quinta-feira, novembro 11, 2010

ESQUECIMENTO

Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.


Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!


Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...


E desse que era eu meu já me não lembro...
Ah! A doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!

 
Florbela Espanca


Um comentário:

  1. Lindo poema da Florbela. Sabes, tem um filho dela que mora em Lisboa, é jornalista e escritor também.
    Ah, O António adorou teu blog, principalmente o globo que nos mostra onde estamos situados e on-line. Ele diz: "Parabéns pelo blog. É muito fixe"

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Agradeço sua visita, com breve retorno!! Seu comentário vem somar mais versos em minhas inspirações... grande abraço. Se quiser pode escrever diretamente para o meu email: socorrosantarem@gmail.com