"Trouxeste a chave?"Carlos Drummond de Andrade
Da casa onde não moro, nem do cofre,
do canto onde se cala o peito e sofre,
do teu ou meu sorrisos sem sorrir,
dos sonhos do mendigo ou do vizir,
dos fundos pensamentos, Zeus, Atena,
do fútil que por doce vale a pena,
daquela triste e leda madrugada,
as chaves não as tenho, não,
de nada.
Palavras rolarão, eu sei,
difíceis,
deixando-me o desprezo dos
seus mísseis
enquanto te procuro, ó Voz
que cinge
razão e sentimento. Acorda,
Esfinge.
Da casa onde não moro, nem do cofre,
do canto onde se cala o peito e sofre,
do teu ou meu sorrisos sem sorrir,
dos sonhos do mendigo ou do vizir,
dos fundos pensamentos, Zeus, Atena,
do fútil que por doce vale a pena,
daquela triste e leda madrugada,
as chaves não as tenho, não,
de nada.
Palavras rolarão, eu sei,
difíceis,
deixando-me o desprezo dos
seus mísseis
enquanto te procuro, ó Voz
que cinge
razão e sentimento. Acorda,
Esfinge.
(do livro Assim Nascem os Horizontes)
Foto: Município de Faro - pela lente do meu colega Nilton
Foto: Município de Faro - pela lente do meu colega Nilton
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