Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...
E desse que era eu meu já me não lembro...
Ah! A doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!
Florbela Espanca
Lindo poema da Florbela. Sabes, tem um filho dela que mora em Lisboa, é jornalista e escritor também.
ResponderExcluirAh, O António adorou teu blog, principalmente o globo que nos mostra onde estamos situados e on-line. Ele diz: "Parabéns pelo blog. É muito fixe"