um pecado
No copo suave da nostalgia
Naufraga velhos poemas
Contidos em mil mistérios adormecidos.
Em cada trago desse vinho
Uma dose de ânsia se satisfaz.
O reverso da realidade é ilusão
Sonho que se faz vácuo na inspiração.
Mais um cálice de vinho
Deixa nos lábios o proibido sabor do desejo
Como fonte que mata a sede
Embriago-me nas loucuras dos devaneios
Tudo é delírio, fascínio, êxtase...
As palavras se perdem na vastidão do tempo.
O silencio dá lugar aos murmúrios
No encontro ensandecido
de vinho e poema...
Socorro Carvalho
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